Quem
visitar os actuais canis de abrigo que têm animais para adopção, espanta-se com
o número de cães de médio e grande porte que por lá há, muitas vezes ali
alojados ao longo de anos, sem resgate ou saída à vista. Toda a gente sabe que
os cães grandes têm menos procura, porque comem mais e são por isso mesmo mais
dispendiosos. Acresce ainda a necessidade que têm de maior espaço, o que os
torna de difícil arrumação num comum apartamento. Quem os procura, procura-os
para moradias, quintas e fábricas, para reforço da defesa e segurança desse
tipo de propriedades, que exigem um cão grande para meter respeito e que impeça
de alguma forma a sua invasão. Acontece que a maioria dos cães resgatados,
quando não a sua totalidade, acaba por ser castrada antes da maturidade sexual,
o que tem vindo a roubar o préstimo a estes animais, uma vez que se tornam por
demais amistosos e sociáveis, impróprios para defender seja o que seja,
inclusive a si próprios. Uma vez capados, facilitam o seu alojamento e
integração nos canis de resgate, já que naturalmente são menos quezilentos que
os seus congéneres mais pequenos, ainda que fiquem a tremer com medo de tudo e
de todos, porque raramente saiem à rua ou alguém os leva a passear. Grandes sem
ser grande coisa, a maioria destes cães acabará para sempre nos canis de
resgate tal qual infantes discriminados em lares da Misericórdia, cuja adopção
difilmente acontecerá. Neste e noutros casos, não deverá a opcão pela castração
ser repensada, já que os cães grandes são preteridos diante dos pequenos como
animais de companhia?
sexta-feira, 29 de março de 2013
INTERNAMENTO E IDADE DA CÓPIA
Quando se
têm alojados vários cachorros no mesmo canil ou a coabitar no mesmo território
e eles já alcançaram os quatro meses de idade (idade da cópia), altura em que
começam a escalonar-se e a estabelecer a hierarquia, se um deles adoece e acaba
internado num hospital ou clínica veterinária, alguns cuidados há que haver na
sua reintegração na matilha, especialmente se o internamento for superior a um
dia ou dois, o que geralmente acontece, porque os residentes poderão tentar
expulsar aquele que se pretende reinstalar, uma vez que a ausência deste poderá
ter provocado alteração no escalonamento social. O caso agrava-se entre os cães
reconhecidamente territoriais e nas matilhas onde as fêmeas se encontram em
maioria.
O internamento de cachorros é uma medida extrema
que visa a sua plena recuperação e não deve ser implementada por sistema,
comodidade ou lucro, particularmente na presença do caso acima descrito. Sempre
que tal seja possível e daí não resultar qualquer perigo para os demais, o
cachorro deverá ser tratado em casa,
desde que coma e o seu enfraquecimento não seja por demais evidente, o que
agravaria substancialmente a sua desvantagem em relação aos restantes membros
do grupo, podendo no entanto ser tratado e alojado em separado.
Diante
das circunstâncias adiantadas no primeiro parágrafo e justificando-se o
internamento, a integração do convalescente deverá ser gradual e vigiada,
evitando-se os perigos do confinamento forçado que só agravariam a situação.
Assim, os cachorros deverão primeiro familiarizar-se no exterior ou nos locais
destinados à sua evasão e brincadeira, para que a aceitação do retornado
aconteça sem maiores riscos e atropelos. Se assim não se proceder, porque os
cães são seres sociais e animais de hábitos, podemos estoirar psicologicamente
o cachorro que intentámos recuperar. Os cães aprendem, crescem e evoluem de
acordo com a sua experiência de vida (experiência directa). Cabe a cada um de
nós aplainar o seu caminho, suavizar o seu trajecto, evitar as suas
experiências negativas (passíveis de trauma) e tudo fazer para que vivam confiantes
e sem temor.
ADIVINHE AS CONSEQUÊNCIAS: ELES JÁ SE HAVIAM CHEIRADO!
Esta é
uma nova rubrica que editaremos todas as semanas: “ADIVINHE AS CONSEQUÊNCIAS”. Nela relateremos episódios reais e as
suas repercussões, tanto para nós como para os nossos cães, apertos a evitar
pela denúncia e pela solução que sempre adiantaremos. Diz-se por aí que as
escolas não ensinam os novos alunos a raciocinar, que mais obrigam o “marranço”
do que ao descernimento lógico. Custa-nos a acreditar que sim e também não
queremos contribuir para que isso aconteça. Vamos ao caso desta semana:
Uma aluna nossa, apaixonada por cães e a trabalhar
em regime de voluntariado numa associação de recolha de animais, decidiu deslocar-se
ali acompanhada pelo seu cão. Preso a uma corrente por ausência de outro tipo
de instalação e quase desde sempre, estava um cão médio-pequeno que ao esticar
a prisão se acercou deles, não manifestando de imediato qualquer tipo de
hostilidade para ambos. Os animais cheiraram-se e nem sequer houve lugar a
qualquer rosnadela, tudo parecia perfeito e a decorrer dentro da maior normalidade,
o que levou a dona do cão visitante a soltá-lo. Inesperadamente (para ela),
quando o seu cão entrou a correr pelo perímetro do outro adentro, sofreu uma
valente dentada no dorso, certificada pelos quatro buracos lá deixados. È
evidente que se ela soubesse ou adivinhasse as consequências, jamais soltaria o
seu cão! Mas seriam assim tão difíceis de prever?
