sexta-feira, 29 de março de 2013

PRETA, PRETA, PRETA!

Sempre vamos ter que levar com os cães dos outros, porque não existe qualquer entrave para quem desejar adquirir um, o que muito se lamenta por via dos disparates que por aí vão! Sempre à mesma hora e mal a alvorada desponta, determinado cidadão, a quem não inquirimos o nome, sai à rua com as suas duas rafeiras, uma dourada a acusar o peso dos anos e uma preta jovem. Ambas deambulam à solta por ondem passam, longe do controlo do dono e ávidas de estabelecer confusão, a velha morde em tudo o que se aproxima, apesar do mau estado dos seus dentes, e a nova embrulha-se na brincadeira com qualquer cão que encontre. Uma vez estabelecida a confusão, que se repete todos os dias, tanto úteis quanto feriados, a gritaria repete-se: “Preta…Preta…Preta!”, e toda a vizinhança se vê assim obrigada a pôr o pé fora da cama! E como se o incómodo não bastasse, o homem ainda maltrata quem se queixa das investidas das suas pupilas. Perante a insanidade do dono, a necessitar de identificação e tratamento, não se augura uma vida longa para os animais, assim como não se garante que a integridade física do homem saia sempre incólume, pois há quem diga que isso já peca por ser tarde. Valha-nos este País de brandos costumes, onde os sãos se calam e os insanos gritam à vontade.

Sem comentários:

Enviar um comentário