Quando se
têm alojados vários cachorros no mesmo canil ou a coabitar no mesmo território
e eles já alcançaram os quatro meses de idade (idade da cópia), altura em que
começam a escalonar-se e a estabelecer a hierarquia, se um deles adoece e acaba
internado num hospital ou clínica veterinária, alguns cuidados há que haver na
sua reintegração na matilha, especialmente se o internamento for superior a um
dia ou dois, o que geralmente acontece, porque os residentes poderão tentar
expulsar aquele que se pretende reinstalar, uma vez que a ausência deste poderá
ter provocado alteração no escalonamento social. O caso agrava-se entre os cães
reconhecidamente territoriais e nas matilhas onde as fêmeas se encontram em
maioria.
O internamento de cachorros é uma medida extrema
que visa a sua plena recuperação e não deve ser implementada por sistema,
comodidade ou lucro, particularmente na presença do caso acima descrito. Sempre
que tal seja possível e daí não resultar qualquer perigo para os demais, o
cachorro deverá ser tratado em casa,
desde que coma e o seu enfraquecimento não seja por demais evidente, o que
agravaria substancialmente a sua desvantagem em relação aos restantes membros
do grupo, podendo no entanto ser tratado e alojado em separado.
Diante
das circunstâncias adiantadas no primeiro parágrafo e justificando-se o
internamento, a integração do convalescente deverá ser gradual e vigiada,
evitando-se os perigos do confinamento forçado que só agravariam a situação.
Assim, os cachorros deverão primeiro familiarizar-se no exterior ou nos locais
destinados à sua evasão e brincadeira, para que a aceitação do retornado
aconteça sem maiores riscos e atropelos. Se assim não se proceder, porque os
cães são seres sociais e animais de hábitos, podemos estoirar psicologicamente
o cachorro que intentámos recuperar. Os cães aprendem, crescem e evoluem de
acordo com a sua experiência de vida (experiência directa). Cabe a cada um de
nós aplainar o seu caminho, suavizar o seu trajecto, evitar as suas
experiências negativas (passíveis de trauma) e tudo fazer para que vivam confiantes
e sem temor.
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