quinta-feira, 5 de setembro de 2013

OS MIÚDOS SÃO LEVADOS DA BRECA!

Num País onde a um conjunto de barracos, rodeados de cascalho e à torreira do sol se chama de hotel canino, pode parecer ficção falar sobre canis. Entendemos nós e nisto temos sido bem sucedidos, que o canil destinado a um cão, independentemente de ser quadrado, rectangular, circular ou triangular, deverá ter duas partes: uma coberta e outra descoberta, tendo a última o triplo da área da primeira, que nunca deverá ter menos de 6 m2, o que dará uma área total de 24 m2. Pondo de parte outras considerações, que são inúmeras, debruçar-nos-emos somente sobre a parte coberta e a sua importância para o bem-estar dos cães.
A parte coberta deverá ser constituída por duas partes e dividida ao meio, com uma altura de 2 m e com uma parede divisória de alto a baixo, sobrando somente uma entrada de 80 X 200 cm, o que equivale a dizer que deverá ter uma câmara e uma antecâmara. Na antecâmara colocaremos o bebedouro regulável e o doseador de ração e na câmara o estrado para o animal dormir. Não fechar a câmara de alto a baixo é aumentar a vulnerabilidade, atentar contra o sossego e impedir a defesa do animal, já que fica sem refúgio e impossibilitado de se defender, sujeito a todo o tipo de traumas e agressões, que foi exactamente o que aconteceu na semana passada, num canil sem esse cuidado, de frente gradeada e com 9 m2 de área coberta.
Como a parede de separação das câmaras era de apenas 1m e o canil tinha 2 de altura, o que não permitia ao animal ocultar-se, meia dúzia de míudos, convidados da casa e levados da breca, não tendo outra coisa que fazer, dedicaram-se a assustar o cão ali residente, picando-o com varas e jogando-lhe água para cima, à socapa. É interessante saber que o cão foi ensinado a não molestar crianças. Depois da saída dos pirralhos, o cão nunca mais se sentiu bem dentro do canil e resistia em voltar para lá. Uma vez ali fechado tremia assustado, negava-se a comer e despejava o doseador de ração para o chão. Por causa do sucedido e sem melhoras à vista, o cão foi transferido para outro canil, onde agora não manifesta qualquer dos sintomas anteriores. Nada disto teria acontecido se a parede entre as câmaras fosse do chão ao tecto.

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