segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

ARTHUR: DAS FLORESTAS DO EQUADOR A ESTOCOLMO

Neste novo ano em que entrámos, desejamos que todas as guerras acabem, que os homens sejam mais solidários uns com os outros e por inerência mais sensíveis aos dramas dos animais. E neste âmbito, como incentivo aos desafios que nos esperam, nada melhor que contar-vos uma história com um final feliz, a relativa ao Arthur, um molosso cor-de-areia cerdoso, encontrado em muito mau estado nas florestas do Equador por uma equipa de suecos, constituída por 3 homens e uma mulher, que se dedicava e dedica à “adventure racing”, modalidade desportiva que engloba corrida a pé, ciclismo e caiaque nas áreas mais inóspitas do Planeta como uma duração de 3 a 8 dias.
Estava a dita equipa a competir nas florestas do Equador numa área de transição (TA), a transferir-se da bicicleta para a corrida a pé, ocasião que aproveitou para retemperar as forças e comer algo, quando um dos seus membros avistou pelo canto do olho um cão vadio, com cerca de 30 kg, faminto, nauseabundo e com feridas profundas no dorso. Sensibilizado com o drama e apresentação daquele cão, o atleta dispensou-lhe duas almôndegas, apesar de temer as pulgas e as possíveis doenças que pudesse transmitir-lhe. O animal agradecido nunca mais os largou, vindo a constituir-se no 5º elemento daquela equipa, percorrendo com ela 180 km em pisos de lama, atravessando rios e subindo encostas.
Perante a disponibilidade e parceria do animal, estava-se mesmo a ver: rumaria à Escandinávia com os seus companheiros de jornada e tornar-se-ia sueco! À última da hora e depois de vencida muita da burocracia equatoriana e sueca, o Arthur lá conseguiu embarcar para a Península Escandinava com os seus parceiros, onde se viu sujeito a uma quarentena de quatro meses, curou as suas feridas, cresceu e viu crescer o seu manto. Após a quarentena foi ainda sujeito a duas sessões de cirurgia para tratar dos seus dentes. Hoje é um cão saudável e feliz, pertence à família Lindnord e provavelmente não terá muitas saudades do Equador.
O bom do Sr. Mikael Lindnord acabou por escrever um livro acerca do encontro com o Arthur, ao qual atribuiu o título de “The Dog Who Crossed the Jungle To Find a Home” (O cão que cruzou a selva para encontrar uma casa), já editado pela editora britânica Hodder & Stoughton cujo preço é de 14,99 Libras (aproximadamente 17.7 €/ R$ 60.2186). No livro são adiantados detalhes que aqui omitimos por razões editoriais, pormenores que mais exaltam as qualidades do cão e as peripécias em que se viram envolvidos os seus companheiros. Já sabemos que para ser cão é preciso ter sorte, mas nunca deixamos de alegrar-nos quando outro finalmente a encontra. Ainda há gente boa no mundo!  

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