sexta-feira, 29 de março de 2013

FRANCISCO I: O 1º PAPA SUL-AMERICANO

Quando já se alvitrava a hipótese de virmos a ter um papa africano, eis que nos surge um latino-americano, muito embora seja mais italiano do que oriundo da miscigenação há muito empreendida por aquelas bandas. Este jesuíta abraçou como lema a opção pelos pobres, mesmo que estes nada entendam da liturgia tridentina, que parece ser do agrado do novo bispo de Roma. Será que é desta, atendendo ao modelo da Igreja Primitiva, que a repartição dos bens sucederá à Eucaristia? Parece-nos pouco provável tendo em conta a tradição, o poder instituído e os direitos adquiridos de uns tantos, particularmete agora, diante da falência e afundamento do estado social nos países europeus mediterrânicos, uma vez que a “eternidade” do catolicismo mais deve à sua adaptação aos reinos do poder do que ao beneplácito do Reino da Glória, na tradicional (secular) transubstanciação da doutrina em política. Mas quem tem como modelo Francisco de Assis e é jesuíta, apesar das históricas dissensões conceptuais, muita novidade pode trazer e qualquer bem é aguardado com muita expectativa. O que é certo é que habemus um Papa “Chico” ou “Paco”, consoante o lado da fronteira onde nos encontrarmos. Numa casa a precisar de reforma há séculos, Jorge Bergoglio terá muito trabalho pela frente, mais dentro do que fora de portas, ainda que a sua influêcia no Mundo não possa ser desconsiderada. Será ele o Papa que a Cristandade há tanto espera ou aguardamos outro? Caso  não o seja, o que podemos esperar: um piedoso estadista ou um dogmático da continuidade?

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