Diante de abusos
dificilmente alguém se calará e quando são perpetrados pela Polícia, a
consternação e a revolta aumentam, porque esperamos que ela defenda os nossos
direitos e não que os viole. O caso ocorrido há dois fins-de-semana atrás, em
Guimarães, junto ao Estádio do Vitória local, anda de boca em boca e o
descontentamento público é geral, porque um oficial de polícia agrediu um homem
na frente dos seus filhos menores, socando ainda um familiar já idoso, numa
manifestação gratuita e desmensurada de violência, lembrando tempos idos que
ninguém quer de volta. A nosso ver (talvez tenhamos vistas curtas), o agressor
é o menos culpado, porque foi objecto de selecção e admitido naquela
corporação, o que torna mais responsáveis aqueles que o aprovaram. Algo vai mal
na selecção de candidatos para as polícias e exige-se que ela seja mais
objectiva e rigorosa, pois cresce o número de agentes sensíveis à prática do
suborno e ao exercício da marginalidade, assim como os portadores de patologias
graves que acabam por comprometer a seriedade e a excelente prestação da
esmagadora maioria dos seus camaradas de armas. No meio deste lamentável
incidente, há que louvar a acção de um polícia do CI, ao tentar serenar uma das
crianças, afastando-a dos horrores a que presenciava. Oxalá episódios destes
não se repitam e os futuros candidatos a polícias venham a ser objecto de uma
avaliação psicológica séria e independente, obrigatoriamente mais rigorosa para
aqueles com funções de comando ou capazes de as alcançar, porque doutro modo
continuaremos a recrutar, a fardar e armar gente que deveria estar num
manicómio, proibida de lá sair por ser excepcionalmente violenta e representar
uma grave ameaça para a sociedade.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
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