Ontem rumámos para o campo
e assentámos arraiais numa zona de paisagem protegida, sedentos de um despertar
campestre e apostados no contacto com a mãe natureza, na procura de um
ecossistema favorável ao bem-estar dos cães e que em simultâneo facilitasse a nossa
acção pedagógica.
Procurávamos o controlo
dos cães e o condicionamento da condução em liberdade, valendo-nos para isso
das memórias mecânica e afectiva dos animais, através de repetidas e breves
sessões de treino e do recurso à recompensa. Para além da condução em liberdade,
interessava-nos treinar o “quieto” e o “aqui” no exterior, a grande distância e
sem qualquer risco para a integridade de algum cão fugitivo ou menos obediente.
Todos os binómios alcançaram os objectivos propostos.
Com o “quieto” alcançado e
reforçado foi mais fácil tirar fotografias ao grupo escolar, algumas até com o
seu quê de artístico ou publicitário como a seguinte, onde vemos os CPA Blaze e
Max acompanhados pelos irmãos Mendonça, Pedro e Afonso.
Na imagem que se segue
podemos ver as irmãs Doberman, Lupa e Russa, acompanhadas pelo Labrador Soneca
e pelo CPA Bohr, aconchegadas sobre um mirante a coberto de um grande
eucalipto. Como o nosso amigo Soneca não engana ninguém, pelas suas expressões
mímicas percebe-se que está deserto para ir brincar.
Como as metas e objectivos
ligados à obediência foram alcançados, a classe em excursão foi convidada para
ultrapassar passagens estreitas aproveitando o muro de uma casa em ruínas.
Exactamente como acontece com os homens, que temem as alturas e que são
apoquentados por vertigens, também há cães assim, estando esse medo ligado a
outros que podem impossibilitar o seu uso para determinados fins. Contudo,
sempre será mais fácil levar de vencida um medo canino pela experiência feliz
do que um humano. Na foto abaixo vemos o CPA Max “ a tremer que nem varas
verdes” sobre o muro, que distava 170 cm do solo de um dos lados.
Vale a pena reparar com
atenção na progressão do Labrador Soneca sobre o muro, porque perante a
novidade de um exercício tende a usar o olfacto na abordagem no lugar da visão,
característica que acompanha a maioria dos cães de caça e que obriga a
diferentes ajudas à trela ou à sua dispensa, graças ao contributo das
guloseimas dispostas ao longo da progressão.
Curiosamente, também a
Doberman Russa baixou o nariz, não tanto como forma de abordagem ou reconhecimento,
mas porque temeu a altura do muro e queria sair dele pelo lado mais baixo,
conclusão que se tira facilmente pela ajuda de mão da Svetlana.
Certos do retorno a este
exercício e apostados na alegria canina que não dispensa a cumplicidade com os
donos, procedemos à construção de um exel com troncos de árvore secos, tendo
como balizas dois postos de electricidade, convidando depois todos os binómios
a ultrapassá-lo, donos e cães, porque somos uma escola de condutores, temos
como meta a formação de líderes e sabemos que os cães serão tanto ou mais
ousados quanto ousados forem os seus donos. Como diz povo: “ candeia que vai à
frente alumia duas vezes”.
A foto que se segue mostra
o salto binomial da Svetlana com a Doberman Russa, transposição que decorreu
sem novidade e em segurança, projectando-se a cachorra confiante e de forma
irreparável atrás da sua condutora, condutora onde é perceptível a preocupação
com o impacto ao solo.
Com a determinação do
Jorge não temos dúvidas que o Soneca irá muito longe, bem mais para diante do
que costumam ir os labradores. Sobre a foto abaixo não vale a pena dizer mais
nada, ela fala por si.
O CPA Max transpôs o exel
com o dono sem nenhuma dificuldade, quiçá por não ter ido só e ainda não
dispensar o constante apoio e incentivo do seu dono, condutor e amigo. Este cão
está a melhorar de dia para dia, tanto no aspecto morfológico quanto no
pedagógico.
O Afonso, devido à sua
idade, peso, disponibilidade, elasticidade e velocidade cria imagens de rara
beleza atlética. Não será por ele que a Lupa não virá ser uma grande atleta,
porque exemplo e incentivo não faltam! Na foto que introduz este texto vale a
pena reparar que o moço não se esqueceu da indicação do salto com a mão, apesar
de “entrar a voar”.
O CPA Blaze acompanhou
mais uma vez os nossos trabalhos, não acusou o calor, bebeu pouca água e
constituiu binómio com o Adestrador, andando a maior parte do tempo à solta
pelo campo porque nunca se afastava e não é propenso a asneiras. O Jorge ficou
apaixonado por ele (não é o único e não será o último).
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: Adestrador/Blaze; Afonso/Lupa; Aníbal/Max; Jorge/Soneca;
Paulo/Bohr e Svetlana/Zeus. O CPA Bohr não aparece nos exercícios de ginástica
em virtude do seu dono se encontrar coxo. As fotografias estiveram a cargo do
Adestrador e do Paulo Jorge.
Para a semana voltaremos.
Desejamos a todos um resto de fim-de-semana feliz.
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