terça-feira, 31 de agosto de 2010
Das ameias do seu castelo para a terra de ninguém
Banho de noite para melhores dias
Análise técnico-funcional: Os lobeiros de ontem e de hoje
O Lobeiro original, e são muito poucos os que ainda sobrevivem, é um cão serôdio, de grande impulso ao conhecimento e alta capacidade de aprendizagem, um indivíduo dotado de excelente máquina sensorial e com os ciclos infantis bastante demarcados, o que lhe confere um carácter esquivo quando comparado com exemplares doutra variedade cromática. Geralmente equilibra-se depois dos 18 meses de idade e alcança excelentes prestações na pistagem, no resgate e salvamento, sendo próprio para acções de desencarceramento ou manobras de evasão. Por causa de ser serôdio, no tempo em que os cães de patrulha eram essencialmente CPA’S, os lobeiros eram entregues às praças, para que a pouca erudição dos seus tratadores não entravasse o seu avanço cognitivo e fosse por eles compensada. A experiência militar e policial portuguesa é relativamente recente (1957/1958) e obra do então General Kaulza de Arriaga, que herdou dos alsacianos os pressupostos selectivos e os procedimentos operacionais, posteriores e em parte alheios à prestação militar dos cães alemães, presente na I e II Guerras Mundiais e isso deve ser considerado, na diferença que existe entre franceses e alemães, segundo as diferentes expectativas de cada um desses povos. A queda do lobeiro original e a sua substituição pela variedade actual originou um conjunto de menos valias para raça, hoje colmatadas por indivíduos de outras e de distintos grupos somáticos.
O Lobeiro actual estabiliza-se mais cedo e obriga a cuidados especiais, porque nasce praticamente feito e isso pode ser-lhe fatal, face à operacionalidade esperada e à sua capacitação, tornando assim mais difícil a recuperação dos indivíduos menos aptos ou carenciados de adaptação. Os seus ciclos infantis são mais curtos e obrigam a um acompanhamento mais cuidado, porque o tempo concorre contra nós e tudo acontece mais depressa. Apesar de tudo continuam lobeiros, para o melhor e para o pior, podendo verificar-se a sua impropriedade por incúria ou desuso. O lobeiro actual abraça mais cedo a constituição binomial e as atribuições policiais, mas pode tornar-se impróprio pelo particular genético e descuido ambiental, porque a sua plasticidade é menor e ainda conserva algumas das suas características atávicas, facto comprovado nas ninhadas heterozigóticas com indivíduos originais, porque nelas subsistem cachorros de ambas as variedades. O lobeiro actual não deve ser jogado num quintal e votado ao abandono, porque bem depressa adquire uma postura silvestre e desinteressa-se de qualquer investidura, porque a sua curva de crescimento, ao ser mais célere, é menor, contratempo que obsta à novidade dos desafios e ao desenvolvimento do seu impulso ao conhecimento. A aquisição de um lobeiro destes obriga à atribuição precoce das tarefas e a uma parceria incisiva. A recente alteração do lobeiro aproximou-o do negro e pô-lo em consonância com o preto-afogueado, diminuindo dessa forma a distância que o separava as restantes variedades cromáticas.
Mi & Indy
Novo binómio
Binómio Maria Luís / Tyson
Ele deixou uma ovelha paraplégica e obrigou ao abate de outra
No país dos cães capados
As voltas do reviralho: As diferentes posturas
Caderno de ensino: XXVI. As escadas
Em campanha
Foram constituídas equipas de segurança, manutenção, saneamento, cozinha, acompanhamento de menores, de informática, fotografia, vídeo e de primeiros socorros, respectivamente capitaneados pelo Rui Coito, Vitor Hugo, Liliana Reis, Francisco Silva, Isabel Silva, António Almeida, Vitor Hugo e Marta. O coordenador de campo indigitado foi o Tiago Soares, que cumpriu, tal como os outros, cabalmente as suas funções. Foram montados dois turnos de vigilância, das 23h00 às 07h00, subdivididos cada um deles em duas horas, um ao redor do acampamento e outro no seu exterior, junto ao parque automóvel. A alvorada aconteceu às 07h00, os almoços às 13h00, os jantares às 19H30 e o recolher às 23H00.
