Quando se procura um cão de guarda, simultaneamente, há que considerar a policromia das cores dominantes do perímetro a guardar, para garantir a salvaguarda do animal e a sua abordagem de surpresa. A maioria das raças para o efeito, porque se destina a um serviço específico, raramente tem mais do que uma ou duas variedades cromáticas, denunciando os animais pelo contraste, a sua silhueta e o local de vigilância. Quando isto acontece, a vulnerabilidade do cão é notória e as suas acções defensivas ineficazes, possibilitando o logro e até a sua eliminação. Esta lacuna tem obrigado muitos à procura de rafeiros, porque os há de todas as cores e tamanhos, são mais vigorosos e menos exigentes. Face à diferença dos territórios a guardar nenhum cão é universal, porque ele necessita de se camuflar com as cores adjacentes. Este cuidado raramente é visível e o sucesso defensivo dele depende muito, que o digam os donos dos cães ludibriados, postos a dormir ou simplesmente eliminados. Lamentavelmente, temos visto cães negros em vigilâncias diurnas e cães brancos de serviço à noite. A presença ostensiva já não intimida, os larápios são outros e alguns até “comem cães ao pequeno-almoço”! Como só temos seguro contra roubos e não contra ladrões, importa dificultar-lhes ao máximo a tarefa.
Passemos aos exemplos práticos.
Quando a guarda for diurna: importa considerar a predominância das cores locais e não dar ao habitáculo do cão uma cor diferente, garantir a camuflagem e ensinar a progressão menos visível ao guardião. Se a área a guardar se remeter a uma moradia, a cor do cão não deverá contrastar com a das paredes à distância. Normalmente as paredes das habitações são circundadas por um rodapé de outra cor ou rematadas a pedra. Quando o rodapé for superior à altura do cão, quando este se desloca levantado, a cor a considerar é a do rodapé. É errado destacar canis, porque a diferença estrutural indicia o local de permanência do animal. Na nossa opinião, o canil deve ser deveras dissimulado, se possível, embutido na própria casa. As temperaturas médias mensuráveis no local, indiciarão qual a densidade da pelagem necessária ao guardião, para que não vacile de frio ou rebente com o calor. Cães sem subpêlo passam horrores nas estações frias e cães de pelagem dupla sofrem horrores no Verão. Diante das amplitudes térmicas, os cães lobeiros carregam uma vantagem, porque regulam a sua pelagem pelo relógio biológico (mais claros na Primavera e Verão; mais escuros no Outono e no Inverno). Salvo raras excepções, os cães bicolores devem ser evitados, porque a sua pigmentação inverte a sombra provocada pelos raios solares, já que são escuros no dorso e mais claros sobre os membros. Os cães tigrados, os maioritariamente cinzentos, são óptimos para as áreas arborizadas ou de bosque. Os cães brancos são quase indetectáveis nas grandes superfícies de areia. Ainda que a cor do cão esteja de acordo com a da propriedade a defender, importa que a altura das chapas dos portões seja superior à altura do animal, para que não denuncie a sua presença e projecte a sua silhueta, o que lastimavelmente é muito raro. A isto se chama: “gato escondido com o rabo de fora”. O cão de guarda deve ser um caçador e não uma presa!
Quando a guarda for nocturna: os cães brancos são desde logo impróprios e a oportunidade dos negros é irrefutável, em particular aqueles que passam directamente da fixação para o ataque. Os cães malhados sem a contribuição do branco são uma opção razoável, porque a luz lunar não os denuncia e constituem-se em sombra. A pelagem do guarda-nocturno canino deve ser dupla, para que suporte sem maiores dificuldades as amplitudes térmicas causadas pela noite. Ao contrário do que se pensa, a maioria dos cães lanudos, porque não tem subpelo, gela com mais facilidade e dependendo das condições climatéricas, pode entrar em hipotermia. Os cães bicolores clássicos (preto-afogueados) são próprios para o serviço nocturno, desde que não tenham o focinho encurtado, porque a sua frequência respiratória é por demais audível à distância, eliminando assim a vantagem pigmentária. Por tudo o que foi dito, os cães de pelo raso devem ser dispensados do serviço nocturno, porque tendem a afastar-se dos charcos pluviais e cedo buscam abrigo, na procura do conforto que obsta ao policiamento. O comprimento da pelagem é também um factor a considerar, para que o cão não se enleie nos obstáculos naturais ou artificias, colocados no seu caminho. Os cães vulgarmente atribulados por otites, mesmo que possuam a pelagem indicada, devem ser imediatamente dispensados do serviço nocturno, porque as alterações climatéricas contribuem para o agravamento da sua afecção, tornando-os circunspectos e desatentos.
