Certa vez tive um aluno, que infelizmente parece ter deixado por cá semente, homem que não gostava de ser contrariado, que lidava mal com as suas frustrações e que se comportava como uma criança, que ao invés de se emendar dos seus repetidos erros, antes enveredava por protocolos de birra, tal qual Calimero a queixar-se do mundo ao seu redor, fazendo beicinho e deixando-se abater demoradamente, tal qual actor de tragédia grega ou pássaro ferido de morte, quando o cão não lhe obedecia. Este indivíduo propôs-se a ser condutor de cães, muito embora o seu comportamento não indiciasse qualquer propensão para a liderança, sendo por norma conformado, pouco ou nada resiliente, despido de ambições e avesso a protocolos. Por falta de uma liderança capaz e por amor ao dono - entregue a si próprio - o cão acertava no treino aquilo que o seu "líder" errava. Animal extraordinário e justificadamente desconfiado por falta de apoio, passou-lhe ao lado uma carreira brilhante, mas não deixou de fazer feliz o seu dono, para quem foi um verdadeiro terapeuta.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2023
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