Pela 3ª vez em 4 anos,
Montpellier foi considerada a cidade mais “Dog Friendly” de França, título que
lhe foi atribuído pela revista “30 Millions d’Amis”. Os restantes lugares do
pódio são ocupados pelas cidades de Toulouse e Toulon, sendo seguidas por
Saint-Denis e Argenteuil. A atribuição deste destaque considerou os seguintes
critérios: acessibilidade (espaços verdes, áreas de compras e transporte);
limpeza (trens de limpeza, sacos e caixotes para dejectos, também locais onde
os cães podem fazer as suas necessidades livremente); consciencialização e compromisso
(treino canino, prevenção contra o ataque infantil, convívio de cães, campanhas
de esterilização, cemitério de animais) e finalmente a mediação (a eleição de
um delegado para os animais da cidade, a quem caberá ajudar na solução dos
conflitos de bairro relacionados com cães, a consciencialização dos sem-abrigo
e a prevenção de factores). A somar a isto, a cidade de Montpellier ainda paga
a um adestrador para valer aos seus cidadãos que são proprietários caninos. Com
justiça se pode dizer que a cidade merece o destaque - a de ser a melhor para quem
tem cão.
A esmagadora maioria das
nossas cidades ainda não oferece condições idênticas aos donos caninos, o que
não impede que breve as tenham, porque a pressão sobre as autarquias é enorme,
a necessidade existe, reclama-se por higiene, suplica-se por regulação, sobram
conflitos e os portugueses têm hoje mais cães do que filhos. E depois, sempre
será mais fácil atingir o estatuto de cidade amiga de cães do que das gentes.
Sempre gostava de saber qual a origem da inimizade entre os homens, pois deve
obedecer a uma razão muito forte, porque andamos por cá há milhares de anos e
ainda não a conseguimos ultrapassar. Uma coisa é certa: os cães não são os
culpados e têm direito ao seu bem-estar.
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