O
uso da interjeição latina “ave”, designativa de saudação e cumprimento, que
exprime energicamente afectos de ânimo, prende-se com as vitórias que a Maria
alcançou no passado domingo ao adestrar o seu cão - o Dobby - sucessos
surpreendentes que vale a pena destacar, uma vez que à terceira lição já deu passos
decisivos rumo ao que espera do seu cão, fazer dele um verdadeiro guardião. Na foto
acima, durante o período de aquecimento, vemos este binómio num salto em
extensão, com a condutora no sítio certo - adiantada em relação ao cão. Sem o
absoluto controlo por parte dos donos nenhum cão é um guarda capaz, porque
entregue aos seus instintos é fácil de ser ludibriado e de causar tremendos
disparates. Por modo próprio, sem ordem expressa nesse sentido, o Dobby
chegou-nos a morder para tudo quanto era lado e nem sempre de modo previsível e
justificado. Anteontem começámos a regrar esta tendência para virmos mais tarde
a utilizá-la, em caso de estrita necessidade. A foto seguinte reporta-se a um
destes momentos, uma vez que o animal tende a atacar toda e qualquer pessoa que
tente aproximar-se da dona.
Na
aula anterior a esta, a Maria não conseguia afastar-se do Dobby mais de 3
metros, no domingo já conseguiu afastar-se dele cerca de 30 metros, o que é
motivo de redobrada alegria diante do exigível controlo do cão e do
robustecimento do seu carácter. Esta vitória atinge maiores proporções por ter
sido alcançada num espaço público, com miúdos a jogar, graúdos a correr e
perante cães desconhecidos à solta.
Depois
de um passeio â trela com 1 km de extensão, onde finalmente o Dobby assimilou o
“junto” e deu descanso à dona, apercebendo-me do acerto do cão, mandei a Maria
pôr a trela ao pescoço e permanecer com as mãos livres, para dotar os comandos
verbais da supremacia necessária à futura condução em liberdade do pastor
alemão.
E,
como ainda existem Pastores Alemães que ao fim de 3 tentativas tudo acertam,
com o Dobby a responder afirmativamente ao “junto”, a olhar para a dona e a
respeitar os alinhamentos, mandei a Maria colocar as suas mãos atrás das costas,
não tanto por causa do cão, mas para libertar a tensão corporal da dona que
obstava ao melhor aproveitamento do animal.
A
este exercício seguiu-se o das “mãos atrás da nuca” com o mesmo objectivo do
anterior e visando a maior descontracção da dona, para que a líder se venha a
acostumar rapidamente a conduzir o animal livre da trela e a usar as mãos para
outros trabalhos. Este exercício é também um desafio para o cão, porque ao ver
as mãos da dona assim, logo se apercebe que vai completamente solto.
Cão para guarda sempre tivemos e penso que ninguém teve alguma vez dúvidas disso, falta agora formar a sua líder, trabalho moroso mas indispensável para quem ousa ter um cão de guarda e não procura incidentes de maior ou menor consequência e dolo, que aposta na salvaguarda da vida do cão e na segurança efectiva da sua pessoa e bens. A Maria deu no domingo um passo gigante nessa direcção e dará ainda outros maiores se continuar com o mesmo empenho – Ave Maria!
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