O Coronavírus anda nas
bocas de todo o mundo, diariamente recebemos relatórios de novos casos e já há
quem abrace ou invente “teorias de conspiração” sobre a sua origem, apesar de
um estudo genético, divulgado ontem, confirmar que o novo coronavírus teve
origem na China e terá sido transmitido aos seres humanos através de um animal
selvagem, ainda desconhecido, que foi infectado por morcegos. O estudo,
conduzido por cientistas chineses, incluindo os do Centro de Prevenção e
Controlo da Doença na China, analisou o genoma do coronavírus em nove doentes
diagnosticados com pneumonia viral na Cidade de Wuhan, onde o surto começou no
passado mês de dezembro. Este trabalho, divulgado na publicação
médica britânica “The Lancet” e que valida em laboratório uma tese assumida por
especialistas, sugere que o novo coronavírus, designado provisoriamente pela
Organização Mundial de Saúde como "2019-nCoV", teve como hospedeiro
inicial, como atrás dissemos, um morcego e foi transmitido às pessoas através
de um animal selvagem, ainda desconhecido, que foi vendido no mercado de
animais vivos de Huanan, em Wuhan, capital da província de Hubei, no centro da
China.
Perante este cenário são
imensos os proprietários de cães e gatos que se interrogam acerca de um
possível contágio dos seus animais de estimação e, em caso afirmativo, quão
nociva será essa infecção. O jornal matutino californiano “The Mercury News” de
San Jose abraça a questão seriamente, avança com mais detalhes e divulga os
resultados mais relevantes. Em princípio, os animais de estimação também podem
ser infectados pelo vírus. Porém, o curso da doença não deverá ser assustador e
o próprio patógeno não deve ser transferível para seres humanos. As pesquisas
efectuadas mostram que muitos animais são susceptíveis ao Coronavírus porque
são uma família grande, robusta e generalizada de patógenos. Aves, porcos,
cães, vacas ou cavalos podem ser infectados com os seus próprios vírus.
Nos cães, a doença é
considerada rápida, mas patética, resultando em diarreia, vómitos e até
problemas intestinais. A propagação do vírus acontece quando os cães comem
fezes. Os nossos fiéis amigos podem também ser infectados com uma forma de
coronavírus que causa, tosse espirros e secreção das mucosas (muco). Nos gatos,
todavia, a doença é de pouca monta, alguns sofrem sintomas gripais, enquanto
outros sentem-se completamente à vontade. Não obstante, o vírus pode sofrer
mutações com o decorrer do tempo e causar uma doença fatal neste felinos,
eliminando de 5 a 10% dos animais. Apesar dos vírus animais poderem
misturar-se, não houve até agora nenhum caso documentado em que o Coronavírus
humano fosse transmitido a um animal de estimação. Por via disto, a possível
infecção dos nossos pets não é razão para alarmes, já que dificilmente serão
contagiados (oxalá assim continue!), conclusão que não está a impedir os chineses de comprar
máscaras para os seus cães.
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