É do
conhecimento geral que os cães acorrentados tornam-se mais agressivos e
territoriais, que a “terapia da corrente” é usada para aumentar a sua
agressividade e irritabilidade (veja-se o caso das trelas elásticas usadas nos
treinos de ataque), que quanto mais exíguo é um território, mais ele induz à
sua defesa, que os cães têm o dobro da força e de ânimo quando atrelados aos
donos e que a corrente tende a substituir a sua presença, surtindo o mesmo
efeito. Assim, face ao estímulo induzido pela prisão, nenhum cão verá com bons
olhos a invasão do seu território e não deixará de perseguir outro que nele se
constituir em presa, mesmo que seja um pobre coitado e somente grato por umas míseras
sopas. Mais valia à menina ter soltado o cão acorrentado, porque uma vez à
solta, por se sentir vulnerável e menos confortável, dificilmente encontraria
razão para descarregar no outro. O facto dos cães se haverem cheirado nada
garante, até porque os ataques ocorrem normalmente depois desse modo de identificação.
PERPETUAR A ANSIEDADE
A ansiedade canina continua a ser procurada nas
ninhadas, aproveitada e potenciada no adestramento, porque carrega
desconfiança, suscita agressividade e induz ao ataque. Por causa disto, um bom
figurante não tem preço e sempre acabará bem sucedido. Quando a ansiedade é
genética e de alguma forma sempre o é, com meia dúzia de "toques”, saiem os
cães a morder nas estrelas! A ansiedade
que provoca a avidez da explosão, também tem sido utilizada noutras modalidades
caninas distantes do propósito guardião, porque o stresse que a acompanha
acabará por ser aproveitado. Existem raças mais ansiosas que outras e aqui a
morfopsicologia e a fisiognomia poderão ajudar-nos de sobremaneira na sua identificação,
melhor do que na compreensão das pessoas. Todos sabemos que os lupinos e os
vulpinos são mais voláteis que os molossos, por exemplo. E depois, a ansiedade
não consegue esconder o medo atávico que leva à defesa, o que a muitos faz
jurar, que um casal de cobardes, mais facilmente gerará uma prole de valentes.
Até quando ensinaremos os cães debaixo de stresse e perpetuaremos a sua
ansiedade? Ansiedade e disparate não andarão de mãos dadas? Será a ansiedade
boa conselheira ou levará a acções mecânicas previsíveis para quem as conhece e
de grave consequência para quem as ignora? Que qualidade de vida terá um cão
dominado pela ansiedade?
Muitas
vezes sem repararmos, inconscientemente, contribuimos de modo eficaz para o
aumento da ansiedade nos nosos cães, tanto no convívio diário como quando
intentamos adestrá-los. Como são inúmeras as situações em que isso acontece e
não podemos aqui contemplar todas, vamos remeter-nos ao caso do cão que resiste
ao comando de “quieto” e que executa o “aqui” num ápice, desnecessitando de ser
chamado. O comando de “aqui” acontece naturalmente nos cães, como uma resposta
natural por força do seu sentimento gregário. Já o comando de “quieto”, por ser
uma resposta artifical, carece de condicionamento e recapitulação para a sua
assimilação, porque os cães, tanto os lobos como os familiares, preferem o
trabalho em grupo e não se sentem confortáveis quando isolados. O isolamento de
um canídeo, sem a interferência humana, sempre resultará da expulsão que induz
ao exílio forçado e nenhum cão gostará de se ver ou sentir nesses “assados”. Os
cães que mais resistem ao “quieto” são os medrosos e os mais activos, sendo
ambos assolados pela ansiedade da separação, ainda que uns sejam movidos pelo
medo e outros pela “incompreensão” da inércia.
Determinada
senhora, desgostosa com a prestação do seu cão no comando de “quieto” (fica) e
apostada na sua melhoria, valendo-se de um parque ao redor da sua habitação,
treinava o seu companheiro nessa imobilização, a uma distância de 50 mt,
chamando-o ciclicamente de dois em dois minutos. Contrariado, o bicho lá se ia
aguentando, quando se aguentava, porque de tudo fazia para fugir da posição
inicial, quer levantando-se quer ainda rastejando, não resultando do empenho da
dona qualquer benefício, já que o animal se comportava cada vez mais ansioso,
aguardando em sobressalto a hora da chamada e do reencontro. Em que estaria ela
a errar?
