sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

BONS VENTOS DE MANNHEIM

PREÂMBULO: Este artigo não pretende ter, propagandear ou reproduzir conotações político-partidárias eventualmente presentes na notícia que lhe serviu de base.
Segundo informa hoje o STUTTGARTER-ZEITUNG.DE, no artigo “Keine Hundesteuer auf Hunde aus dem Tierheim”, da autoria de Stefanie Bernhardt, doravante em Mannheim, quem adoptar um cão de abrigo estará dispensado de pagar o respectivo imposto (licença). A decisão partiu do Conselho Municipal da cidade que deu provimento a uma proposta de uma coligação de esquerda com o partido do bem-estar animal.
Pretende-se com esta medida motivar os cidadãos a procurarem um cão de abrigo ao invés de comprá-lo num criador, ainda mais quando o abrigo da cidade se encontra permanentemente superlotado. Até aqui, quando se adquiria um cão de abrigo, o seu dono ficava dispensado do pagamento da respectiva licença por um ano ou dois. A isenção permanente destes impostos, alteração que ainda não entrou em vigor por não se saber se é legalmente permitida, cria um maior incentivo para aliviar a situação no abrigo de animais. Esta isenção será também aplicada às pessoas que adoptarem cães previstos na lista dos perigosos.
Ao aprovar esta medida económica, que breve deverá ser posta em prática, a cidade de Mannheim acaba por dar um subsídio válido para a solução do número excedentário de cães para adopção, medida que todos saudaríamos aqui, muito embora as nossas autarquias e polícias façam “vista grossa” ao licenciamento de cães oriundos dos abrigos, o que na prática vai dar no mesmo. Se de Mannheim vêm bons ventos para a aquisição de cães de abrigo, eles são péssimos para os criadores de cães com pedigree, levando por arrastamento a canicultura como a conhecemos até hoje.
Um cachorro de raça grande, registado no LOP do Cube Português de Canicultura, chega agora a ser vendido por 1/10 do seu preço de outrora e apenas as raças pequenas continuam a ter procura, ainda que a preços menos exorbitantes que os verificados no passado. O futuro parece pertencer aos cães sem raça definida, aos ditos rafeiros, também aos novos híbridos, isto se não os esterilizarem todos, problema que parece não afectar a clonagem. Contudo, uma dúvida paira no ar: Será que a vaidade humana não cairá na tentação de criar futuramente novas raças? Não me custa acreditar, porque quando a fraternidade deixa de imperar, logo se alvitra o direito à diferença!

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