A. EM DESCANSO
1. Quando parar com o seu cão na via pública, num jardim, passeio pedestre ou floresta, proteja-o das intromissões pela retaguarda, operando dessa forma a segurança do animal e a dos bajuladores, que sempre aparecem para fazer festas sem consentimento, tirando partido de sebes naturais, muros ou paredes de alvenaria, pois importa evitar os malefícios provocados pela surpresa (o pavor do cão ou seu possível ataque).
1. Todo e qualquer trajecto binomial deverá respeitar tanto as pessoas como os animais no seu decurso.
2. Internamente, o passeio binomial aponta para 3 objectivos: para a coabitação harmoniosa do cão na sociedade, para o reforço da liderança e para a melhoria dos índices de prontidão caninos, alcançados pela experiência que induz à adaptação. Outros terão propósitos diferentes.
3. Todos os trajectos deverão ser reconhecidos previamente pelos donos (sem cães), afim de se aquilatar dos seus proveitos, dificuldades, riscos e imponderáveis. Nenhum trajecto deverá ser endereçado à fortuna e ao azar.
4. Não entre em zonas de risco se não confia na protecção do seu cão.
5. Antes de sair de casa consulte as previsões meteorológicas e vá preparado para elas.
6. Respeite o Quadro Geral de Temperatura e humidade.
7. Dentro da mesma distância, dê preferência aos percursos mais longos do que aos mais curtos, atendendo a indesejável saturação do cão.
8. Prepara-se para afugentar os cães soltos e proteger o seu.
9. Não escolha percursos ermos e de difícil acesso, porque poderá necessitar de socorro.
10. Evite passar junto a lixeiras, caixotes do lixo e zonas permissíveis a engodos e envenenamentos.
11. Nos percursos à beira da estrada circule no sentido contrário ao dos automóveis, pois importa que sejam vistos.
12. Se circular à noite use coletes reflectores (também os há para os cães).
13. Ao evoluir paralelamente às estradas, quando for caso disso, use o “troca” para proteger o cão.
14. Sempre que possível, atravesse as estradas nas passadeiras para peões.
15. Nos percursos urbanos aproveite para condicionar o seu cão a sentar-se junto às passagens para peões.
16. Despreze as pistas para ciclistas, porque são simultaneamente perigosas para os atletas e para os binómios.
17. Evite os trilhos dos “Moto4” e os utilizados pelos ciclistas BTT por causa dos riscos de acidente.
18. No final do Inverno e no princípio da Primavera evite progredir debaixo de pinheiros e cedros, pois há o risco de se cruzar com a “lagarta dos pinheiros”.
19. No Verão evite as clareiras nos bosques e florestas, locais preferenciais para as víboras. Em Portugal existem duas variedades.
20. Na época estival não avance por zonas de mato ou florestas, que são autênticos focos de carraças, se não tiver as coleiras e as pipetas antiparasitas em dia.
21. Passear o seu cão ao amanhecer e ao anoitecer obriga à validade da coleira insecticida ou ao uso doutro repelente de insectos.
22. Nos passeios à beira-mar tome cuidado com a qualidade das areias, porque alguns cães já saíram das praias intoxicados.
23. Não proceda a percursos natatórios quando a temperatura da água for inferior aos 15º centígrados.
24. Nas evoluções no meio de espinhos e na neve aconselha-se o uso de botas de botas de protecção para os cães.
25. O horário, a cadência de marcha, a extensão dos trajectos, a geografia do terreno e as condições climatéricas deverão considerar a capacidade canina para os levar de vencida.
26. Doseie o esforço do seu cão e não o traga estafado para casa.
27. Não saia imediatamente após o seu cão se ter refrescado abundantemente ou ter consumido o seu penso diário.
28. Os valorosos condutores cinotécnicos que perfazem uma milha diária com os seus cães, devem transportar consigo uma mochila.
