sábado, 2 de maio de 2015

O’ER THE LAND OF THE FREE AND THE HOME OF THE BRAVE

A América (os Estados Unidos) ainda não perdeu o seu fascínio e não o perderá enquanto em cada um de nós houver um “american dream”, responsável ainda hoje pela invasão massiva e constante das suas fronteiras a Sul, tanto terrestres como marítimas, como vem sucedendo agora também na Europa via Mediterrâneo, não por “hispânicos” mas por emigrantes ilegais africanos de igual condição e desejo. Muito do pioneirismo americano permanece até aos dias de hoje (para o melhor e para o pior), uma referência maior para quem não teve Idade Média e se formou a partir de distintas levas de emigração, não sendo por isso de estranhar, encontrar por lá polícias que se sentem juízes e executores de penas, “Sheriffs” e “Marshals” que nos seus condados são reis e senhores, governando-os despoticamente e segundo leis nem sempre claras, locais, retrógradas e advindas do seu parecer, o que pode transformar-se num contratempo bastante sério para quem desejar visitar o interior dos Estados Unidos, ao desconhecer esses preceitos que facilmente os entenderá como arbitrários e ultrapassados, quiçá até irreais (o que já nos sucedeu). A América não é só Nova Iorque, é muito grande e bastante distinta dentro dos seus Estados e limites geográficos.
É sabido que a justiça norte-americana é por vezes demasiado vingativa e advinda duma política de “olho por outro e dente por dente”, que se reverteu nos primórdios em “hanged on”, debaixo de um espírito que podemos traduzir por “toma lá que já almoçaste”, o que em caso de engano não poupará os inocentes. Exemplo disso é a pitoresca notícia divulgada recentemente, ocorrida em Ohio e que envolveu uma motorista, o seu cão e um agente policial. Ao que consta, a dita senhora, ao deslocar-se a um supermercado, deixou o cão dentro do carro com as janelas fechadas num dia de muito calor. Ao regressar das compras e ao dirigir-se à sua viatura, foi surpreendida por um polícia que, longe de lhe passar qualquer multa ou de a sujeitar a qualquer advertência, não esteve com meias medidas, obrigando-a a sentar-se ao lado do exausto animal nas mesmas condições (sem ligar o carro, com o ar condicionado desligado e com as janelas fechadas), para que compreendesse o mal que havia feito ao cão (incidente que não é inédito nos States). Como a lesada não apreciou a sauna a que se viu forçada, decidiu apresentar queixa em tribunal contra aquele agente da autoridade, muito embora o homem do uniforme argumente não ter dado uma ordem explícita àquela dona desleixada mas formulado apenas um pedido. Seja como for, “é uma lição e pêras”, somente possível naquelas latitudes ou em regimes por demais autoritários, muito embora haja ocasiões em que nas apeteça fazer o mesmo. Independentemente do desfecho do processo, a menos que aquela cidadã seja tola (o que tudo indica que seja), não voltará a deixar o seu pet nas mesmas condições.
E como as distracções, os desleixos e as tolices não acontecem só na América, porque doutro modo não nos faltariam americanos por aqui, agora que os dias começam a aquecer e o calor aperta, não deixe o seu cão dentro do carro sem ventilação, procure estacionar a viatura à sombra e não se demore. Não tendo a possibilidade de garantir estas condições, porque não são fáceis de encontrar, mais vale deixar o seu companheiro de quatro patas em casa, onde se sentirá mais cómodo e onde correrá menos riscos para a sua saúde. Os cães mais sujeitos aos golpes de calor são os de focinho curto, os de manto mais denso e os de cor escura, os cachorros e os idosos, os mais obesos e os arredados do exercício físico regular, para além daqueles que apresentam insuficiência ou dificuldades respiratórias por histórico clínico individual ou carga genética, animais para quem a presença continuada dentro de viaturas poderá ser fatal nos dias com temperaturas mais elevadas.

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