terça-feira, 17 de janeiro de 2017

UM EMAIL CURIOSO

Recebemos o email seguinte que transcrevemos na íntegra: “Boa noite! Estava pesquisando sobre cachorros pastor alemão e pastor belga malinois pois tenho uma fêmea do belga e um macho alemão e vi seu contacto! Gostaria de informação sobre a criação desses cães e sobre o cruzamento das raças. Adoro raças cachorros de grande porte! Obrigado”. Como o assunto é actual e esta hibridação cresce a olhos vistos, vamos de imediato responder a este leitor.
Caro Senhor, como grande número dos nossos artigos é dedicado à selecção, criação e treino de Pastores Alemães, aconselhamos a sua pesquisa e leitura neste blogue, recomendando o mesmo sobre os que dedicámos aos Pastores Belgas e ao Malinois especificamente. Entendemos, pelo que conhecemos do Pastor Alemão, que a raça não carece dessa hibridação para ser melhorada, uma vez que ainda possui a biodiversidade necessária para retomar e perpetuar a qualidade que lhe foi reconhecida, apesar de haver quem procure na hibridação Pastor Alemão/Malinois a obtenção de “pastores alemães optimizados”.
Considerando a génese comum de Pastores Alemães, Belgas e Holandeses, a hibridação entre os dois primeiros tende a produzir indivíduos mais próximos do Pastor Belga e mais distantes do Pastor Alemão, o que implicaria em mais nervo e menos concentração, num inusitado reforço instintivo e em maiores dificuldades de controlo, deméritos associados a exemplares mais leves e instáveis, ainda que mais rápidos e propensos ao ataque imediato. Acresce a esta tramóia, visando o alcance de Pastores Alemães outrora reprovados, o desejo de alguns criadores da raça em produzir exemplares com um desempenho igual ao cão belga, “fazendo-os” mais pequenos e irritadiços, alterações alcançadas por duvidosos critérios de selecção e pela escassez e pobreza das dietas.
Como já se apercebeu, somos contra toda e qualquer hibridação no Cão de Pastor Alemão, por achá-la desnecessária, lesiva e atentatória dos princípios que levaram à sublimidade do seu carácter, robustez e desempenho. A nossa ver, gostar de raças grandes é respeitar o seu padrão, conhecê-las a fundo e tirar delas o máximo proveito, cuidados que não se coadunam com cruzamentos arbitrários e de péssima consequência. Agradecemos o seu contacto e mantemo-nos disponíveis para mais esclarecimentos e troca de opiniões. 

Sem comentários:

Enviar um comentário