Alexey Mirankov, um pacato
cidadão russo que dificilmente ficará prà história, dono de dois cães e morador
na aldeia de Kozino, nos arredores de Moscovo, acordou às 06H30 da manhã com um
puma no seu quintal, disposto a brincar com os seus cães por tempo
indeterminado, caso os serviços de emergência locais não lhe tivessem disparado
um tranquilizante, solução que só veio a acontecer uma hora e meia depois e que
não impediu que o felino tivesse abocanhado um dos cães durante oito minutos,
fiel companheiro que sobreviveu àquela provação somente com uma pequena lesão,
possivelmente porque a fera era amansada e encontrava-se de barriga cheia. As
imagens do ocorrido podem ser vistas em https://www.youtube.com/watch?v=xrXjqLpXM34.
A presença do puma nos
jardins e quintais daquele aglomerado habitacional deixou os seus habitantes
profundamente assustados, nomeadamente o que viu o seu cão abocanhado, que não
se cansou de dar graças aos céus por ter a sua filhinha dentro de casa naquela
hora, uma menina de 5 anos de idade que bem cedo adora deambular pelo quintal.
Segundo afirmam os
moradores de Kozino, o felino invasor é propriedade de um oligarca local que o
tem como animal de estimação e que vive num complexo habitacional de elite
próximo, o Fryaz ou Gryaz, lar de muitas celebridades russas. Após o sucedido,
a pensar na sua segurança e na das suas famílias, os mesmos moradores estão
agora a exigir medidas que regulem a posse destes perigosos “animais de
estimação” que são pertença dos russos mais endinheirados.
Sempre ouvi dizer que “os
extremos se tocam” ou “tocam-se”, o que parece comprovar-se mais uma vez na
actual Rússia, que transitou facilmente de um austero e mui apregoado regime doutrinário
comunista para um capitalismo selvagem sempre precedentes, fenómeno há muito
conhecido e que de imediato me lembra de Manuel de Brito Camacho, um aljustrelense
que foi médico militar, escritor, publicista e político da I República
Portuguesa, onde para além de ter fundado o Partido Unionista e o seu órgão oficioso,
foi também Ministro do Fomento (1910-1911) e Alto-comissário da República em
Moçambique (1921-1923), que acerca destas pseudo mudanças de ideais, disse a
determinado trecho: “As moscas mudam, mas a merda é a mesma”. Já não houve quem
transitasse da União Soviética para a Federação Russa e passasse de agente da
KGB para Presidente?
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