segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

SE SAÍSSE ATRELADO NÃO TERIA MORRIDO

Para quem não gosta de se incomodar e acha natural deixar o seu cão fazer tudo o que lhe der na real gana, andar com ele atrelado é uma chatice e por vezes um verdadeiro martírio. Arranjam-se mil e um desculpas para não pôr a trela ao animal, dizendo-o amistoso, carinhoso, frágil, inofensivo, um bebé bem-comportado e um velhinho simpático. Todas estas desculpas de nada valem perante a lei, que obriga ao uso da trela, e podem até pôr em risco a vida do animal diante dos vários perigos que o cercam, como aconteceu na cidade alemã de Rostock (1), hoje pelas 00H30, onde um pacífico cruzado de Labrador acabou por morrer.
Tudo aconteceu no Bairro de Evershagen, quando o pobre cão correu alegremente em direcção a um pedestre, empoeirando-se nele. O visado não se agradou do gesto do animal e desferiu-lhe uns vigorosos pontapés (há sempre quem deteste cães). Depois virou-se para o dono, um jovem de 25 anos, e espancou-o também. Apesar do ataque, o jovem conseguiu escapar-se ao seu agressor, levando consigo o cão ferido. Mas de repente o cão desfaleceu e os bombeiros foram chamados por uma chamada de emergência. O animal viria a morrer nos braços do dono perante a demora dos bombeiros, que tardaram a chegar ao local mais de uma hora?! A polícia local abriu uma investigação sobre danos corporais e violações da lei animal.
Se o rapaz tivesse saído com o cão atrelado não teria salvado o cão? Por vezes a idade não é boa conselheira e também há quem não alcance o juízo que a idade oferece. Um cão solto é sempre mais vulnerável do que quando atrelado ao dono, porque é obrigado a enfrentar sozinho o que encontrar pela frente. Ao lado do dono, ao sentir-se mais apoiado, pode inclusive avisar, fazer equipa ou proteger quem o segura pela trela, como tantas vezes temos vindo a testemunhar. Estamos cá para o ensinar a conduzir o seu cão à trela, o que traduzido por outras palavras quer dizer que estamos dispostos a lutar pela vossa salvaguarda. Assim, o ocorrido no Bairro de Evershagen, em Rostock, ao vitimar o cão de um tolo, dever-nos-á servir de exemplo.
(1)Cidade do Estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, outrora pertencente à Alemanha Oriental (DDR) e onde esporadicamente acontecem manifestações neonazis e persiste alguma xenofobia encoberta ao mal disfarçada. O ataque contra a casa dos refugiados vietnamitas, ocorrido na noite de 24 de Agosto de 1992, disso é exemplo. Infelizmente os exemplos não se esgotam neste lamentável episódio.  

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