Quando já se alvitrava a hipótese de virmos a ter
um papa africano, eis que nos surge um latino-americano, muito embora seja mais
italiano do que oriundo da miscigenação há muito empreendida por aquelas
bandas. Este jesuíta abraçou como lema a opção pelos pobres, mesmo que estes
nada entendam da liturgia tridentina, que parece ser do agrado do novo bispo de
Roma. Será que é desta, atendendo ao modelo da Igreja Primitiva, que a
repartição dos bens sucederá à Eucaristia? Parece-nos pouco provável tendo em
conta a tradição, o poder instituído e os direitos adquiridos de uns tantos,
particularmete agora, diante da falência e afundamento do estado social nos
países europeus mediterrânicos, uma vez que a “eternidade” do catolicismo mais deve
à sua adaptação aos reinos do poder do que ao beneplácito do Reino da Glória,
na tradicional (secular) transubstanciação da doutrina em política. Mas quem
tem como modelo Francisco de Assis e é jesuíta, apesar das históricas
dissensões conceptuais, muita novidade pode trazer e qualquer bem é aguardado
com muita expectativa. O que é certo é que habemus
um Papa “Chico” ou “Paco”, consoante o lado da fronteira onde nos encontrarmos.
Numa casa a precisar de reforma há séculos, Jorge Bergoglio terá muito trabalho
pela frente, mais dentro do que fora de portas, ainda que a sua influêcia no
Mundo não possa ser desconsiderada. Será ele o Papa que a Cristandade há tanto espera
ou aguardamos outro? Caso não o seja, o
que podemos esperar: um piedoso estadista ou um dogmático da continuidade?
sexta-feira, 29 de março de 2013
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