quinta-feira, 11 de setembro de 2014

AFINAL, EM QUE FICAMOS: CINOTECNIA OU ZOOTECNIA?

Não subsistirão diferenças assinaláveis entre a prestação de um cão e de uma vaca, de um bode ou de uma ovelha, que justifiquem a diferença de métodos, visando a parceria? Nós entendemos que sim, mas pelo que vimos parece que não! Desde que as orcas e os lobos-marinhos deram à costa e pernoitam nos zoomarines, para alegria de grandes e pequenos, a universalidade da zootecnia tem tomado conta da cinotecnia e o suborno virou prática corrente. Esta tendência de subaproveitar os cães e de poupar os donos, tem muito que se lhe diga, já que o facilitismo tem aproveitado instintos em detrimento do carácter dos cães, relegando os melhores para a mediocridade e exaltando os piores pela necessidade de barriguinha cheia. Apesar de sabermos há muito que todos os animais domésticos correm atrás da comida, sendo ela que os liga aos donos, a urbe parece só agora ter descoberto essa evidência.
E do jeito que as coisas vão, tendo em conta as menos valias dos cães actuais e a franca ascensão dos restantes animais domésticos, uns e outros ensinados do mesmo modo, não espantaria que os macacos viessem também a ser usados para guarda, devido ao baixo custo da sua manutenção, à sua fácil camuflagem, à pronta evasão e à multivariedade dos seus ataques, que tanto poderiam suceder à dentada como à paulada, assim como pelo arremesso de pedras e dejectos (os bodes e carneiros fá-los-iam à cornada!). O “canicross” poderá vir a ser substituído para uma corrida em “slow motion”, constituída por caracóis, que espevitados por um molho de couves, se encaminhariam prá linha da meta. E corrida por corrida, em substituição à dos galgos, pode ser que alguém se lembre de fazer uma com chimpanzés montados em porcos vietnamitas, reclamando para esse arrojo o título de modalidade desportiva (ainda agora acabaram com os animais no circo e já sentem a falta deles). Como os primeiros passos já foram dados, é possível que venhamos a ter ainda bodes e vacas no “agility”, o que certamente nos obrigará a sentar nas bancadas mais afastadas, para evitar o cheiro da bosta!
Não, não nos revemos nestes métodos, primeiro pela salvaguarda dos cães e depois por respeito ao seu particular e dignidade, porque não queremos vê-los ludibriados, abusados e muito menos mortos, desgraças a que “a arte do suborno”  se presta. Não é com isco que se pescam os peixes e com engodo os animais para o cativeiro? E se o adestramento for só isso, nós vamos ali e já vimos, quiçá a comprar tabaco, tendo o cuidado de não tropeçar numa bola e de levarmos com um cão desenfreado em cima! Quando sair de casa rumo a um jardim público, coma primeiro, porque é mais seguro, e atavie-se de capacete, não vá apanhar com um “frisbee” transviado, que o vire de pernas para o ar! Serão estes os únicos meios para alcançar a tão almejada coabitação harmoniosa? Se são, todo o cuidado é pouco! 

Sem comentários:

Enviar um comentário