Como homem e adestrador
tenho vindo a assistir com alegria a uma reviravolta no uso canino, um tipo de
redenção que tem colocado em sintonia homens e animais, um volte face que irá
obrigar, inclusive, à reformulação do conceito de cães de trabalho, diante da
novidade, diversidade e montante dos serviços agora prestados pelos nossos
amigos de quatro patas.
Gradualmente, os cães de
guerra, caçadores e de perseguição têm cedido lugar aos de terapia, salvamento
e resgate, os cães-bomba são agora substituídos pelos que detectam explosivos,
os caçadores procuram sobreviventes entre escombros, outros são preciosos
auxiliares de deficientes e outros prestam-se ainda como pais adoptivos de
espécies em vias de extinção, como é o caso da cadela que vemos na foto
seguinte, a amamentar dois filhotes de panda.
Segundo tudo leva a crer,
a natureza e objectivos dos futuros centros de adestramento canino virão a
sofrer profundas alterações, sobrepondo-se o uso terapêutico canino ao seu
aproveitamento para fins bélicos, exaltando-se a cumplicidade e parceria em
detrimento da predação, até porque por toda a parte se começam a respeitar os
direitos que assistem aos animais. Tudo está a acontecer a uma velocidade
vertiginosa e os adestradores não deverão ser apanhados de surpresa, para não
correrem o risco de serem ultrapassados.
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