Em primeiro lugar, as respostas artificiais não
dispensam a comodidade dos animais na sua execução e obrigam ao trabalho
gradual para o seu alcance, o que torna exagerada a distância havida entre
ambos. Depois, o princípio escolhido atentava contra o fim procurado, uma vez
que a imobilização sugerida era de pouca duração e obrigava à chamada quase
constante, impedindo assim a assimilação e concentração do cão. Quando assim se
procede, apesar das boas intenções, todo e qualquer processo pedagógico atinge
a rotura, que é exactamente aquilo que ninguém quer. A senhora estava a ir
depressa demais e a aumentar significativamente a ansiedade no seu cão, ainda
que sem dar por isso.
Apesar de ser mais fácil ensinar correctamente do
que eliminar vícios, não nos resta outra solução do que regressar à 1ª fase - à
fase inicial, tratando o animal como se desconhecesse por inteiro o comando que
executa parcialmente ou de modo deficitário. Assim, o “quieto” deverá ser
primeiro tirado ao lado do dono, com algum pertence do cão e por tempo julgado
conveniente, enfatizando-se em simultâneo o comando e a recompensa, pois os
cães gostam de ver o seu esforço recompensado e de serem aceites. Sempre que
possível, e nem sempre é, podemos valer-nos doutro cão para nos auxiliar na
assimilação do comando, dum que já o tenha assimilado peremptoriamente, porque
os cães aprendem por imitação e o melhor exemplo para eles virá doutro igual.
Por vezes, raramente, perante animais extremamente teimosos, mais vale tê-los
presos pela trela ou prendê-los a algo, do que desatar aos gritos sobre os seus
ouvidos, o que seria uma tremenda estupidez!
Nesta ocasião, debaixo do comando, podemos ler um livro ou ouvir música,
transmitindo-lhe a calma que geralmente lhe falta, corrigindo-o quanto for
necessário, pacientemente e de modo coloquial, porque importa que se sinta à
vontade e assim permaneça por mais tempo.
Pouco a
pouco, vamos aumentando a distância entre ambos e a permanência no comando,
para que o animal não confunda o “alto” instantâneo com a ordem de “quieto”,
que se deseja até um período de duas horas, sabendo-se que, quem isso aguenta,
sem dificuldade permanecerá no comando pelo dobro do tempo ou por muito mais. O
segredo no “quieto” sempre passará pela certeza do cão em não estar só, que o
seu dono está por perto e que jamais o abandonará. As respostas artificiais
fornecidas pelo condicionamento exigem amor, paciência e tempo, muito embora
possam ser alcançadas por outros meios, cujas marcas serão por demais visíveis
considerando a mímica presente nos seus executantes.
SOCIABILIZAR SIM, MAS NÃO DE QUALQUER MANEIRA!
Nunca
tantos “anjinhos” andaram à bulha nos parques e jamais se ouviu amiúde a frase:
“eles entendem-se”, porque sociabilizar virou palavra de ordem e a Lei tem mão
pesada. Toda a gente tenta sociabilizar os seus cães e são poucos os que sabem
como fazê-lo. Como resultado disso, muitos cachorros acabam agredidos e poderão
adquirir traumas de dificil eliminação. Como a sociabilização tem regras, ela
está muito para além da coabitação forçada entre dois ou mais cães, pois
depende de condições, precisa de ser
vigiada, obriga a cuidados, não acontece gratuitamente, necessita de
reavivamento e não surge por decreto dos donos ou pela boa vontade dos animais.
A melhor
das sociabilizações entre cães ou com outros animais domésticos acontece logo
após o desmame dos cachorros, altura em que aceitarão como congéneres os
restantes animais com quem irão dividir o mesmo espaço. Caso esse prazo já
tenha sido ultrapassado, convém que a sociabilização anteceda os seis meses de
idade e a maturidade sexual dos infantes, para que a luta pelo poder e a
irreverência própria da idade não obstem àquilo que procuramos. Por outro lado,
cães castrados neste período, dificilmente manifestarão comportamentos
antissociais. Sempre será mais fácil sociabilizar dois cachorros do que dois
cães adultos e os adultos, por norma, respeitam os cachorros até aos dez meses
de idade, porque não vêem neles qualquer tipo de ameaça. Normalmente as fêmeas
são mais difíceis de se sociabilizar entre si devido ao impulso à defesa. Um
cachorro criado ao lado de um cão adulto bem sociabilizado, tende a manifestar
o mesmo comportamento e o inverso, infelizmente, também sucede com alguma
frequência.
