À imitação dos “cowdogs” da quinta,
assim são também os cães remetidos para os quintais, onde passam a maior parte
dos dias sozinhos e que aguardam impacientes a chegada dos donos, por norma à
porta da cozinha ou no tapete da entrada, dispensados de sair, privados da
excursão, arredados da sociabilização e autorizados a urinar e defecar por ali.
E como um mal nunca vem só, a um cão irá juntar-se outro naquele redil, na
esperança que façam companhia um ao outro e se sintam mais felizes. Por norma o
primeiro cão é pequeno e sem raça ou então um igual ao segundo mas sem
préstimo, o que infelizmente irá sujeitar o mais novo ao domínio do mais antigo
naquele local, dotando-o das incapacidades e temores que carrega.
Acostumado à submissão, o cachorro chegará à escola com medo de tudo e
todos, submetendo-se aos seus colegas de classe sem esboçar qualquer defesa. A
disparidade entre o tempo que passa no quintal e em que está acompanhado é a
mesma entre o tempo em que se encontra solto e é convidado para trabalhar, de
10 para 1. Se porventura não é o seu condutor que o alimenta, a situação
agrava-se por ausência de laços afectivos e consequente estranheza da
liderança, não sendo de estranhar que o animal resista á condução atrelada e se
desencante pelo treino. O panorama complica-se ainda mais se não houver a
recapitulação doméstica dos exercícios escolares. Apesar de há muito se saber
que o dono do cão é o patrão da comida e que os conteúdos escolares necessitam
de recapitulação em casa, até porque o animal não se destina à escola, todos os
anos levamos com casos destes! Urge mudar de atitude, elucidar mais uma vez e
alertar os condutores caninos para as suas responsabilidades.
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