Quem
visitar os actuais canis de abrigo que têm animais para adopção, espanta-se com
o número de cães de médio e grande porte que por lá há, muitas vezes ali
alojados ao longo de anos, sem resgate ou saída à vista. Toda a gente sabe que
os cães grandes têm menos procura, porque comem mais e são por isso mesmo mais
dispendiosos. Acresce ainda a necessidade que têm de maior espaço, o que os
torna de difícil arrumação num comum apartamento. Quem os procura, procura-os
para moradias, quintas e fábricas, para reforço da defesa e segurança desse
tipo de propriedades, que exigem um cão grande para meter respeito e que impeça
de alguma forma a sua invasão. Acontece que a maioria dos cães resgatados,
quando não a sua totalidade, acaba por ser castrada antes da maturidade sexual,
o que tem vindo a roubar o préstimo a estes animais, uma vez que se tornam por
demais amistosos e sociáveis, impróprios para defender seja o que seja,
inclusive a si próprios. Uma vez capados, facilitam o seu alojamento e
integração nos canis de resgate, já que naturalmente são menos quezilentos que
os seus congéneres mais pequenos, ainda que fiquem a tremer com medo de tudo e
de todos, porque raramente saiem à rua ou alguém os leva a passear. Grandes sem
ser grande coisa, a maioria destes cães acabará para sempre nos canis de
resgate tal qual infantes discriminados em lares da Misericórdia, cuja adopção
difilmente acontecerá. Neste e noutros casos, não deverá a opcão pela castração
ser repensada, já que os cães grandes são preteridos diante dos pequenos como
animais de companhia?
sexta-feira, 29 de março de 2013
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