terça-feira, 24 de janeiro de 2023

AVE MARIA!

 

O uso da interjeição latina “ave”, designativa de saudação e cumprimento, que exprime energicamente afectos de ânimo, prende-se com as vitórias que a Maria alcançou no passado domingo ao adestrar o seu cão - o Dobby - sucessos surpreendentes que vale a pena destacar, uma vez que à terceira lição já deu passos decisivos rumo ao que espera do seu cão, fazer dele um verdadeiro guardião. Na foto acima, durante o período de aquecimento, vemos este binómio num salto em extensão, com a condutora no sítio certo - adiantada em relação ao cão. Sem o absoluto controlo por parte dos donos nenhum cão é um guarda capaz, porque entregue aos seus instintos é fácil de ser ludibriado e de causar tremendos disparates. Por modo próprio, sem ordem expressa nesse sentido, o Dobby chegou-nos a morder para tudo quanto era lado e nem sempre de modo previsível e justificado. Anteontem começámos a regrar esta tendência para virmos mais tarde a utilizá-la, em caso de estrita necessidade. A foto seguinte reporta-se a um destes momentos, uma vez que o animal tende a atacar toda e qualquer pessoa que tente aproximar-se da dona.

Na aula anterior a esta, a Maria não conseguia afastar-se do Dobby mais de 3 metros, no domingo já conseguiu afastar-se dele cerca de 30 metros, o que é motivo de redobrada alegria diante do exigível controlo do cão e do robustecimento do seu carácter. Esta vitória atinge maiores proporções por ter sido alcançada num espaço público, com miúdos a jogar, graúdos a correr e perante cães desconhecidos à solta.

Depois de um passeio â trela com 1 km de extensão, onde finalmente o Dobby assimilou o “junto” e deu descanso à dona, apercebendo-me do acerto do cão, mandei a Maria pôr a trela ao pescoço e permanecer com as mãos livres, para dotar os comandos verbais da supremacia necessária à futura condução em liberdade do pastor alemão.

E, como ainda existem Pastores Alemães que ao fim de 3 tentativas tudo acertam, com o Dobby a responder afirmativamente ao “junto”, a olhar para a dona e a respeitar os alinhamentos, mandei a Maria colocar as suas mãos atrás das costas, não tanto por causa do cão, mas para libertar a tensão corporal da dona que obstava ao melhor aproveitamento do animal.

A este exercício seguiu-se o das “mãos atrás da nuca” com o mesmo objectivo do anterior e visando a maior descontracção da dona, para que a líder se venha a acostumar rapidamente a conduzir o animal livre da trela e a usar as mãos para outros trabalhos. Este exercício é também um desafio para o cão, porque ao ver as mãos da dona assim, logo se apercebe que vai completamente solto.

Cão para guarda sempre tivemos e penso que ninguém teve alguma vez dúvidas disso, falta agora formar a sua líder, trabalho moroso mas indispensável para quem ousa ter um cão de guarda e não procura incidentes de maior ou menor consequência e dolo, que aposta na salvaguarda da vida do cão e na segurança efectiva da sua pessoa e bens. A Maria deu no domingo um passo gigante nessa direcção e dará ainda outros maiores se continuar com o mesmo empenho – Ave Maria!

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