Há cerca de 30 anos atrás,
na paradisíaca Quinta do Brejo, na Avessada, na altura propriedade dos
herdeiros de Mestre Nuno de Oliveira, um dos maiores vultos da equitação
tradicional portuguesa do Séc. XX, quando criávamos Pastores Alemães,
apareceu-nos um homem que desejava adquirir um cachorro, não sem antes se
inteirar da raça e conhecê-la o melhor possível, pelo que combinou connosco
passar ali o seu mês de férias. Gratos pelo seu interesse, explicámos-lhe todos
os meandros da criação, a identificar os principais impulsos herdados nos
cachorros, as particularidades das diferentes variedades cromáticas e as suas
díspares curvas de crescimento, a importância dos aprumos, os beneficiamentos
entre linhas, os defeitos a evitar nos infantes assim como as possíveis impropriedades
morfológicas e laborais presentes nalguns deles, explicações que seguia com
muita atenção e de que ia tomando nota num pequeno caderninho. Quando o mês
chegou ao fim e perante seis ninhadas, perguntámos-lhe qual era o cachorro que
pretendia levar. Eu sei lá. Você sabe tanto disto que me pode enganar – disse-nos,
saindo dali sem levar nenhum. Mais tarde viemos a saber que optou por um
Rottweiler.
domingo, 8 de janeiro de 2017
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