quinta-feira, 25 de abril de 2019

UM COELHO DA PÁSCOA DIFERENTE

Desde que me lembro, nunca acreditei no Pai Natal e bem cedo, entre os 5 e os 6 anos de idade, deixei também de crer que era o Menino Jesus quem punha prendas no sapatinho. Quanto ao coelhinho ou lebre da Páscoa que punha ovos, essa até me dava vontade de rir, porque de ovos gostava eu e sabia muito bem quem os punha. Duvido que estas fábulas pagãs façam falta ao carácter sagrado da Páscoa, julgo até que elas acabam por subverter aquilo que se comemora e conspurcam uma das festas maiores do cristianismo, exactamente como sucede no Natal – a maior festa do consumismo. Com a emigração alemã do Séc. XVII em diante para as Américas, nenhuma espécie fictícia pôs e continua a pôr tanto ovo como o “Osterhase” (“Osterhoos” no dialecto Riograndenser Hunsrückisch), mesmo dentro das históricas e austeras igrejas luteranas, tradição que se mantém até aos dias de hoje, independentemente das comunidades serem ou não de origem alemã.
Na passada Segunda-feira de Páscoa, na Alemanha, um estranho “Osterhase” circulava solto ao longo da auto-estrada A1 (Autobahn 1) em direcção a Bremen pelas 12H30. Ao tomar conhecimento disto, a Polícia Rodoviária de Hagen encerrou o tráfego naquela estrada de três pistas, merecendo a compreensão e anuência dos condutores que nela circulavam. Obviamente que não se tratava de nenhum Coelho da Páscoa, mas sim de uma pequena cadelinha em vias de ser atropelada. Fazendo uso da persuasão indicada, a cadelinha foi facilmente apanhada pelos agentes e livre de sérias complicações, vindo inicialmente a ser alojada no Posto Policial daquela rodovia. Todos os intervenientes no incidente saíram sãos e salvos e a polícia foi louvada pela atitude tomada, porque mostrou séria preocupação com o bem-estar daquele pequeno animal, o mesmo que se encontra na foto introdutória desta notícia ao colo de uma agente policial radiante. Nada mais há que valha a pena acrescentar, está tudo dito.

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