terça-feira, 30 de abril de 2019

NEM TUDO O QUE RELUZ É OURO

Por mero acaso foi-me dado a ver a foto duma pretensa cachorra colossal, daquelas “para ninguém botar defeito”, isto na boca de quem a propagandeava, que de cães pouco sabia. E para quem não é um expert na matéria, nada melhor para enganar do que uma fotografia. Qualquer um pode tirar fotografias a um cão, mas nem todos devem fazê-lo, sob o risco de mostrarem o pior e não o melhor do animal em questão, o que em termos de publicidade é um verdadeiro desastre. Não são os incautos fotógrafos esporádicos que nos preocupam porque eles, ao invés de enganar, desmascaram os seus animais, mas outros artistas que, valendo-se de trafulhices várias, apresentam fotografias de animais irrepreensíveis que nunca o foram, acabando por vender gato por lebre. Um cão pequeno quando fotografado isolado pode dar a impressão de ser grande, por ausência de escala ou comparação, com o auxílio do Photoshop é possível transformar um cão deplorável num bastante razoável e os planos escolhidos dos animais podem encobrir defeitos e só evidenciar virtudes. Tudo isto serve para o avisar a não comprar cães por catálogo. Quando à cachorra colossal, nela era visível o peito invertido, uns eixos crânio-faciais superiores pouco característicos, uma garupa demasiado alta, pouca angulação traseira e jarrete de vaca, tudo isto à luz do estalão da raça.

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