sábado, 30 de novembro de 2013

QUEM NÃO É LADRÃO E PASSA A VIDA A SÊ-LO?

A resposta ao título torna-se óbvia pela foto acima: o figurante. Uma escola canina bem alicerçada assenta sobre cinco pilares, sendo todos eles agentes de ensino, a saber: o treinador, o dono, o núcleo base de condutores, os outros cães escolares e o figurante. Tal como os outros, o figurante tem um papel muito importante para a formação dos cães de guarda, porque lhe cabe iniciar e estimular os cachorros, potenciar a mordedura dos cães, indiciá-los a ataques mais precisos e à sua variação, transmitir-lhes confiança, prepará-los para ataques de surpresa e de difícil defesa, levá-los à captura, à pronta imobilização, à revista e ao policiamento dos possíveis invasores, lutando ainda com eles para que não desarmem e contra-ataquem, correndo riscos de menor ou maior gravidade, porque é ele que recebe os golpes e dá o corpo ao manifesto. Para conseguir levar a cabo as suas tarefas, precisa de conhecer os cães e as suas fragilidades, de ser esclarecido e estar actualizado, ser íntegro de carácter e valente, ser um bom actor e ter sangue frio, ser comedido, conhecer as diferentes técnicas e encontrar-se em excelente forma física, condições que dificultam o seu aparecimento. Nenhuma escola de cães de guarda subsistirá sem um ou mais figurantes capazes, e se subsistir, é porque os cães que “preparou” nunca chegaram a actuar. O recrutamento de figurantes não obriga à escolha exclusiva de indivíduos do sexo masculino, porque há senhoras capazes de realizar essa tarefa e há casos em que se tornam imprescindíveis. Ainda que um bom cão de guarda fique a dever isso à genética, a sua capacitação sempre dependerá da qualidade do figurante ou figurantes que teve pela frente.

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