Foram ministradas 3 aulas teóricas, 3 práticas e ainda houve instrução nocturna, que constou de uma caminhada de 13.5 km, afim de se reforçar o “junto”, estabelecer a parceria e aumentar a autonomia binomial. A coluna venceu o percurso em duas horas, ultrapassando os 6.5 km/h. Somente o Joaquim desistiu ao 10º quilómetro, vítima de uma afecção muscular de carácter passageiro. A geografia do percurso assentou sobre 6 km de subida e 7.5 km de descida. A coluna escolar foi capitaneada pelo Rui Coito na vanguarda e rematada pelo Duarte Morgado na retaguarda, o primeiro como batedor ou estafeta e o último como cerra-fila e elemento de ligação. A coluna foi ainda acompanhada por duas viaturas, uma na sua frente e outra na sua cauda, funcionando a primeira como carro de comando e a segunda como carro de apoio, onde se deslocava a nossa enfermeira, cujos préstimos, felizmente, foram dispensados. Os binómios acabaram o passeio com um sprint de 120 metros.
Nas aulas teóricas foram desenvolvidos aspectos ligados à selecção, genética e aproveitamento dos cães, com especial enfoque sobre a disciplina de guarda. As aulas práticas procuraram diferentes capacitações para o ofício guardião. O António Almeida, o Duarte Morgado, o Jaime Esteves e o Rui Coito tudo fizeram para que esses objectivos fossem alcançados. O Joaquim completou entre nós o seu 17º aniversário e a Célia Coito trabalhou desalmadamente. Houve piscina para todos e as crianças raramente saíram dela. O Pedro Rocha participou dos nossos trabalhos e o Master agradeceu. Os gastos com a alimentação quedaram-se por 9.9€ per capita (3.3€ diários), o que não espelha o muito que foi consumido.
Participaram nos trabalhos os seguintes condutores e acompanhantes: Ana Pinto, Américo Abreu, António Almeida, Bruno, Carla Abreu, Carla Ferreira, Carolina Coito, Célia Coito, Cristina Alberto, Duarte Morgado, Fátima Figueiredo, Francisco Silva, Irina Golovanova, Isabel Silva, Jaime Esteves, João Silva, Joaquim, Jorge Almeida, Liliana Reis, Marta, Miriam Reis, Olga Oliveira, Patrícia Oliveira, Paulo Oliveira, Pedro Figueiredo, Pedro Rocha, Rodrigo Coito, Rui Coito, Rui Ribeiro, Teresa, Tiago Soares e Vitor Hugo. A Família Figueiredo ofereceu o magnífico repasto de Domingo.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Transformar um problema alheio numa mais-valia global
30.000 anos à espera de afecto
Start to fly
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: António/Shadow, Bruno/Iris II, Carla Abreu/Becky, Carla Ferreira/Dirka, Célia/Igor, Francisco/Iris, Liliana/Bolt, Patrícia/Boneca, Rodrigo/Tarkan, Rui Ribeiro/Loki, Tiago/Yoshi e Victor Hugo/Yoshi.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Cães alheios & crianças (grandes e pequenas): regras de convivência
A. NA VIA PÚBLICA (Calçadas, Jardins, Esplanadas, Passeios Pedestres, Florestais, etc.).
1. Quando pretender acercar-se de um cão conduzido pelo dono, dirija-se primeiro ao proprietário e não directamente ao cão, para não ser tomado por intruso e acabar escorraçado.
B. NAS VISITAS AO DOMICÍLIO DE PARENTES E AMIGOS COM CÃES.
1. A menos que os visitemos amiudadas vezes, estabelecendo desse modo os vínculos afectivos necessários, os cães dos nossos parentes e amigos ver-nos-ão como intrusos ou invasores, porque não fazemos parte do grupo doméstico, do seu quotidiano e a nossa visita poderá obrigar à alteração das suas rotinas. Convém não esquecer e estar precavido.
2. Toque à campainha exterior e aguarde ser atendido, não entre deliberadamente pela propriedade adentro, porque o cão pode estar solto e não adivinhar quais as suas intenções.
3. Peça ao dono que o prenda e só entre depois disso se verificar, mesmo que o dono diga que não há qualquer problema, porque os cães não agem de igual modo diante de pessoas diferentes.
4. Evite abraçar efusivamente os donos da casa, empurrá-los, gritar-lhes ou destinar-lhes gestos vigorosos na presença do cão, porque ele pode confundir as suas atitudes e entender pô-lo na ordem.
5. Inquira dos hábitos domésticos do animal, não viole o seu espaço e não se aproxime dos seus pertences, porque grande número de cães são territoriais e defendem os seus haveres.
