Esta é
uma nova rubrica que editaremos todas as semanas: “ADIVINHE AS CONSEQUÊNCIAS”. Nela relateremos episódios reais e as
suas repercussões, tanto para nós como para os nossos cães, apertos a evitar
pela denúncia e pela solução que sempre adiantaremos. Diz-se por aí que as
escolas não ensinam os novos alunos a raciocinar, que mais obrigam o “marranço”
do que ao descernimento lógico. Custa-nos a acreditar que sim e também não
queremos contribuir para que isso aconteça. Vamos ao caso desta semana:
Uma aluna nossa, apaixonada por cães e a trabalhar
em regime de voluntariado numa associação de recolha de animais, decidiu deslocar-se
ali acompanhada pelo seu cão. Preso a uma corrente por ausência de outro tipo
de instalação e quase desde sempre, estava um cão médio-pequeno que ao esticar
a prisão se acercou deles, não manifestando de imediato qualquer tipo de
hostilidade para ambos. Os animais cheiraram-se e nem sequer houve lugar a
qualquer rosnadela, tudo parecia perfeito e a decorrer dentro da maior normalidade,
o que levou a dona do cão visitante a soltá-lo. Inesperadamente (para ela),
quando o seu cão entrou a correr pelo perímetro do outro adentro, sofreu uma
valente dentada no dorso, certificada pelos quatro buracos lá deixados. È
evidente que se ela soubesse ou adivinhasse as consequências, jamais soltaria o
seu cão! Mas seriam assim tão difíceis de prever?
É do
conhecimento geral que os cães acorrentados tornam-se mais agressivos e
territoriais, que a “terapia da corrente” é usada para aumentar a sua
agressividade e irritabilidade (veja-se o caso das trelas elásticas usadas nos
treinos de ataque), que quanto mais exíguo é um território, mais ele induz à
sua defesa, que os cães têm o dobro da força e de ânimo quando atrelados aos
donos e que a corrente tende a substituir a sua presença, surtindo o mesmo
efeito. Assim, face ao estímulo induzido pela prisão, nenhum cão verá com bons
olhos a invasão do seu território e não deixará de perseguir outro que nele se
constituir em presa, mesmo que seja um pobre coitado e somente grato por umas míseras
sopas. Mais valia à menina ter soltado o cão acorrentado, porque uma vez à
solta, por se sentir vulnerável e menos confortável, dificilmente encontraria
razão para descarregar no outro. O facto dos cães se haverem cheirado nada
garante, até porque os ataques ocorrem normalmente depois desse modo de identificação.
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