Que ninguém se engane: a sociabilização como a
entendemos, não é um acto natural canino e não acontece sem a interferência
humana, porque a hierarquia nas matilhas é advinda da lei do mais forte, os
cães são predadores, têm instintos de caça e presa, são territoriais,
competitivos e prontos para o assalto ao poder, condições estas que obrigam os
homens a estabelecer-lhes regras, o que nos leva a dizer que não existe
sociabilização objectiva sem condicionamento prévio nesse sentido, apontando a
sua primeira meta para a familiarização dos indivíduos. Como em tantas outras
coisas no adestramento, também aqui começamos pelo trabalho à trela e fazemo-lo
para o reforço da liderança, porque só ela conseguirá impedir as futuras
escaramuças. Depois seguir-se-ão um conjunto de manobras de sociabilização
animal a desenvolver em classe, primeiro à trela e depois com os cães em
liberdade. Apesar de muito visto, é errado lançar uma só bola ou brinquedo para
dentro dum grupo de cães que se desconhece, porque o acessório jogado pode
constituir-se em motivo de discórdia, num rastilho para o despoletar da
violência fratricida.
A
sociabilização canina é indispensável a qualquer disciplina cinotécnica, um
pré-requisito de valor inestimável e deve contemplar três objectos, a saber: as
pessoas, os outros cães e os restantes animais domésticos. Todo o cão que não
se encontra completamente sociabilizado, jamais se poderá considerar
correctamente ensinado. É importante não esquecer que os cães não ficam para
sempre sociabilizados e que convém reavivar-lhes, ciclicamente, as regras de
convivência que melhor garantem a sua inserção na sociedade.
A ROUPA DOS FILHOS E OS ACESSÓRIOS DOS CÃES
Nesta filiação extraordinária que leva os homens à
adopção de cães, sem espanto, temos reparado que muitos animais acabam tratados
como filhos, a despeito da sua condição canina e extrapolando algumas das suas
necessidades mais básicas, mercê do exagero antropomórfico que desconsidera as
diferenças e que apenas procura aquilo que deseja ver. Os proprietários de
vários cães, à imitação dos pais de famílias numerosas que fazem transitar a
roupa dos filhos mais velhos para os mais novos, acabam por adquirir acessórios
ou brinquedos para o grupo e não para cada indivíduo que o constitui, o que de
todo é reprovável diante do acompanhamento e tratamento individual exigido por
cada cão.
Arredados
de preocupações metafísicas, os cães agarram-se ao que têm e vivem daquilo que
alcançam, sendo tanto ou mais felizes consoante o espólio que escolhem, conservam,
lhes é doado ou consentido, guardando zelosamente o que lhes pertence, lutando
pela sua posse e não vendo com bons olhos a sua repartição, sendo isso fundamental
para o seu equilíbrio emocional e bem-estar, pois necessitam de se sentir
seguros e essa segurança sempre virá daquilo que consideram seu, uma vez que os
ostracizados pouco têm ou nada possuem. À parte disto e denunciando a mesma
necessidade, os acessórios caninos, enquanto meios eficazes para a comunicação
interespécies e para o estabelecimento dos vínculos afectivos que ela não
dispensa, devem ser exclusivos e não usados indistintamente em todos os cães,
porque mais depressa se agradará um cão duma trela que considera sua, que breve
carregará, do que de uma outra que é obrigado a dividir.
O mesmo
se passa com os brinquedos, que para além de subsídios pedagógicos de valor
inestimável, são utensílios que enriquecem o património individual dos cães,
funcionando muitas vezes como autênticos troféus. Perante tamanha importância,
é errado e contraproducente sujeitar vários cães à divisão de brinquedos, particularmente
em grupos instantâneos, esporádicos ou heterozigóticos, porque tal recriaira o
escalonamento da matilha animal e serviria de pretexto para a hegemonia dos
mais fortes e para o afastamento compulsivo dos mais fracos, fenómenos que à
partida ninguém deseja e que poderão comprometer a sociabilização desejável.
Experiências negativas destas, se ocorrerem até aos seis meses de idade nos
cachorros, podem levar ao seu desinteresse pelos brinquedos, acontecendo o
mesmo àqueles que se viram privados deles até igual ciclo infantil, já que há
uma idade para tudo e os cães depois da maturidade sexual tendem à novidade de
interesses.
É
evidente que nós, por razões sobejamente conhecidas, procuramos nos cães um
carácter forte, impoluto e incorruptível, que tudo fazemos para que não sejam
ludibriados, incorram em acidentes, corram riscos desnecessáros ou coloquem a
sua vida em cheque, requisitos intrinsecamente ligados à nossa vocação e à
paixão que nutrimos pelos cães considerados territoriais. Por isso não
consentimos, para além dos aspectos ligados à higiene e à saúde, que os nossos
cães bebam dos bebedouros alheios ou comam sem ordem expressa, porque não
queremos vê-los escorraçados, fragilizar o carácter de outros ou a todos sentenciar
a uma morte anunciada. Debaixo dos mesmos pressupostos e agora justificados de
sobremaneira por razões ligadas à saúde dos animais e à possível ocorrência de
doenças, entendemos que cada cão deva possuir o seu próprio trem de limpeza. O
asseio, a saúde e a integridade de carácter de um cão são tarefas obrigatórias
para o seu dono, que o vê como indivíduo, aposta no seu bem-estar e que tudo faz
para que seja forte e viva por mais tempo.