6. Se não lhe derem autorização para tal, não dê comida ou guloseimas ao cão, porque para além de estar a alterar as suas rotinas, pode estar também a contribuir para a sua eliminação.
7. Pela mesma razão, avise os seus filhos para procederem de igual modo, advertindo-os para que não deixem comida pelo chão ou ao alcance do animal.
8. Se o cão estiver solto, não circule pela casa sozinho, avance só depois de se certificar que o cão se encontra seguro ou debaixo de controlo – espere a visita guiada!
9. Evite ficar sozinho em casa com os donos no quintal, porque o animal pode enveredar por acções policiais na ausência dos donos.
10. Não se aproxime dos seus comedouros ou bebedouros, ele pode não gostar disso.
11. Não mexa nos cães dos seus amigos quando eles estiverem a comer, porque poderá vir a ser atacado.
12. Não corra trás das crianças da casa, não os pegue bruscamente ao colo e evite os seus gritos ou pranto, porque o cão pede entender isso como um pedido de ajuda e carregar sobre si.
13. Nunca dê ordens aos cães dos seus amigos e não intente encarcerá-los, porque isso é obrigação dos donos e os animais podem revoltar-se vigorosamente.
14. Não invada os seus canis, pois pode vir a ser desalojado da pior maneira.
15. Evite pegar nos pertences do dono sem autorização, o cão pode entender isso como um abuso.
16. Não entre nos carros estacionados dos seus amigos dentro dos quintais ou garagens, com eles ausentes e na presença do cão, o animal poderá não gostar da intromissão, danificar as viaturas e esperá-lo à saída.
17. Não ameace com paus ou com pedras os cães dos seus anfitriões.
18. Se o dono o consentir, só acaricie o animal depois deste aprovar esse seu desejo.
19. Não se escude no facto de não ter medo de cães, eles também poderão não ter medo de pessoas e achar por bem escorraçá-las: cumpra as regras!
20. Evite sair da casa dos seus amigos com o cão à solta, porque alguns cães transformam a saída dos visitantes num verdadeiro ajuste de contas! Se tiver pouco apego aos procedimentos e se preocupar com sua integridade e dos seus, a regra de ouro é: obrigar os seus amigos ao controlo dos seus cães. Caso esse controlo não seja objectivo, solicite o isolamento ou a prisão dos animais.
Procedimentos públicos para condutores de cães: regras de coabitação
A. EM DESCANSO
1. Quando parar com o seu cão na via pública, num jardim, passeio pedestre ou floresta, proteja-o das intromissões pela retaguarda, operando dessa forma a segurança do animal e a dos bajuladores, que sempre aparecem para fazer festas sem consentimento, tirando partido de sebes naturais, muros ou paredes de alvenaria, pois importa evitar os malefícios provocados pela surpresa (o pavor do cão ou seu possível ataque).
1. Todo e qualquer trajecto binomial deverá respeitar tanto as pessoas como os animais no seu decurso.
2. Internamente, o passeio binomial aponta para 3 objectivos: para a coabitação harmoniosa do cão na sociedade, para o reforço da liderança e para a melhoria dos índices de prontidão caninos, alcançados pela experiência que induz à adaptação. Outros terão propósitos diferentes.
3. Todos os trajectos deverão ser reconhecidos previamente pelos donos (sem cães), afim de se aquilatar dos seus proveitos, dificuldades, riscos e imponderáveis. Nenhum trajecto deverá ser endereçado à fortuna e ao azar.
4. Não entre em zonas de risco se não confia na protecção do seu cão.
5. Antes de sair de casa consulte as previsões meteorológicas e vá preparado para elas.
6. Respeite o Quadro Geral de Temperatura e humidade.
7. Dentro da mesma distância, dê preferência aos percursos mais longos do que aos mais curtos, atendendo a indesejável saturação do cão.
8. Prepara-se para afugentar os cães soltos e proteger o seu.
9. Não escolha percursos ermos e de difícil acesso, porque poderá necessitar de socorro.
10. Evite passar junto a lixeiras, caixotes do lixo e zonas permissíveis a engodos e envenenamentos.
11. Nos percursos à beira da estrada circule no sentido contrário ao dos automóveis, pois importa que sejam vistos.
12. Se circular à noite use coletes reflectores (também os há para os cães).
13. Ao evoluir paralelamente às estradas, quando for caso disso, use o “troca” para proteger o cão.
14. Sempre que possível, atravesse as estradas nas passadeiras para peões.
15. Nos percursos urbanos aproveite para condicionar o seu cão a sentar-se junto às passagens para peões.
16. Despreze as pistas para ciclistas, porque são simultaneamente perigosas para os atletas e para os binómios.
17. Evite os trilhos dos “Moto4” e os utilizados pelos ciclistas BTT por causa dos riscos de acidente.
18. No final do Inverno e no princípio da Primavera evite progredir debaixo de pinheiros e cedros, pois há o risco de se cruzar com a “lagarta dos pinheiros”.
