quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A RAÇA QUE SOBREVIVEU AO IMPÉRIO

A foto acima tem perto de 70 anos e os dois retratados são fáceis de identificar. Em primeiro plano temos Adolf Hitler, o fuhrer e visionário do III Reich, sentado numa cadeira de campo e a seu lado, também sentado, um Pastor Alemão. Do homem de Braunau am Inn importa-nos que a terra lhe seja pesada, que não ressuscite como foi ou encarne noutro igual, apesar de ser curiosa a posição das suas mãos, provavelmente atormentadas por tremeliques, a menos que o homem estivesse a dizer algo parecido com “Ò Abreu dá cá o meu” ou a sofrer de androginia. Mais nos importa o cão e em particular a sua variedade cromática, que é parcialmente afogueada e notoriamente descendente de cães negros unicolores. Tempos houve em que exemplares destes eram também registados como negros.
O III Reich já passou à história, acabou num bunker em Berlim,  finou-se, o que não significa que todos os seus males partiram com ele, pois há ainda quem sofra por sua causa e não consiga esquecer os seus horrores. Afortunadamente o Cão de Pastor Alemão sobreviveu-lhe e continua entre nós tal como foi, apesar de quase extinto pelos predicados estéticos, gostos de ocasião e sucessivas modas em que se viu enleado, que lhe proibiram o trabalho para o qual havia sido criado. Pouca gente sabe que os cães negros foram uns dos primeiros padreadores da raça e a foto isso comprova. A paixão pelos Pastores Alemães negros creditou a Acendura, fê-la crescer e recriar a magnanimidade dos pastores doutrora, tanto física como cognitivamente, enquanto outros desprezavam a variedade por ser recessiva. Quem já teve um Pastor Alemão negro e pôde apreciar todo o seu manancial, dificilmente optará por outra variedade de Pastor Alemão, porque sabe que os negros são únicos e próximos de uma relação telepática com os donos.
Diz-se que há males que vêm por bem, assim foi o caso da foto introdutora, porque através dela pretendemos homenagear o cão da nossa eleição e incentivar outros à sua perpetuação, para que ontem como hoje, o Cão de Pastor Alemão seja procurado, respeitado e admirado, enquanto auxiliar de renome e companheiro sempre fiel. Essa tem sido a nossa experiência e nunca fomos desapontados.

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