PRETA, PRETA, PRETA!
Sempre vamos ter que levar com os cães dos outros,
porque não existe qualquer entrave para quem desejar adquirir um, o que muito
se lamenta por via dos disparates que por aí vão! Sempre à mesma hora e mal a
alvorada desponta, determinado cidadão, a quem não inquirimos o nome, sai à rua
com as suas duas rafeiras, uma dourada a acusar o peso dos anos e uma preta
jovem. Ambas deambulam à solta por ondem passam, longe do controlo do dono e
ávidas de estabelecer confusão, a velha morde em tudo o que se aproxima, apesar
do mau estado dos seus dentes, e a nova embrulha-se na brincadeira com qualquer
cão que encontre. Uma vez estabelecida a confusão, que se repete todos os dias,
tanto úteis quanto feriados, a gritaria repete-se: “Preta…Preta…Preta!”, e toda
a vizinhança se vê assim obrigada a pôr o pé fora da cama! E como se o incómodo
não bastasse, o homem ainda maltrata quem se queixa das investidas das suas
pupilas. Perante a insanidade do dono, a necessitar de identificação e
tratamento, não se augura uma vida longa para os animais, assim como não se
garante que a integridade física do homem saia sempre incólume, pois há quem
diga que isso já peca por ser tarde. Valha-nos este País de brandos costumes,
onde os sãos se calam e os insanos gritam à vontade.
FRANCISCO I: O 1º PAPA SUL-AMERICANO
Quando já se alvitrava a hipótese de virmos a ter
um papa africano, eis que nos surge um latino-americano, muito embora seja mais
italiano do que oriundo da miscigenação há muito empreendida por aquelas
bandas. Este jesuíta abraçou como lema a opção pelos pobres, mesmo que estes
nada entendam da liturgia tridentina, que parece ser do agrado do novo bispo de
Roma. Será que é desta, atendendo ao modelo da Igreja Primitiva, que a
repartição dos bens sucederá à Eucaristia? Parece-nos pouco provável tendo em
conta a tradição, o poder instituído e os direitos adquiridos de uns tantos,
particularmete agora, diante da falência e afundamento do estado social nos
países europeus mediterrânicos, uma vez que a “eternidade” do catolicismo mais deve
à sua adaptação aos reinos do poder do que ao beneplácito do Reino da Glória,
na tradicional (secular) transubstanciação da doutrina em política. Mas quem
tem como modelo Francisco de Assis e é jesuíta, apesar das históricas
dissensões conceptuais, muita novidade pode trazer e qualquer bem é aguardado
com muita expectativa. O que é certo é que habemus
um Papa “Chico” ou “Paco”, consoante o lado da fronteira onde nos encontrarmos.
Numa casa a precisar de reforma há séculos, Jorge Bergoglio terá muito trabalho
pela frente, mais dentro do que fora de portas, ainda que a sua influêcia no
Mundo não possa ser desconsiderada. Será ele o Papa que a Cristandade há tanto espera
ou aguardamos outro? Caso não o seja, o
que podemos esperar: um piedoso estadista ou um dogmático da continuidade?
sábado, 2 de março de 2013
ADESTRAMENTO: QUEM? QUANDO? COMO? ONDE? O QUÊ? PORQUÊ?
Através destas seis questões, há muito usadas na
elaboração de notícias, podemos sintetizar métodos de treino e filosofias de
ensino, assim como caracterizar objecticamente o adestramento de qualquer
escola. No nosso caso, o quem aponta
para todos os cães, o quando para a idade
da cópia (partir dos 4 meses de idade), o
como para relação óptima entre tratamento e treino (para o dono como
condutor), o onde em casa e na
escola, o quê para os automatismos
de ensino que garantem a autonomia condicionada e o porquê para a salvaguarda e coabitação harmoniosa de todos os
cães na sociedade. O resto serão adornos ou frutos de paixão, sede de arte e
momentos de evasão, odes à realização pessoal.
O CÃO DAS ARÁBIAS
Todos
esperamos ter um cachorro maravilha, um verdadeiro “cão das arábias”, e mesmo
que ele não o venha a ser, sempre será para nós o melhor cão do mundo. Tal como
esperamos dos filhos, também muitas são as expectativas depositadas nos cachorros que vamos
adquirindo, porque nos encontramos melhor preparados, aprendemos com os nossos
erros e sabemos como proceder. Como a experiência é a madre de todas as
virtudes no adestramento, logo saberemos reconhecer num cachorro o seu
potencial individual, propensões e mais-valias, o que nos levará ao seu
aproveitamento e ao colmatar de eventuais dificuldades. Cientes disto disto,
mãos à obra, o cachorro das arábias espera-nos, está louco por aprender e quer
acompanhar-nos!