19. No Verão evite as clareiras nos bosques e florestas, locais preferenciais para as víboras. Em Portugal existem duas variedades.
20. Na época estival não avance por zonas de mato ou florestas, que são autênticos focos de carraças, se não tiver as coleiras e as pipetas antiparasitas em dia.
21. Passear o seu cão ao amanhecer e ao anoitecer obriga à validade da coleira insecticida ou ao uso doutro repelente de insectos.
22. Nos passeios à beira-mar tome cuidado com a qualidade das areias, porque alguns cães já saíram das praias intoxicados.
23. Não proceda a percursos natatórios quando a temperatura da água for inferior aos 15º centígrados.
24. Nas evoluções no meio de espinhos e na neve aconselha-se o uso de botas de botas de protecção para os cães.
25. O horário, a cadência de marcha, a extensão dos trajectos, a geografia do terreno e as condições climatéricas deverão considerar a capacidade canina para os levar de vencida.
26. Doseie o esforço do seu cão e não o traga estafado para casa.
27. Não saia imediatamente após o seu cão se ter refrescado abundantemente ou ter consumido o seu penso diário.
28. Os valorosos condutores cinotécnicos que perfazem uma milha diária com os seus cães, devem transportar consigo uma mochila.
29. A mochila deverá carregar: 1) Água, bebedouro e cantil. 2) 600 gramas de penso. 3) Acessórios de reserva (trela, estrangular, peitoral ou arnês). 4) Um kit de primeiros socorros. 5) O trem de limpeza. 6) Uma estaca de prisão. 7) Uma corda de 6 metros ou uma trela extensível de igual extensão e resistência. 8) Uma toalha. 9) Isqueiro ou fósforos. 10) Um canivete multiusos. 11) Uma bússola. 12) Uma pequena lanterna. Alguns destes acessórios já se encontram acoplados uns nos outros. Como o peso total do material não deverá exceder ¼ do peso do condutor, convém que se escolham materiais e embalagens leves e resistentes.
30. Ao sair de casa, os condutores devem comunicar o trajecto que empreenderão aos seus familiares, não o alterando sem aviso prévio. A isso obrigam as mais elementares regras de segurança. Por causa disso, os percursos que não permitam o socorro imediato devem ser excluídos.
31. Os condutores devem fazer-se acompanhar da sua identificação e dos documentos do cão, de algum dinheiro e do telemóvel, nunca do cartão de crédito.
32. Sair para exterior implica em saber de cor o número de contacto do veterinário assistente ou tê-lo memorizado no telemóvel.
33. E porque os acidentes acontecem, convém que os condutores tragam à vista a identificação do seu grupo sanguíneo, assim como a sua dependência relativa a algum medicamento.
34. O cão em trânsito obriga ao uso da trela.
35. O andamento preferencial e maioritário dos trajectos deverá ser a marcha e esta deverá ser tirada a partir do “junto”.
36. O comando de “junto” é o garante de uma progressão segura nas áreas urbanas. Assim se deve deslocar ali.
37. Todos os trajectos deverão pressupor o uso dos diferentes automatismos direccionais, quando tal for seguro e possível, assim como a recapitulação doméstica dos conteúdos escolares ministrados ou a necessitarem de reavivamento.
38. Evite a condução nuclear (com o cão solto), nas áreas que não garantam a sua salvaguarda e da dos restantes utentes.
39. Repreenda severamente o seu cão quando se atiçar a gatos ou a outros cães, porque para isso o instruímos e não queremos que acabe mutilado, abatido ou morto.
40. Não consinta que ele se refresque em águas paradas, regatos ou lagoas.
41. Se tem mais do que um cão, passeie cada um isoladamente, sempre que tal esteja ao seu alcance.
42. Perante a aproximação de um cego com o seu cão-guia, sempre que possível, deveremos desobstruir o seu caminho, evitando o cruzamento cão-a-cão. Nessa impossibilidade, deveremos suspender a marcha e imobilizar o nosso cão. Se nenhuma destas condições for fazível, então deveremos operar o “troca” para evitar o cruzamento frontal dos cães.
