terça-feira, 24 de novembro de 2009

Passeata ao centro do poder


Esta Quarta-Feira, no período matinal, optámos por Lisboa para operarmos a sociabilização dos cães que se fizeram presentes (Rex e Teka). Estivemos no Jardim da Estrela, contornámos a Basílica, descemos a calçada e mirámos o Parlamento. No Jardim da Estrela desenvolvemos todos os automatismos direccionais ensinados e usámos alguns dos seus recantos como círculo de obediência. Contámos com a ajuda de alguns visitantes para a sociabilização e sujeitamos os cães ao trânsito das pessoas, obrigando-os à familiarização, imobilidade e à indiferença. Estranhamente, a maioria dos jovens encontrados manifestou ter pavor de cães, como se eles fossem bichos doutras latitudes, próprios das selvas e de intenções criminosas. Estamos na presença de um fenómeno a que não é alheia a influência dos media e o viver urbano, porque as novas gerações têm pouco ou nenhum contacto directo com animais. O jardim perdeu o seu esplendor de outrora, os flamingos cederam lugar aos patos e os “sem-abrigo”, como aves de arribação, enroscam-se sobre os seus bancos. Alguns estudantes e uns tantos empregados do comércio ali almoçam, debaixo das árvores e diante de quem passa, valendo-se de sumos e sanduíches. Os cães das “madames” continuam a ser transportados pelas criadas e os reformados aproveitam as mesas de pedra para jogar às cartas. Aproveitámos as estátuas para o enquadramento fotográfico e apresentámos os cães a alguns jovens receosos.
Depois rumámos à Basílica, adornada pelos paramentos do Advento e austera como sempre. Sem cães, intentámos visitar no seu interior os túmulos reais, o que não foi possível por causa de uma missa em curso. Acostumámos os cães aos eléctricos e tirámos algumas fotografias ao seu lado, tendo o cuidado de não captar os seus condutores que temiam pela impropriedade da publicidade. Calçada abaixo, fomos direito ao Parlamento, por passeios apertados e apinhados de gente, na sua maioria velhos e turistas. Sempre que o “junto” não foi possível, optámos pelo “atrás” e o “à frente”, conforme descíamos ou subíamos. Pelas traseiras do Parlamento vimos entrar alguns carros pretos, conduzidos por motoristas encasacados e de gravata, BMW’s 530 GT. Alguns prédios da Av. D. Carlos I foram objecto de obras recentemente, emprestando um colorido sóbrio e novo àquele enquadramento histórico. As lojas anunciam o Natal e as vendas Sexta-feira Santa, porque são muitos a ver e muito poucos a comprar.
No Parlamento tirámos fotografias a partir da Trv. da Arrochela, aproveitando a escadaria central e os leões que simbolizam o poder. Depois evoluímos por diferentes ruas afuniladas, plenas de gente e de passeios exíguos, procedendo ao “cruzamento frontal” e à supremacia do “junto”. Ainda parámos no Jardim limítrofe à Assembleia da República, naquele que se encontra virado a sul. E como outro remédio não nos sobrava, lá subimos a Calçada da Estrela rumo à Avª Infante Santo, local onde haviam ficado as nossas viaturas. O Rex evolui sem problemas, muito embora deteste o excesso de intimidades. A Teka precisa de mais passeios destes, porque desconfia de tudo e todos, resistindo assim à sociabilização pretendida. Os condutores comportaram-se à altura e a mudança de ecossistema foi profícua. Dever cumprido! O tempo dos passeios ao exterior está a terminar, breve iniciaremos o nosso calendário regular de Pistagem.

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