Todos os anos há quem repita a graça e engrosse a fileira dos palermas, por mais veementes que sejam os avisos. Quanto tratamos deste assunto, vem-nos à baila a história do “ Velhote Zé”, barbeiro lá terra e metalúrgico no Canadá. Bafejado pela sorte e graças ao esforço dispendido, o homem foi bem sucedido lá pelas terras da estranja, regressando a Portugal com algo substancial. Com a família “a trabalhar para o mesmo saco”, tornou-se proprietário de uma Quinta invejável, situada numa das Vilas mais luxuriantes do País. Temendo a cobiça alheia, porque o dinheiro lhe custou a ganhar e nunca ninguém lhe deu nada, decidiu entregar a defesa dos seus bens a um grupo de Pastores Alemães. E cumpriu tudo segundo o figurino, levou-os a uma escola e capacitou-os para o ofício. Certa noite, aproveitando uma insónia, decidiu fiscalizar o trabalho de um dos cães que se encontrava de vigia. No intuito de testar a valentia do guardião, não foi de modas, aparecendo de surpresa, jogou-lhe umas quantas pedras em cima. O bicho debandou desalmado, quinta abaixo, e ainda ganhou a alcunha de “cagarolas”.
Recentemente, porque um mal nunca vem só, um aluno nosso decidiu, pela madrugada, rondar o seu cão de serviço, aparecendo de surpresa e pregando-lhe um susto dos diabos, ainda que não fosse essa a sua intenção. Não sabemos se o bicho entrou em colapso mictório, mas de certeza que não ganhou para o susto, a avaliar pelo relato que nos chegou. Diante da narrativa, o nosso instruendo foi obsequiado com um nome que nos é querido, muito embora distante do seu agrado.
E como palermas não faltam, optámos pelo esclarecimento, mais uma vez, para diminuir o número desses indivíduos e proteger os cães, para evitar futuras pantominas não encomendadas. Em ocasiões como estas, agradecemos à Mãe Natureza a dádiva dos cães, pelo juízo que lhes deu, muito para além da ignorância ou do bom-senso visível nos seus donos, caso contrário… O assunto não é para brincadeiras, porque é mais fácil instalar do que reeducar e o cão sai desta situação ultrajado, atacado pela retaguarda e por quem menos espera.
Primeiro há que considerar o particular sensorial canino, o seu modo de identificação e abordagem, já que a maioria das raças, opera a detecção pelo ouvido em prejuízo do olfacto, forçada pelo legado genético e induzida pela limitação do território. A constante supressão da liberdade, que os impede de caçar, obriga os pequenos cães caçadores à substituição do seu modo detector, transitando do olfacto para o ouvido pela acção da corrente, operando a troca de alvos porque a caça a sinalizar é a humana. E como já são raros os cães veros extractores de odores, grande número deles só usará o olfacto, ocasionalmente, enquanto dorme. Por causa disso, ensinamos aos cães o comando de “morto”, para que mesmo dormindo se mantenham alerta. O problema agrava-se quando a direcção do vento não é favorável ao cão, o que permite ao intruso uma aproximação mais segura e de surpresa.
Como a escolha do território a guardar resulta da imposição, o cão vê-se obrigado a confiar na retaguarda, pela cativação gregária que o leva a evoluir de casa para os limites da propriedade. Aqui a casa substitui o grupo e ela é a causa do seu policiamento. Graças a isto, bem depressa expulsará os invasores para proteger os residentes, que podem dormir descansados. Naturalmente, o cão guardará de dentro para fora e o inverso carece de treino aturado, porque é antinatural e obriga ao condicionamento prévio. O desprezo por esta condição lança o cão na maior das confusões, torna-o vulnerável, porque é surpreendido por quem menos espera. Em simultâneo, mercê da surpresa, pode entender a visita como um reparo. É importante não esquecer que o cão é um animal de hábitos, com as vantagens e desvantagens deles resultantes.
