quarta-feira, 3 de setembro de 2014

TRANSFORMAR OS MORTOS EM PITÉU!

Segundo veio a lume num jornal diário da nossa praça, vindo também nalguns noticiários online, algumas rações para animais de companhia são feitas à base de animais doentes, havendo ao mesmo tempo farinhas produzidas para animais de abate com idêntica composição e que integram diariamente as dietas dos portugueses. De acordo com o que se faz constar, são múltiplos os casos de más práticas ao nível da transformação alimentar na Península Ibérica. O caso comprovado mais grave foi detectado num grupo situado numa cidade ao sul de Espanha, que faria uso de cães e cavalos mortos, bem como doutros animais doentes, tanto para animais de companhia como para os de consumo (vacas, porcos e galinhas), sendo que os últimos são parte integrante da dieta mediterrânica, resultando daí o risco da introdução de doenças na cadeia alimentar de todos nós. Pelas fontes do sector contactadas por aquele diário, o perigo não se encontra circunscrito ao território espanhol, já que esses subprodutos alimentares circulam livremente no território peninsular. Segundo uma fonte oficial, nos últimos meses em Portugal, a ASAE já instaurou 20 processos contraordenacionais a operadores deste ramo, para além de ter instaurado 3 processos-crime por fraude de mercadorias. Será uma gota no oceano? É o que resta saber!
Já há mais de 20 anos que nos contaram da recolha de toda a sorte de mixórdia num matador de porcos, situado na zona Oeste, por uma conhecidíssima marca de rações para cães, rumo ao estrangeiro e que retornava aqui como paté, carregamento que acontecia com dias determinados, uma ou duas vezes por semana, relato que aceitámos com algumas reservas, mas que ganha crédito diante da actual notícia. Razão parecem ter aqueles que consideram a ração “junk-food” (comida de lixo), muito embora a comida confeccionada possa, pelo que agora nos foi dado a saber, incorrer no mesmo descrédito e ausência de qualidade. Estamos em crer que a marosca não se circunscreve aos países ibéricos, mas que acontecerá noutras nações e pontos do globo, onde os lobbies têm peso, a legislação é omissa e a fiscalização inexistente. A notícia foi divulgada, cada um tire as suas conclusões e aja em conformidade. Nós sempre desconfiámos da “relação preço-qualidade”, das rações que manifestam na sua composição o termo generalista “subprodutos”, das muito apetitosas e das excessivamente baratas, também daquelas que põem os cães em constante rodopio, que os obrigam a beber desalmadamente e a “pastar”. Em simultâneo, sempre testámos o seu grau de digestibilidade e provámo-las, porque jamais daríamos aos nossos cães aquilo que não comeríamos! 

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