Escolher cães nunca foi fácil, escolhê-los para a
função também não e constituir uma matilha funcional muito menos. Imagine-se,
porque todos cometem erros, que determinado adestrador errou na escolha de um
cachorro, tomando por “alfa” um “beta”, a destinar a uma matilha carenciada de
liderança. Estará ela condenada ao logro e ao fracasso, uma vez que já possuía
um macho-beta e o novo tambem o é?
Não
necessariamente, porque a existência dos dois machos, a competetividade entre
si, o viver social canino e a presença de cadelas induzem à investidura e
promoção de um deles nessa categoria dentro do grupo. É possível que a
qualidade da liderança não seja a desejável, mas a matilha funcionará em pleno
graças ao escalonamento ratificado pela estrutura social, isto se os machos se
encontrarem nas mesmas condições e forem alvo de idêntica capacitação, primeiro
individualmente e depois em grupo. Também a presença de dois cães
muito-dominantes numa matilha não os transforma automaticamente em “alfas”,
pois só um o será, muito embora a luta pelo poder venha a ser deveras violenta.
O fenómeno que leva à ascenção do “beta” em “alfa” é obra do grupo e por isso
mesmo de origem social. Pela mesma razão, os cães têm o dobro da força quando
se encontram atrelados aos donos e muitas cadelas não aceitam os machos quando
os seus proprietários se fazem presentes.
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