segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O chacal e os cães de Sulimov

Todos os criadores experimentados, depois de conhecerem afincadamente os seus cães e as raças que produzem, as suas menos valias e virtudes perante novos desafios, porque são criadores e visam o beneficiamento, nalgum momento hão-de sonhar com a hibridação, quer aproveitando as raças já existentes quer recorrendo aos diferentes cães silvestres (selvagens), tentando contrariar algumas lacunas provenientes do eugenismo operado até aqui, fortemente estético e nem sempre vocacionado para a utilidade. Tal foi o caso de Klim Sulimov, um russo a trabalhar para a Aeroflot no aeroporto moscovita de Sheremetyevo, que treina cães para a detecção de explosivos e dos seus componentes. Este canicultor, no intuito de produzir cães de faro superiores, recorreu à hibridação dos seus cães com o chacal (canis mesomelas). Como os híbridos da 1ª geração se revelaram resistentes ao trabalho, ele acabou por beneficiá-los com outros cães, produzindo assim animais extraordinários para a detecção de bombas. Estes cães existem apenas na Rússia e não se prevê quando ultrapassarão as suas fronteiras.

O cão quando cruzado com o lobo, o dingo e o chacal pode dar híbridos férteis, acontecendo o mesmo nos cruzamentos do lobo com o dingo e o chacal. A hibridação do cão com outros canídeos selvagens não se esgota aqui e vai acontecendo um pouco por toda a parte do globo. Nos Estados Unidos proliferam os híbridos de lobo e noutras paragens pode acontecer, sem interferência humana, a hibridação entre lobos e chacais. O desuso de outros canídeos para este efeito encontra-se ligado ao seu escasso número ou à sua anunciada extinção.

Sem comentários:

Enviar um comentário