ADOPÇÃO E BEM-ESTAR
Por vezes
(vezes a mais), os cães adoptados parecem batatas quentes a saltar de mão em
mão, porque uns querem livrar-se deles, outros dão-lhes pouca atenção e alguns
acabarão por despachá-los, remetendo-os à procedência ou à perpetuação da sua
desgraça, apesar dos papéis assinados e das juras circunstanciais de continuada
dedicação. Adopção e bem-estar parecem continuar desligados, já que grande
número dos cães adoptados será confinado à revelia, arredado do exercício
físico, condenado a dietas baratas e a cuidados de saúde precários.
O mercado dos cães abandonados, dominado por uma
clientela que não quer gastar dinheiro, acaba por manter as rações de baixa
qualidade e a sua venda fraccionada, por sustentar pequenos comerciantes e o
comércio de acessórios baratos. Assim, se dissermos que tal cão precisa de ir à
rua, prontamente nos responderão que ele já teve rua a mais; se dissermos que
está magro, logo nos dirão que está melhor do que quando veio; se dissermos que
precisa de uma dieta mais equilibrada, dir-nos-ão que ele está bem assim,
porque o seu dono também se aguenta; se dissermos que ele precisa de ir ao
veterinário, alguém nos dirá que também precisa de dentista e que não tem
dinheiro para lá ir!
Adoptar
um cão implica em garantir o seu bem-estar e todos devemos ficar cientes disso,
implica em encargos e exige disponibilidade, porque no que concerne aos
cuidados, não existe qualquer diferença entre os cães com pedigree e os outros,
todos necessitam do mesmo e nenhum deles dispensa o cuidado que lhes é devido.
Essa idéia que diz que os rafeiros aguentam tudo é falsa e cai como uma luva a
quem pouco se importa com eles! Adopção e bem-estar não podem ser dissociados.
UNS SOFREM E OS OUTROS MORREM
Esta semana vimos morrer mais um cão atropelado,
perante o desespero dos seus donos, numa estrada movimentada e paralela a um
jardim público. O casal havia soltado o cão para brincar na relva e por razões
que ninguém conhece, o animal fugiu para a estrada e acabou debaixo de um
carro, apesar de em vão muito terem chamado por ele. Só se deverá soltar um cão
quando se tem a garantia do seu pronto regresso, porque doutro modo poderemos
colocar em risco a sua vida. Quem ainda não tem esta garantia, deverá procurar
uma escola canina para a alcançar e dará por bem empregue o tempo ali
dispensado. E a verdade é esta: muitos dos acidentes com cães poderiam ser
evitados se os seus donos os treinassem. Mais vale suar um pouco do que chorar
para sempre!
ARREBIMBA O MALHO E MAZEL TOV!
Há poucas
semanas alguém se lembrou de nós, denegrindo o nosso trabalho num programa
televisivo do tipo “arrebimba o malho”, onde nunca faltam velhinhas contadoras
de histórias e moças com o rabo de fora. Nessa ocasião, colocaram-nos em pé de
igualdade com o Cesar Millan, apesar de não assistirmos aos seus shows e dele
ignorar a nossa existência. Feitas as contas, o que importa é que falem de nós!
Agradecidos, endereçamos a esses e a outros caluniadores o nosso voto mais
sincero de “mazel tov”.
QUE LEITURA FAZER?
O mais exímio e infalível cão de pistagem, quer ele
se destine à busca, à perseguição, ao resgate ou ao salvamento, jamais
dispensará a leitura correcta das suas acções pelo seu condutor, porque apenas
segue indícios e não consegue estabelecer raciocínios, sendo por isso mesmo
facilmente ludibriado ou induzido em erro. A má leitura das acções caninas, a
sua desconsideração ou desprezo, têm sido responsáveis pela maior fatia de
insucesso nos cães pisteiros.
Exemplo
disto foi o ocorrido com um jovem desaparecido, cuja família solicitou os
préstimos de cães pisteiros para o encontrar. Os animais, depois de
identificarem o odor do desaparecido, rumaram mais do que uma vez direito a um
poço tapado. A conclusão dos seus acompanhantes, depois de haverem levantado a
tampa do poço e verificado que dentro dele nada havia para além de água, foi a
de que o jovem teria andado por ali. Passados dois dias, a família angustiada
pediu auxílio a um binómio amador, que com alguma relutância anuiu ao seu
pedido, já que outros mais qualificados não haviam resolvido o problema. Tal
como os outros, o novo cão dirigiu-se de imediato ao poço, o seu dono levantou
a tampa e surpreso viu o corpo do jovem desaparecido a boiar.
