Recebemos por volta das 14
horas do dia de hoje o seguinte email a que vamos responder: “Boa Tarde, Encontrei por
um acaso o vosso canil/centro de treinamento. Se bem percebi vocês fazem
criação de Pastor Alemão? Tenho curiosidade em saber com que linhas/progenitores
tem trabalhado na criação e se preveem criação nos próximos tempos? E outra
curiosidade que me ficou da leitura do vosso blog foi o facto de julgo terem
feito algumas experiências no cruzamento do CPA com outras raças, inclusivê
Lobo Ibérico se não estou enganado, na tentativa de aprimorar/reforçar alguns
aspectos do CPA? Resultou algo desse projecto? Cumprimentos…”.
Caro leitor acidental,
vamos responder de imediato às questões que nos colocou. Quanto às linhas de
criação que utilizamos para a construção do nosso Pastor Alemão, usámos linhas
de trabalho maioritariamente estrangeiras: da França, da Alemanha, da extinta
DDR, da Áustria e da Bélgica, privilegiámos as variedades preta e lobeira e
valemo-nos de quase todas as linhas existentes menos a Arminius e a Winnerau
que abominamos. Fomos, somos e seremos, até deixarmos de cá andar, criadores de
Pastores Alemães, raça para nós excelente e insubstituível. Conforme anunciámos
no artigo anterior a este, temos uma ninhada disponível. Nunca tivemos o
desplante de cruzar Pastores Alemães com outras raças, o que para nós seria um
crime de lesa-majestade, o que não significa que não tivéssemos treinado alguns
híbridos destes resultantes de algum descuido ou de disparates alheios,
experiência que foi para nós reveladora e enriquecedora sobre múltiplos
aspectos.
Se porventura lhe
interessa saber se somos a favor da hibridação canina, afirmamos-lhe desde já
que sim, atendendo à excessiva endogamia e consanguinidade que afectam a
maioria das raças caninas actuais, mas nunca no Pastor Alemão, porque a raça
ainda conserva a biodiversidade que a mantém, caso não se despreze as suas
variedades recessivas. Nunca nos interessou cruzar o Signatus (Lobo Ibérico),
subvariedade do Lobo Cinzento, com o CPA para “aprimorar/reforçar” alguns
aspectos do último, mas treinámos dois ou três mestiços destes, que do ponto de
vista laboral se revelaram bem acima dos Lobos-Checos e raças congéneres. O
nosso conhecimento do Signatus é anterior à formação do Centro de Recuperação
do Lobo Ibérico na freguesia do Gradil, Mafra. Segundo a nossa experiência, o
Lobo Ibérico é o mais interactivo dos lobos europeus, chegando ao ponto de
abraçar a autonomia condicionada quando treinado para isso, conservando e
adaptando em simultâneo as suas características predadoras. Esperamos tê-lo
esclarecido, agradou-nos a pertinência das questões que levantou e agradecemos
o seu contacto.
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