São muitas as condições inerentes a um cão de guarda, todas elas procuram a vantagem e a pelagem é uma delas. Oportunamente falaremos doutras (cognitivas, psicológicas e morfológicas), para que a escolha do cão guardião não seja arbitrária e imprópria, isenta de préstimo e fatal para o cão. Entretanto, preocupamo-nos com aqueles que apesar das desvantagens, persistem em defender aquilo que lhes foi confiado, colocando-se em risco mercê da gratidão.
Passemos aos exemplos práticos.
Quando a guarda for diurna: importa considerar a predominância das cores locais e não dar ao habitáculo do cão uma cor diferente, garantir a camuflagem e ensinar a progressão menos visível ao guardião. Se a área a guardar se remeter a uma moradia, a cor do cão não deverá contrastar com a das paredes à distância. Normalmente as paredes das habitações são circundadas por um rodapé de outra cor ou rematadas a pedra. Quando o rodapé for superior à altura do cão, quando este se desloca levantado, a cor a considerar é a do rodapé. É errado destacar canis, porque a diferença estrutural indicia o local de permanência do animal. Na nossa opinião, o canil deve ser deveras dissimulado, se possível, embutido na própria casa. As temperaturas médias mensuráveis no local, indiciarão qual a densidade da pelagem necessária ao guardião, para que não vacile de frio ou rebente com o calor. Cães sem subpêlo passam horrores nas estações frias e cães de pelagem dupla sofrem horrores no Verão. Diante das amplitudes térmicas, os cães lobeiros carregam uma vantagem, porque regulam a sua pelagem pelo relógio biológico (mais claros na Primavera e Verão; mais escuros no Outono e no Inverno). Salvo raras excepções, os cães bicolores devem ser evitados, porque a sua pigmentação inverte a sombra provocada pelos raios solares, já que são escuros no dorso e mais claros sobre os membros. Os cães tigrados, os maioritariamente cinzentos, são óptimos para as áreas arborizadas ou de bosque. Os cães brancos são quase indetectáveis nas grandes superfícies de areia. Ainda que a cor do cão esteja de acordo com a da propriedade a defender, importa que a altura das chapas dos portões seja superior à altura do animal, para que não denuncie a sua presença e projecte a sua silhueta, o que lastimavelmente é muito raro. A isto se chama: “gato escondido com o rabo de fora”. O cão de guarda deve ser um caçador e não uma presa!
Quando a guarda for nocturna: os cães brancos são desde logo impróprios e a oportunidade dos negros é irrefutável, em particular aqueles que passam directamente da fixação para o ataque. Os cães malhados sem a contribuição do branco são uma opção razoável, porque a luz lunar não os denuncia e constituem-se em sombra. A pelagem do guarda-nocturno canino deve ser dupla, para que suporte sem maiores dificuldades as amplitudes térmicas causadas pela noite. Ao contrário do que se pensa, a maioria dos cães lanudos, porque não tem subpelo, gela com mais facilidade e dependendo das condições climatéricas, pode entrar em hipotermia. Os cães bicolores clássicos (preto-afogueados) são próprios para o serviço nocturno, desde que não tenham o focinho encurtado, porque a sua frequência respiratória é por demais audível à distância, eliminando assim a vantagem pigmentária. Por tudo o que foi dito, os cães de pelo raso devem ser dispensados do serviço nocturno, porque tendem a afastar-se dos charcos pluviais e cedo buscam abrigo, na procura do conforto que obsta ao policiamento. O comprimento da pelagem é também um factor a considerar, para que o cão não se enleie nos obstáculos naturais ou artificias, colocados no seu caminho. Os cães vulgarmente atribulados por otites, mesmo que possuam a pelagem indicada, devem ser imediatamente dispensados do serviço nocturno, porque as alterações climatéricas contribuem para o agravamento da sua afecção, tornando-os circunspectos e desatentos.
São muitas as condições inerentes a um cão de guarda, todas elas procuram a vantagem e a pelagem é uma delas. Oportunamente falaremos doutras (cognitivas, psicológicas e morfológicas), para que a escolha do cão guardião não seja arbitrária e imprópria, isenta de préstimo e fatal para o cão. Entretanto, preocupamo-nos com aqueles que apesar das desvantagens, persistem em defender aquilo que lhes foi confiado, colocando-se em risco mercê da gratidão.
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