Recentemente,
uma senhora a rondar os sessenta anos, vítima de alzheimer, desapareceu de sua
casa. Estranhando a demora, a família recorreu aos bons ofícios de cães
pisteiros, nomeadamente a cinco equipas de diferente procedência e gabarito. Os
cinco cães apanharam o mesmo trajecto, o que ia de casa da senhora para um
local ermo e de difícil acesso. Como o trabalho dos cães foi inconclusivo, até
hoje nada se sabe da senhora. Será que os cães apanharam o rasto uns dos
outros? Seria o percurso de retorno e não de evasão? A supressão de rasto mais
para diante teria ficado a dever-se a condições climatéricas particulares? Teriam
os cães tomado outra direcção por força dos ventos dominantes na área? A
procura empreendida pelos populares teria impossibilitado a busca por
eliminação de indícios ou marcadores? Teria a senhora saído noutra direcção ou
ter sido transportada à saída de casa? Empreendido outro trajecto depois do
indicado pelos marcadores? Deveriam procurar-se outras direcções a partir da
casa ou até do seu exterior?
O
trabalho dos cães é invariavelmente complementar e preenche um todo da
investigação, procura ou resgaste. Raramente é exclusivo e peremptório, mas não
dispensa a leitura correcta de quem os segue e tão bem os conhece para o
alcance do sucesso. Interpretar os cães torna-se assim fundamental, o que nos
projecta para a qualidade, acuidade técnica e inteligência dos seus líderes.
Temos por norma dar razão aos cães, porque a experiência tem-nos revelado que
raramente se enganam. Os equívocos na pistagem são ordinariamente humanos e
resultado duma má leitura do trabalho desenvolvido pelos cães. Se procuramos
neles uma excelente máquina sensorial, esperamos dos homens que os acompanham o
exercício da inteligência.
CLICKER UP AND DOWN E CONVERSAS À MESA DO CAFÉ
Diz-se
por aí à boca calada, nesta latitude onde o segredo não existe, que determinada
universidade vai ter um curso de adestramento canino, que já são conhecidos os
professores convidados e qual o método de ensino que seguirão – o do Cicker. A
idéia agrada-nos, pois há muito que reclamamos um curso de adestramento ao
nível do 3º grau. Contudo, espanta-nos que se quedem exclusivamente nesse
método ou que tudo alcancem a partir dele, atendendo á diversidade de
disciplinas e serviços destinados aos cães. O assunto remete-nos para uma
conversa havida à mesa dum café, onde três brasileiros, todos eles jovens
universitários, reclamavam pela necessidade do autodidatismo, face ao pouco que
lhes tem sido ensinado e perante os desafios que irão ter. Como cursos sem
aplicação prática já temos muitos e universitários sem emprego não nos faltam,
importa que o de cinotecnia venha a responder cabalmente às necessidades do
mercado. Doutro modo, a saga do dinheiro deitado à rua jamais acabará. Somos
totalmente a favor do reforço positivo e da diversidade da sua aplicação, mas
somos avessos a um ensino demasiado bitolado, pouco abrangente e de créditos
relativos. E com isto não nos estamos a “pendurar”, nem tão pouco a menosprezar
o trabalho de outros, porque a iniciativa é válida e “há que dar o seu a seu
dono”.
NO MUNDO QUE NOS RODEIA:COMENTÁRIO AO LIVRO “O CÉU EXISTE MESMO”
Talvez não seja este o espaço mais apropriado para
tratar desta temática e é possível que o assunto nos transceda, porque é
telógico e cativo a verdades metafísicas, detalhes geralmente pouco observados
entre os comuns adestradores e amantes de cães. No entanto, porque foi o livro
mais vendido em Portugal no ano passado (24 edições), a curiosidade levou-nos à
compra de “ O Céu existe mesmo”, uma publicação da editora Lua de Papel, da
autoria de Todd Burpo e Lynn Vincent e
traduzido do original inglês“ The Heaven is for Real” por Elsa T.S.Vieira. O
que teria levado tantos portugueses à sua compra? Intrigados, fomos comprar o
livro e deixamos aqui o nosso rude comentário, neste País onde apesar de tudo,
ainda conservamos a liberdade de expressão, inclusive a de credo.
