domingo, 25 de dezembro de 2022

3 HURRAS PARA OS CÃES DA BIOSSEGURANÇA!

 

Desde o princípio da domesticação até à actualidade, o homem vem adaptando os cães para os mais diversos serviços e continuará a fazê-lo até que o avanço tecnológico se torne mais acessível e torne o uso dos cães obsoleto. O uso dos cães para determinadas tarefas não obedece na maioria dos casos a uma imperiosa razão estratégica, mas ao facto de ser uma opção mais barata. Assim, futuramente, virão a ser usados outros meios nas diferentes detecções para além do excelente olfacto dos nossos companheiros caninos, opção mais objectiva e fria que contrastará com o romantismo e a afeição que nos despertam os actuais binómios laborais. E depois, ter um cão é um luxo a que todos não se podem dar e amanhã será um luxo ainda maior, considerando a pegada ecológica relativa à sua presença destes animais entre nós. Terão todos os proprietários caninos actuais consciência disso? Eu julgo que não, que também aqui se segue a máxima que diz perdoar-se o mal que faz pelo bem que sabe, o que não deixa de ser uma inequívoca manifestação egoísta atendendo ao periclitante mundo em que vivemos.

No aeroporto australiano de Brisbane, PETAL, uma cadela de biossegurança, farejou com sucesso um percevejo marmorizado castanho vivo (Brown Marmorated Stink Bug - BMSB) na mochila de um passageiro e foi a segunda vez que um insecto destes foi descoberto naquele país. Embora o BMSB (foto seguinte) não represente nenhum risco para a saúde humana, ele é considerado uma praga para as plantas endémicas prioritárias, ao reproduzir-se profusamente até se constituir num incómodo doméstico e ameaçar o sector da horticultura.

Enquanto espécie considerada invasora na Austrália, o BMSB ao instalar-se no continente australiano poderia devastar as indústrias agrícolas daquele grande país. Este insecto, que depressa se transforma em praga, alimenta-se de mais de 300 tipos de plantas e árvores, tentando apanhar boleia nas cargas e bagagens das pessoas aerotransportadas, o que realça a importância dos cães de biossegurança na sua detecção (as autoridades australianas começaram a treinar cães para este fim em 2018).

A detecção do insecto aconteceu quando Petal e o seu treinador (ambos na foto abaixo) se encontravam a rastrear passageiros vindos de Taipé e a cadela apontou a mochila de um passageiro. A partir dessa indicação, os agentes de biossegurança procederam a uma inspecção completa da bagagem do referido passageiro e não foram encontrados mais insectos. A detecção destes insectos encontra-se facilitada pelo seu forte odor. Os cães são treinados para este serviço mediante recompensa (reforço positivo) e a Austrália tem ao seu dispor 37 cães aptos para detectar BMSB.

O primeiro cão australiano detector de BMSB foi o VELVET, com um currículo excepcional, que executou 2.600 apreensões de biossegurança durante a sua carreira em frutas, legumes, carnes, sementes e ovos. Agora reformado, vive alegre com uma família e usufrui de longas caminhadas pela praia. O cão detector de BMSB mais recente chama-se FINLAY, que depois de uma breve implantação nos ambientes de correspondência, viagens e carga em Brisbane, rumará para Sidney onde irá aplicar os seus talentos enquanto cão de biossegurança. Cães destes merecem sem dúvida 3 hurras de felicitação!

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