43. Caso haja essa necessidade, procederemos de igual modo perante deficientes físicos, gente de muletas, canadianas e cadeiras de rodas.
44. Recorremos ao mesmo comando (troca), quando nos cruzarmos com outros cães ou pessoas que se possam constituir em presas.
45. Use o comando de “atrás” quando for necessário refrear os ímpetos do seu cão, alterar a sua fixação ou evitar confrontos com outros cães. Recorra a ele também quando efectuar descidas bastante acentuadas
46. Use o comando de “à frente” nas seguintes situações: nas passagens estreitas, nas subidas íngremes, como subsídio de tracção e nas ruas mal iluminadas, usando o cão como protecção e presença ostensiva, se o animal estiver preparado para isso e a manobra não cause dolo a terceiros.
47. Anuncie as mudanças de direcção pelo comando de “roda”.
48. Ao terminar os passeios na época seca, passe minuciosamente o seu cão em revista, tome cuidado com as praganas e outras espigas que teimam em enroscar-se nas suas narinas, orelhas e membranas interdigitais.
49. Depois de um passeio à chuva, seque primeiro o animal e escove-o depois.
50. Regressar a casa implicará sempre em limpar o cão de alto a baixo e de uma ponta à outra.
As regras que aqui fizemos saber, intrinsecamente ligadas aos preparativos, logística e acções no terreno, quando cumpridas, poderão garantir a salvaguarda e sobrevivência dos binómios em excursão. Bons passeios, regressem sãos e salvos e não causem vítimas!
Procedimentos domésticos para proprietários de cães que recebem visitas
1. Se algum dos seus amigos têm pavor ou antipatia por cães, não hesite, isole os animais ou proceda ao seu encarceramento (toda a gente deveria ter um canil apropriado), porque o medo de uns pode transformá-los em presas e a antipatia de outros pode ser correspondida. Há que jogar pelo seguro!
Normas prà disposição binomial nos acampamentos da Acendura
Cabe somente ao adestrador a escolha do local, que deverá obedecer aos seguintes critérios:
1.O local escolhido deverá garantir a comunicação do grupo com o exterior. 2. O lugar deverá ser seguro e de fácil acesso, que satisfaça simultaneamente a protecção, a privacidade e a pronta evacuação do grupo escolar.3. O ecossistema encontrado deverá subsidiar o propósito excursionista, contribuir para a melhor autonomia de cada binómio, reforçar os vínculos binomiais e fortalecer o espírito de grupo. 4. A geometria do terreno e as dificuldades que apresenta deverão estar de acordo com o particular etário dos condutores e com a capacidade de resolução dos seus cães. 5. A localização do acampamento não deverá provocar alterações no quotidiano das populações adjacentes, prejudicar os seus trabalhos, alterar as suas rotinas ou violar os seus direitos. 6. O local deverá garantir o pronto abastecimento de água, alimentos e combustível. 7. A escolha do local deverá pressupor o desenvolvimento das três disciplinas clássicas do adestramento (obediência guarda e pistagem), para além das relativas ao resgate e salvamento… Cabe também ao adestrador estabelecer líderes, nomear e escalar equipas para os seguintes serviços: 1. Liderança. 2. Segurança. 3. Reconhecimento. 4. Instalação e manutenção 5. Logística. 6. Limpeza e saneamento. 7. Desenvolvimento pedagógico. 8. Serviço de apoio binomial. 9. Acompanhamento de menores. 10. Enquadramento cultural. 11.Staff de simulacros. 12. Fotografia e vídeo. 13. Informática e redacção de actas. 14. Prestação de socorros. 15. Evacuação de sinistrados. 16. Detecção e protecção contra incêndios …
Os binómios acampados obrigam-se, entre outros deveres, a: 1. Cumprir e a fazer cumprir as orientações do Director de Instrução e dos seus líderes directos. 2. Executar zelosamente os serviços que lhe forem distribuídos. 3. Respeitar as normas em vigor no acampamento. 4. Desenvolver um espírito de franca camaradagem. 5. Apostar no seu melhor apetrechamento teórico-prático. 6. Gerir o esforço dos seus cães de acordo com o seu potencial, capacidade e resistência. 7. Manter a sua disponibilidade perante a novidade de serviços ou desafios… Breve tomaremos conhecimento da totalidade das normas, regras que possibilitarão momentos únicos e que dificilmente virão a ser esquecidos. Até lá!
