Através do site mongabay.com,
site que publica notícias sobre ciência ambiental, energia e design verde, e que
apresenta em simultâneo informações abrangentes sobre florestas tropicais que
incluem fotografias e estatísticas do desmatamento, por apostar no aumento do
interesse e da valorização das áreas e dos animais selvagens, foi-nos dados a
observar um vídeo que captou a passagem de 3 cães-do-mato da Amazónia, espécie
cientificamente designada por “Speothos venaticus” e identificada popularmente
por cachorro-do-mato-vinagre, janauí ou januara na Amazônia e jaracambé ou
aracambé no Brasil meridional.
As imagens de vídeo,
exclusivamente fornecidas à Mongabay, foram captadas por um câmera fotográfica
num rancho situado no leste da Bolívia e dedicado ao ecoturismo, o San
Miguelito Jaguar Conservation Ranch, a 190 km a nordeste da cidade de Santa
Cruz e propriedade Duston Larson, homem que tenta convencer os demais
fazendeiros locais a não matar predadores como a onça, o puma, a jaguatirica e
os cachorros-do-mato, ensinando-lhes maneiras de proteger o gado da predação e
a gerar receita com o ecoturismo.
O Cachorro-Vinagre, que
pela União Internacional para a Conservação da Natureza, também conhecida pela
sigla UICN, é uma espécie “quase ameaçada”, geralmente vive e caça em matilha,
apresenta uma estrutura social fortemente hierarquizada e tal qual o lobo
cinzento, a comunicação dentro das matilhas é operada por latidos,
características que não impediram algumas tribos de nativos brasileiros de adoptá-lo
como animal de estimação. As características que mais distinguem o cachorro-vinagre
dos demais canídeos sul-americanos são as orelhas arredondadas, as pernas e a cauda
curtas. Há ainda a salientar o facto de ter membranas interdigitais, o que lhe
possibilita um habitat semiaquático.
Tal qual o cão doméstico,
este canídeo selvagem sul-americano procria duas vezes anualmente. Quando as
fêmeas estão prenhes têm preferência pelas tocas de tatu, acontecendo essa
ocupação de modo compulsório. A gestação dura em média 67 dias e a esperança de
vida deste canídeo selvagem aponta para os 10 anos. Como caça em grupo pode
caçar presas bem maiores do que ele e tanto caça em terra como dentro de água.
A sua dieta é exclusivamente carnívora e dela constam tatus-galinha, pacas e
outros roedores de médio porte, como cutias. Os animais de grande porte que mais
procura são os veados, os catetos e os tatus. Como raramente é visto, saúda-se
o seu avistamento na Bolívia, depois de anos a fio sem se ver nenhum.
Sem comentários:
Enviar um comentário