terça-feira, 20 de dezembro de 2022

OS DONOS PODEM IR, MAS OS CÃES FICAM

 

Com a população canina a crescer mais depressa do que a humana na Nova Zelândia, ontem, segunda-feira dia 19 de dezembro, num comunicado à imprensa, o DEPARTAMENTO DE CONSERVAÇÃO anunciou que não serão admitidos cães em 47 ilhas livres de pragas no Golfo de Hauraki, numa tentativa de ajudar e proteger as aves em reprodução e nidificação. Esses santuários locais, lares de muitas espécies protegidas, são também destinos de férias para populares e excursionistas, que segundo o Departamento de Conservação (DOC) não poderão levar os seus cães consigo. A mesma interdição estende-se às praias e ao litoral daquela região. David Wilson, Guarda-florestal Sénior para Biodiversidade, adianta: “Estas ilhas são os seus santuários onde podem relaxar sem serem perturbados enquanto procriam, nidificam, se alimentam e criam os seus vulneráveis pintos.” Aves marinhas que nidificam no solo, como o dotterel/tūturiwhatu da Nova Zelândia e o ostraceiro/tōrea variável, nidificam nas zonas costeiras das ilhas e têm ninhos vulneráveis, por vezes apenas um arranhão na areia. A perturbação das aves adultas impede-as de incubar os ovos e de tomar conta dos seus pintos”, levando-as a abandonar os ninhos.

“O DOC transfere pássaros para essas ilhas seguras na esperança de estabelecer novas populações para reforçar a resiliência da população em geral. Por estes motivos, estas ilhas são realmente especiais”, disse o mesmo David, que pormenorizou: “recebemos relatos de donos de barcos que levam os seus cães até à praia para fazerem as suas necessidades ao início da manhã e à noite. Alguns visitantes humanos ignoram que temos vida selvagem preciosa e protegida nas praias, invariavelmente espécies de aves costeiras que fazem os seus ninhos logo acima da marca da maré alta. Estas aves costeiras podem ser extremamente difíceis de detectar entre os detritos da praia. Mesmo os cães mais pequenos e mais amigáveis podem stressar e assustar as aves costeiras nesta época tão importante do ano”, explicou o mesmo funcionário. Nestes santuários de vida selvagem, os cães são proibidos ao abrigo da Lei das Reservas e qualquer um apanhado em flagrante delito pode pagar uma multa até aos 800 dólares ou m processo judicial, dependendo isso da natureza da ofensa. De acordo com a Lei da Conservação, qualquer pessoa apanhada a transportar cães nas áreas proibidas pode enfrentar 12 meses de cadeia e/ou uma multa de 10.00 dólares. Dentro em breve, como já sucede em algumas zonas do norte da Europa, junto a diversos santuários de aves, a interdição de cães tende a aumentar, porque o seu número não pára de crescer e gozam de extrema mobilidade ao lado dos seus donos.

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