O livro
conta-nos a história de uma família de confissão wesleyana norte.americana,
constituída por um casal e dois filhos, o pai pastor dessa igreja e a mãe
professora, ambos progenitores de uma menina e de um menino. A obra assenta
sobre o relato de uma viagem que empreenderam rumo à casa de umi familiar,
também aproveitada para visitar uma outra congregação muito maior e em plena
expansão. Graças ao infortúnio, a narração vai recaindo maioritariamente sobre
o rapazinho (Colton), a rondar os quatro anos de idade e vítima de uma
apendecite nessa ocasião, que o pôs entre a vida e a morte. À descrição minuciosa
dos incidentes sucede-se a surpresa: o menino revela que, durante a operação,
esteve morto por três minutos e que foi levado ao céu, onde acabou por ver
Deus, Jesus, o Espírito Santo, os anjos, o demónio, o seu avô e uma irmã sua
sem nome, exactamente a mesma que a sua mãe fez abortar. De lá traz uma
mensagem: é preciso aceitar Jesus e dar combate ao diabo. Durante o desenrolar
da história, o pai não se poupa a comprovar as declarações do filho por
passagens bíblicas, muito embora use nelas uma interpretação em nada exegeta e
por demais entusiasta.
Nada nos leva a duvidar das visões do rapazinho, o
que não implica que aceitemos como verdade a sua ascenção ao Céu, atendendo à
sua idade (na fase do concreto), ao ambiente adjacente e à sugestão a que ele
induz sobre gente de tenra idade. Nas crianças sujeitas a intervenções
cirúrgicas é comum acontecer que sonhem com aquilo que lhes é dito antes do
estado inconsciente. Um aluno nosso que foi operado à garganta e ao nariz aos treze
anos, durante a intervenção sonhou com chapéus chineses, porque uma das
enfermeiras lhe disse que era isso que iria ver. Segundo reza o livro, o pai
orou pelo sucesso da operação e o menino “adormeceu” debaixo de apelos à
Trindade e aos bons préstimos dos anjos, o que nos leva acreditar que o milagre
foi forçado e forjado pela sugestão a que o rapaz foi sujeito e não por força
da sua imaginação. A confusão entre as pessoas de Jesus e o avô no Céu, indicia
claramente o desacerto da idade da criança face à pressão escatológica. Todos
os que experimentaram momentos entre a vida e à morte, e entre nós já houve
quem passasse por isso, sabem que nessa ocasião se sentem arrebatados por uma
luz branca, suave e convidativa, numa palavra: agradável. No retorno à consciência
é comum soltar-se um grito, a isse nos leva o apego à vida. O Colton também
gritou pelo pai, o que prova que jamais saiu, mesmo que espiritualmente, da
mesa de operações. Em síntese estamos diante de visões projectadas pela
sugestão.
Apesar da centralidade na pessoa de Colton, 85% do
livro reporta-se à figura do pai, a factos da sua vida (alguns desnecessários e
até gratuitos), às suas preocupações, aspirações e interpretações, tanto da
vida como das visões da criança. Este pastor é sem dúvida uma personagem
controversa, digamos que de apresentação surreal diante do clero das igrejas
históricas cristãs, uma vez que evidencia uma pastoral sui generis e algo confusa, uma missiologia quase inexistente e um
apego a actividades que o dispersam da sua vocação, ainda que necessárias,
segundo faz saber, para a sua sobrevivência e dos seus. Julgamos que ele tentou
redimir-se com a publicação deste livro sensacionalista, ainda que tenha
exposto o seu filho em demasia, na tentativa de divulgar a sua igreja e de
alcançar novos prosélitos: quem não gostaria de conhecer o rapaz que esteve no
Céu? “ O Céu existe Mesmo” é uma suma doutrinária carismática, aqui e ali com
aditivos ecuménicos, uma “obra” revivalista tipicamente norte-americana.
O livro mais
vendido em Portugal em 2012 nada trouxe de novo, apenas pôs à tona, mais uma
vez, o carácter messiânico dos portugueses, gente dada a milagres e que
teimosamente os procura, mais chegada a aparições do que ao arrependimento,
crente numa nova ordem perante a desordem que provoca. O desalento provocado
pela a actual crise, sem solução imediata á vista, também tem contribuído para
a compra de livros desta índole e… quando tudo parece perdido, só um milagre
nos poderá salvar! Que se saiba, já somos assim desde a Idade Média,
apadrinhámos os mouros fatimidas e não nos espanta que já o houvéssemos sido
antes.
UM FILME NO YOUTUBE QUE RECOMENDAMOS: “CÃO VERMELHO”
Para quem
gosta de cães, está acostumado a interagir com eles, venera lupinos, aprecia a
lealdade canina e procura neles a excelência do impulso ao conhecimento,
recomendamos que vejam o filme “Cão Vermelho”, à disposição no Youtube (filme completo-cão-vermelho-Dublado -
-YouTube). O filme é baseado em acontecimentos reais e emociona todos
aqueles que procuram nos cães a amizade, a cumplicidade e o
companheirismo. Felizmente encontra-se dobrado (dublado) em português do
Brasil, o que o torna acessível para todos e também recomendável para as
crianças. O cão da história é um lupino chocolate unicolor (cor de fígado na
designação inglesa), que gradualmente vai enriquecendo a vida de todos aqueles
que com ele se cruzam. Vale a pena assistir ao filme e aproveitá-lo para
congregar toda a família.
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