29. A mochila deverá carregar: 1) Água, bebedouro e cantil. 2) 600 gramas de penso. 3) Acessórios de reserva (trela, estrangular, peitoral ou arnês). 4) Um kit de primeiros socorros. 5) O trem de limpeza. 6) Uma estaca de prisão. 7) Uma corda de 6 metros ou uma trela extensível de igual extensão e resistência. 8) Uma toalha. 9) Isqueiro ou fósforos. 10) Um canivete multiusos. 11) Uma bússola. 12) Uma pequena lanterna. Alguns destes acessórios já se encontram acoplados uns nos outros. Como o peso total do material não deverá exceder ¼ do peso do condutor, convém que se escolham materiais e embalagens leves e resistentes.
30. Ao sair de casa, os condutores devem comunicar o trajecto que empreenderão aos seus familiares, não o alterando sem aviso prévio. A isso obrigam as mais elementares regras de segurança. Por causa disso, os percursos que não permitam o socorro imediato devem ser excluídos.
31. Os condutores devem fazer-se acompanhar da sua identificação e dos documentos do cão, de algum dinheiro e do telemóvel, nunca do cartão de crédito.
32. Sair para exterior implica em saber de cor o número de contacto do veterinário assistente ou tê-lo memorizado no telemóvel.
33. E porque os acidentes acontecem, convém que os condutores tragam à vista a identificação do seu grupo sanguíneo, assim como a sua dependência relativa a algum medicamento.
34. O cão em trânsito obriga ao uso da trela.
35. O andamento preferencial e maioritário dos trajectos deverá ser a marcha e esta deverá ser tirada a partir do “junto”.
36. O comando de “junto” é o garante de uma progressão segura nas áreas urbanas. Assim se deve deslocar ali.
37. Todos os trajectos deverão pressupor o uso dos diferentes automatismos direccionais, quando tal for seguro e possível, assim como a recapitulação doméstica dos conteúdos escolares ministrados ou a necessitarem de reavivamento.
38. Evite a condução nuclear (com o cão solto), nas áreas que não garantam a sua salvaguarda e da dos restantes utentes.
39. Repreenda severamente o seu cão quando se atiçar a gatos ou a outros cães, porque para isso o instruímos e não queremos que acabe mutilado, abatido ou morto.
40. Não consinta que ele se refresque em águas paradas, regatos ou lagoas.
41. Se tem mais do que um cão, passeie cada um isoladamente, sempre que tal esteja ao seu alcance.
42. Perante a aproximação de um cego com o seu cão-guia, sempre que possível, deveremos desobstruir o seu caminho, evitando o cruzamento cão-a-cão. Nessa impossibilidade, deveremos suspender a marcha e imobilizar o nosso cão. Se nenhuma destas condições for fazível, então deveremos operar o “troca” para evitar o cruzamento frontal dos cães.
43. Caso haja essa necessidade, procederemos de igual modo perante deficientes físicos, gente de muletas, canadianas e cadeiras de rodas.
44. Recorremos ao mesmo comando (troca), quando nos cruzarmos com outros cães ou pessoas que se possam constituir em presas.
45. Use o comando de “atrás” quando for necessário refrear os ímpetos do seu cão, alterar a sua fixação ou evitar confrontos com outros cães. Recorra a ele também quando efectuar descidas bastante acentuadas
46. Use o comando de “à frente” nas seguintes situações: nas passagens estreitas, nas subidas íngremes, como subsídio de tracção e nas ruas mal iluminadas, usando o cão como protecção e presença ostensiva, se o animal estiver preparado para isso e a manobra não cause dolo a terceiros.
47. Anuncie as mudanças de direcção pelo comando de “roda”.
48. Ao terminar os passeios na época seca, passe minuciosamente o seu cão em revista, tome cuidado com as praganas e outras espigas que teimam em enroscar-se nas suas narinas, orelhas e membranas interdigitais.
49. Depois de um passeio à chuva, seque primeiro o animal e escove-o depois.
50. Regressar a casa implicará sempre em limpar o cão de alto a baixo e de uma ponta à outra.
As regras que aqui fizemos saber, intrinsecamente ligadas aos preparativos, logística e acções no terreno, quando cumpridas, poderão garantir a salvaguarda e sobrevivência dos binómios em excursão. Bons passeios, regressem sãos e salvos e não causem vítimas!
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