Ao que parece, a realeza
britânica já teve melhores dias, ou anda em maré de azar ou está a cair de
podre. Depois do Princípe Filipe, marido da Rainha Isabel, agora com 97 anos,
ter provocado um acidente de trânsito ao volante de seu Land Rover no passado
dia 17 de Janeiro (o velhote já só deveria conduzir buggies de golf, em recinto
fechado, debaixo de observação e de todas as cautelas), chegou a vez da
Princesa Ana, o primeiro membro da realeza a ser condenado nos últimos 100
anos.
A filha de Isabel II, que
dispensou qualquer tratamento diferencial, foi condenada pelo Tribunal de
Berkshire a pagar uma multa de 500 libras esterlinas (575,03€) a duas vítimas
do ataque do seu Bull Terrier “Ditty” e a mais 148 libras de custas judiciais,
ao dar-se como culpada do ocorrido há 17 anos atrás, quando o Bull Terrier atrás
mencionado fugiu do seu carro e atacou duas crianças num parque em Windsor. Uma
delas foi mordida na clavícula e na perna, a outra ficou com marcas de
arranhões no antebraço, costas e pernas. Felizmente nenhuma delas precisou de
levar pontos, apesar de terem chegado ao hospital traumatizadas.
Depois do sucedido, a
Princesa viu-se obrigada a treinar o seu cão e a mantê-lo sempre atrelado na
via pública, porque foi avisada pelo juíz daquela época a fazê-lo, que lhe
disse ainda , caso o cão fosse reincidente, que seria abatido! Na altura ouviram-se
muitas vozes a pedir o abate daquele Bull Terrier, mas a opinião do psicólogo
canino Roger Mugford (na foto abaixo), que já havia acompanhado os Corgis da
Rainha e que é vedeta nas televisões do Reino Unido, prevaleceu, ao considerar
o cão em questão como "completamente plácido e brincalhão", opinião que o livrou do abate. A
pena mais severa aplicada ali para casos destes é de 5.000 libras de multa, 6
meses de prisão e o abate do cão. Resta saber se ele seria poupado caso
pertencesse a um ignoto plebeu.
Estes Sachsen-Coburg und
Gotha, mal encapotados debaixo da Casa de Windsor e agora sem necessidade, uma
vez que os britânicos já não estão em guerra com os alemães, a menos que o
Brexit a isso leve, são indivíduos de históricas e arrebatadoras paixões,
destaque que os torna iguais aos diferentes povos que representam, mas que
não governam. Assim foram os nossos, assim são os dos ingleses. Se o nosso D. Fernando
II veio a casar morganaticamente e em segundas núpcias com uma cantora de
ópera, também Eduardo VIII, Rei do Reino Unido e Imperador da Índia, abdicou do
trono para casar com uma socialite norte-americana. Dando seguimento à
tradição, ainda recentemente o Duque de Sussex casou com uma actriz também norte-americana
e de ascendência africana.
Deseja-se, à medida que o
sangue azul se vai transformando no vermelho de todos nós, que mais membros da
realeza não sejam condenados, o que não é difícil de acontecer, porque os povos
gozam naturalmente de mais bom senso do que os monarcas que os representam. Será
porquê? Será por causa da endogamia e da consanguinidade que também afectam os
cães com pedigree? Apesar de tudo e venha o que viver, eu continuo a admirar e
respeitar a Rainha Isabel II.
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