David
Pitbladdo é um treinador canino escocês de St Madoes em Perthshire, actualmente
com 42 anos de idade, vinte dos quais passados a adestrar cães e ainda a
trabalhar no “Perthshire Gundog Rescue”, que apostado em denunciar os
malefícios provocados pelas coleiras de choque nos cães, que considera uma
crueldade desnecessária (nós pensamos o mesmo), decidiu colocar em si próprio
um daqueles utensílios dolorosos, deixando-se filmar debaixo da sua nociva e
repetitiva acção num vídeo que não deixa dúvidas a ninguém, onde são visíveis
as suas dificuldades em falar e ouvidos os seus gritos de dor, por vezes
acompanhados por linguagem pouco recomendável. Pitbladdo adiantou ainda que
debaixo da acção dos choques sentiu fortes apertos no pescoço e no peito, que o
seu pescoço ficou vermelho e que os seus índices de concentração foram
seriamente abalados.
No
Reino Unido estes dispositivos são legais e o mesmo se passa em Portugal, onde
qualquer um poderá adquiri-los numa comum loja para animais ou através da
Internet, apesar de dolorosos e dispensáveis. O vídeo e experiência produzidos
por Pitbladdo foram mais uma acha para a fogueira no combate à crueldade
imposta aos cães, levando um porta-voz do governo escocês a prenunciar-se sobre
o assunto nas seguintes palavras: "Confirmámos a nossa intenção de
introduzir novos e estritos regulamentos acerca da utilização de material
electrónico de formação, permitindo a sua utilização apenas sob a orientação de
formadores aprovados ou veterinários. Os detalhes serão determinados através de
discussão com as principais partes interessadas, incluindo organizações de
bem-estar dos animais, e será depois elaborada legislação secundária para
introdução no final de 2017."
Pelo
que depreende, a tónica do comunicado é por demais conservadora (o que não o será
no Reino Unido?) mas a disponibilidade para a discussão já é uma vitória.
Considerando o bem-estar dos cães, seria muito bom que se passasse rapidamente
das promessas à prática, pois tais coleiras podem causar danos irreparáveis no
sistema nervoso canino, cimentam uma unidade binomial baseada no medo e obstam
à genuína, profícua e desejável cumplicidade entre homens e cães. Não há nada
que o amor, a constância, a paciência, a técnica e a recompensa não consigam
fazer nos cães, verdade que torna obsoletos estes equipamentos enquanto meios
jurássicos para o entendimento interespécies. Valeu Pitbladdo!
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