sábado, 6 de abril de 2019

NOVA AMEAÇA PARA OS HUMANOS?

Pesquisadores da Universidade de Seul, na Coreia do Sul, alertam para novos vírus da gripe em cães semelhantes ao da gripe suína que se está a espalhar na Ásia, temendo que eles venham a infectar também os humanos e que se constituam numa nova epidemia. Já no primeiro ano do Novo Milénio (2000), cientistas da equipa do Dr. Daesub Song, encontraram os primeiros patogénicos do chamado vírus da gripe canina (CIV), conforme atesta um estudo publicado em Setembro de 2018 na revista American Society for Microbiology mBio e onde consta que os cães foram infectados com uma mutação do vírus da gripe aviária H3N2. Doze anos depois, os pesquisadores encontraram outra mutação num cão com um agente da gripe suína, transformando-se o vírus CIV num novo, vírus que os cientistas baptizaram como “CIVmv”. A partir daqui, os casos de assim cães infectados aumentaram na Coréia do Sul, Tailândia e China, registando-se também os primeiros casos nos Estados Unidos.
Convém relembrar que a gripe suína expandiu-se nos anos de 2009 e 2010 e que em Junho de 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou uma epidemia a nível mundial. Só na Alemanha, o vírus da influenza A H1N1 matou mais de 250 pessoas. A entidade atrás citada viria a declarar o fim da pandemia em Agosto de 2010. Os cientistas coreanos, depois de estudarem os genomas de 16 cães da região de Guangxi, no Sul da China, descobriram que “o desenvolvimento dos vírus da gripe canina (CIVs) em cães asiáticos está a tornar-se cada vez mais complexo e representa uma ameaça potencial para os seres humanos". De acordo com o presente estudo, a capacidade do vírus da gripe A de passar de animais para humanos representa uma ameaça persistente de pandemia. Aves e porcos são considerados os principais portadores da diversidade genética viral, em oposição aos cavalos e aos cães que até agora só lhes era conhecido o vírus da influenza A, o que os tornava inofensivos para os seres humanos.
Porém, os tipos de vírus encontrados nos cães que os cientistas coreanos observaram continham partes que estão presentes em porcos e que são semelhantes ao vírus pandémico da gripe suína. Para além disto, estes pesquisadores descobriram mais três mutações em cães e assumem que não serão as últimas, considerando que em Guangxi vivem muitos cães vadios e que isso deverá ser considerado como uma disseminação adicional de vírus. Como são esperadas outras mutações, a vigilância adicional torna-se urgentemente necessária “para entender a completa diversidade genética da CIV no sul da China, o surgimento e a resistência dos vírus nas várias populações de cães da região e o risco de desenvolvimento progressivo do vírus".
Para aquilatar da possível transmissão destes vírus para os humanos, Song e a sua equipa infectaram furões com o CIV, porque estes animais têm células hospedeiras semelhantes às dos humanos, que viabilizam a transmissão do vírus. Os furões infectados com o vírus CIV apresentaram os mesmos sintomas visíveis nos cães, a saber: tosse, espirros, olhos lacrimejantes e pingo no nariz, perda de apetite e apatia. A somar a isto, os Mustelídeos domésticos infectados rapidamente se envolveram a lutar uns com os outros. Os pesquisadores da Universidade de Seul vêem nisto um perigo oculto na possível transferência para humanos. Aguardam-se novos desenvolvimentos.

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