Por mero acaso foi-me dado
a ver a foto duma pretensa cachorra colossal, daquelas “para ninguém botar
defeito”, isto na boca de quem a propagandeava, que de cães pouco sabia. E para
quem não é um expert na matéria, nada melhor para enganar do que uma
fotografia. Qualquer um pode tirar fotografias a um cão, mas nem todos devem
fazê-lo, sob o risco de mostrarem o pior e não o melhor do animal em questão, o
que em termos de publicidade é um verdadeiro desastre. Não são os incautos fotógrafos
esporádicos que nos preocupam porque eles, ao invés de enganar, desmascaram os
seus animais, mas outros artistas que, valendo-se de trafulhices várias,
apresentam fotografias de animais irrepreensíveis que nunca o foram, acabando
por vender gato por lebre. Um cão pequeno quando fotografado isolado pode dar a
impressão de ser grande, por ausência de escala ou comparação, com o auxílio do
Photoshop é possível transformar um cão deplorável num bastante razoável e os
planos escolhidos dos animais podem encobrir defeitos e só evidenciar virtudes.
Tudo isto serve para o avisar a não comprar cães por catálogo. Quando à
cachorra colossal, nela era visível o peito invertido, uns eixos crânio-faciais
superiores pouco característicos, uma garupa demasiado alta, pouca angulação
traseira e jarrete de vaca, tudo isto à luz do estalão da raça.
terça-feira, 30 de abril de 2019
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