Ao invés de andarmos a brincar ao Oficial Rondante (que se resguarda na senha e contra-senha), devemos habilitar o cão para o serviço pretendido, porque é um sentinela e deve ser preparado para tal, sabendo de antemão onde o perigo pode espreitar. Nenhum cão de guarda pode ser investido nisso, se a capacitação doméstica não suceder ao treino escolar. O cão deve treinar no local, porque não é um aspirador de piscinas ou um furão em toca de coelhos, muito menos uma máquina! E já agora, pelo que atrás se disse e porque nem todos os cães são iguais, quando policiar o seu cão ou o abordar intempestivamente, trate-o de imediato pelo nome, para que o identifique e tudo corra sem novidade, porque já houve casos com desfechos diferentes e não queremos que se constitua em vítima. Em abono da segurança, quem deverá conhecer o nome do seu cão? O padeiro, os vizinhos ou a proprietária do quiosque? Não poderá ele operar a cessação das acções e substituir o comando de “aqui”?
Recentemente, porque um mal nunca vem só, um aluno nosso decidiu, pela madrugada, rondar o seu cão de serviço, aparecendo de surpresa e pregando-lhe um susto dos diabos, ainda que não fosse essa a sua intenção. Não sabemos se o bicho entrou em colapso mictório, mas de certeza que não ganhou para o susto, a avaliar pelo relato que nos chegou. Diante da narrativa, o nosso instruendo foi obsequiado com um nome que nos é querido, muito embora distante do seu agrado.
E como palermas não faltam, optámos pelo esclarecimento, mais uma vez, para diminuir o número desses indivíduos e proteger os cães, para evitar futuras pantominas não encomendadas. Em ocasiões como estas, agradecemos à Mãe Natureza a dádiva dos cães, pelo juízo que lhes deu, muito para além da ignorância ou do bom-senso visível nos seus donos, caso contrário… O assunto não é para brincadeiras, porque é mais fácil instalar do que reeducar e o cão sai desta situação ultrajado, atacado pela retaguarda e por quem menos espera.
Primeiro há que considerar o particular sensorial canino, o seu modo de identificação e abordagem, já que a maioria das raças, opera a detecção pelo ouvido em prejuízo do olfacto, forçada pelo legado genético e induzida pela limitação do território. A constante supressão da liberdade, que os impede de caçar, obriga os pequenos cães caçadores à substituição do seu modo detector, transitando do olfacto para o ouvido pela acção da corrente, operando a troca de alvos porque a caça a sinalizar é a humana. E como já são raros os cães veros extractores de odores, grande número deles só usará o olfacto, ocasionalmente, enquanto dorme. Por causa disso, ensinamos aos cães o comando de “morto”, para que mesmo dormindo se mantenham alerta. O problema agrava-se quando a direcção do vento não é favorável ao cão, o que permite ao intruso uma aproximação mais segura e de surpresa.
Como a escolha do território a guardar resulta da imposição, o cão vê-se obrigado a confiar na retaguarda, pela cativação gregária que o leva a evoluir de casa para os limites da propriedade. Aqui a casa substitui o grupo e ela é a causa do seu policiamento. Graças a isto, bem depressa expulsará os invasores para proteger os residentes, que podem dormir descansados. Naturalmente, o cão guardará de dentro para fora e o inverso carece de treino aturado, porque é antinatural e obriga ao condicionamento prévio. O desprezo por esta condição lança o cão na maior das confusões, torna-o vulnerável, porque é surpreendido por quem menos espera. Em simultâneo, mercê da surpresa, pode entender a visita como um reparo. É importante não esquecer que o cão é um animal de hábitos, com as vantagens e desvantagens deles resultantes.
Ao invés de andarmos a brincar ao Oficial Rondante (que se resguarda na senha e contra-senha), devemos habilitar o cão para o serviço pretendido, porque é um sentinela e deve ser preparado para tal, sabendo de antemão onde o perigo pode espreitar. Nenhum cão de guarda pode ser investido nisso, se a capacitação doméstica não suceder ao treino escolar. O cão deve treinar no local, porque não é um aspirador de piscinas ou um furão em toca de coelhos, muito menos uma máquina! E já agora, pelo que atrás se disse e porque nem todos os cães são iguais, quando policiar o seu cão ou o abordar intempestivamente, trate-o de imediato pelo nome, para que o identifique e tudo corra sem novidade, porque já houve casos com desfechos diferentes e não queremos que se constitua em vítima. Em abono da segurança, quem deverá conhecer o nome do seu cão? O padeiro, os vizinhos ou a proprietária do quiosque? Não poderá ele operar a cessação das acções e substituir o comando de “aqui”?
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