Binómio Patrícia / Boneca
Caderno de ensino: XXV. O "junto instantâneo"
Sociabilização e espanto
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: António/Shadow, Bruno/Iris II, Carla Abreu/Becky, Carla Ferreira/Dirka, Célia/Igor, Eduardo/Vega, Francisco/Iris, Isabel Silva/Luna, Liliana/Bolt, Luís Leal/Ricky e Teka, Patrícia/Boneca, Rodrigo/Tarkan, Tiago/Sane, Teresa/Buster e Vitor Hugo/Yoshi. O Rui Coito deu o seu contributo.
sábado, 7 de agosto de 2010
Um velho e duro inimigo: a processionária dos pinheiros
É geralmente no final do Inverno e no princípio da Primavera, nos meses de Março, Abril e Maio, que as lagartas da processionária abandonam as árvores e iniciam a sua conhecida “procissão”, encabeçadas por uma fêmea, rumo ao solo, onde em grupo começam a escavar. Dali sairão já borboletas no Verão, apesar dessa fase subterrânea poder prolongar-se até 3 anos. A maioria dos acidentes acontece nesta altura (meses de Março, Abril e Maio), mas pode também acontecer no Verão, quando as colónias descem ao solo para depois treparem para outros pinheiros em busca de alimento. A presença da processionária nas árvores é facilmente detectada pelos grandes casulos que constroem, de cor branca ou amarelada, normalmente dispostos sobre os seus píncaros ou nas extremidades mais altas, não raramente depauperadas de folhas (agulhas dos pinheiros). Existem vários meios para combater esta praga e o Ministério da Agricultura tem vários trabalhos publicados na Internet onde os descrimina. Não obstante, sobressai a questão económica e são raros os proprietários florestais que dão combate à praga. Aconselhamos aos nossos leitores, que têm pinheiros ou cedros no quintal, a colocação de cintas nessas árvores, de papel ou de plástico, embebidas nas suas duas faces com uma cola inodora à base de poli-isolbutadieno, para que as lagartas ao descerem fiquem ali coladas. Esta cola encontra-se à venda nas lojas dedicadas à agricultura e os seus técnicos darão indicações detalhadas para a sua colocação. Entretanto, caso veja essas lagartas no chão, proceda à sua eliminação pelo fogo, usando para o efeito um produto altamente inflamável (petróleo, diluente celuloso, etc.). Caso não exista o perigo de contacto com os outros animais e você seja sádico quanto baste, pode seguir o exemplo do nosso amigo Jean-Henri Fabre, grande entomologista, etólogo e naturalista francês, já nosso conhecido e de quem tomámos lições. Ele descobriu que as larvas da processionária marcham sempre em fila por efeito congénito, cada uma delas procura não se separar da que vai na frente, deslizando sobre o fio deixado por esta atrás de si (geralmente uma fêmea). Com uma à frente a marcha é tranquila e confiante, porque só a ela cabe examinar o terreno. Fabre fê-las marchar em círculo e elas acabaram por esgotar as suas reservas de gordura e perecer.
Pelas razões acima expostas, já não é bom ter uma escola canina junto a um pinhal, mas pior do que isso é plantar pinheiros ou cedros no seu perímetro. Há quem goste de fazer canis ao redor das árvores, o que nos parece óptimo, desde que as árvores sejam de folha perene, não sejam tóxicas e não chamem pragas. Quando escolher a flora para o seu jardim, não o faço de modo arbitrário, considerando somente a estética e o seu gosto pessoal, lembre-se que tem um cão e que muitas plantas, por mais bonitas que sejam, podem ser altamente tóxicas. A “santa” Internet já disponibiliza essa informação, adiantando quais as plantas mais nocivas para as pessoas e para os animais, quer por contacto, inalação ou ingestão. Não se esqueça: o pinheiro do vizinho encostado ao nosso muro pode dar-nos pinhões, mas também nos pode dar grandes arrelias e ser fatal para alguém. Alerte a sua vizinhança para o problema, aconselhe-a a colocar cintas nos pinheiros e cedros, isso pode salvar vidas, valer às crianças e aos animais domésticos. E o que dizer do meu cão a correr, livre e feliz, por um grande pinhal, sem eu ter batido previamente o território? Ao entrar num pinhal, nem que seja só para “piquenicar”, não se abrigue debaixo da copa de uma árvore, sem antes olhar para ela e para o chão que a circunda.