domingo, 31 de maio de 2015

QUANDO EUTANASIAR?

Aqui está uma questão de difícil resposta mas que não param de fazer-nos, apesar do assunto estar longe do nosso agrado, porque labutamos pela longevidade dos cães e não pelo encurtamento dos seus dias. A última palavra para o abate forçado de um cão caberá ao seu dono, árdua decisão a que todos se esquivariam se pudessem e que tentamos postergar o mais possível, considerando os fortes laços afectivos e a cumplicidade que mantemos com estes companheiros, sem dúvida únicos, que passam a sua vida ao nosso lado e que alegram os nossos corações, acompanhando-nos nas veredas que temos que trilhar. Sim, quando morre o nosso cão ficamos mais pobres, porque é um amigo que parte e na vida não teremos muitos, levando consigo algo de nós que jamais recuperaremos, um vazio que em vão tentaremos preencher, já que o tempo não volta atrás. Quanto mais próxima e profunda for relação entre o dono e o seu cão, mais difícil se tornará tomar a decisão de abatê-lo.
Conscientes do melindre da situação, apenas podemos adiantar as razões que nos levaram e infelizmente levarão a eutanasiar os nossos cães, que mais consideram o sofrimento dos animais do que o nosso, princípio para nós razoável e altruísta que deverá suplantar a nossa perca. Não será a idade, o menor préstimo, alguma incapacidade ou a trabalheira que nos forçarão ao abate dos animais, muito menos a nossa conveniência ou a de outros, mas a presença de enfermidades progressivas (terminais) sem recuperação, que gradualmente vão privando os cães das suas funções vitais, sujeitando-os a uma vida quase vegetativa e artificial pela aplicação continuada de um conjunto de drogas.
Quando adquirimos um cão não pensamos no caso e quando ele nos aflora tentamos esquecê-lo, como se a morte não viesse, tardasse em demasia ou chegasse súbita e indolor, mercê do apego à vida que a todos mantém de pé (homens e cães), expectativa biológica, antropológica e cultural que alguns tratam por fé e que os leva a sonhar com a imortalidade. Não obstante, mais importa trabalhar pelo aumento da esperança de vida dos cães do que lamentar precocemente a sua morte, dispensando-lhes todos os cuidados inerentes ao seu bem-estar, porque a sua vida é curta e importa que a vivam plenamente. 

Sem comentários:

Enviar um comentário