sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

UM AVISTAMENTO RARO NA BOLÍVIA

Através do site mongabay.com, site que publica notícias sobre ciência ambiental, energia e design verde, e que apresenta em simultâneo informações abrangentes sobre florestas tropicais que incluem fotografias e estatísticas do desmatamento, por apostar no aumento do interesse e da valorização das áreas e dos animais selvagens, foi-nos dados a observar um vídeo que captou a passagem de 3 cães-do-mato da Amazónia, espécie cientificamente designada por “Speothos venaticus” e identificada popularmente por cachorro-do-mato-vinagre, janauí ou januara na Amazônia e jaracambé ou aracambé no Brasil meridional.
As imagens de vídeo, exclusivamente fornecidas à Mongabay, foram captadas por um câmera fotográfica num rancho situado no leste da Bolívia e dedicado ao ecoturismo, o San Miguelito Jaguar Conservation Ranch, a 190 km a nordeste da cidade de Santa Cruz e propriedade Duston Larson, homem que tenta convencer os demais fazendeiros locais a não matar predadores como a onça, o puma, a jaguatirica e os cachorros-do-mato, ensinando-lhes maneiras de proteger o gado da predação e a gerar receita com o ecoturismo.
O Cachorro-Vinagre, que pela União Internacional para a Conservação da Natureza, também conhecida pela sigla UICN, é uma espécie “quase ameaçada”, geralmente vive e caça em matilha, apresenta uma estrutura social fortemente hierarquizada e tal qual o lobo cinzento, a comunicação dentro das matilhas é operada por latidos, características que não impediram algumas tribos de nativos brasileiros de adoptá-lo como animal de estimação. As características que mais distinguem o cachorro-vinagre dos demais canídeos sul-americanos são as orelhas arredondadas, as pernas e a cauda curtas. Há ainda a salientar o facto de ter membranas interdigitais, o que lhe possibilita um habitat semiaquático.
Tal qual o cão doméstico, este canídeo selvagem sul-americano procria duas vezes anualmente. Quando as fêmeas estão prenhes têm preferência pelas tocas de tatu, acontecendo essa ocupação de modo compulsório. A gestação dura em média 67 dias e a esperança de vida deste canídeo selvagem aponta para os 10 anos. Como caça em grupo pode caçar presas bem maiores do que ele e tanto caça em terra como dentro de água. A sua dieta é exclusivamente carnívora e dela constam tatus-galinha, pacas e outros roedores de médio porte, como cutias. Os animais de grande porte que mais procura são os veados, os catetos e os tatus. Como raramente é visto, saúda-se o seu avistamento na Bolívia, depois de anos a fio sem se ver nenhum.

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