domingo, 30 de agosto de 2020

A ANSIEDADE DA SEPARAÇÃO PODE LEVAR AO DESESPERO E À MORTE

É cada vez mais difícil, face ao antropomorfismo reinante, exigir autocontrolo, equilíbrio emocional e senso de responsabilidade aos donos dos cães, mesmo que os seus desequilíbrios possam levar ao desespero e à morte dos seus companheiros de 4 patas, devido à ansiedade da separação que lhes provocam. Quando ao forte sentimento gregário canino é junto um relacionamento lamechas ou inapropriado e é longo o tempo que separa diariamente donos e cães, o problema poderá estar automaticamente instalado e o seu desfecho poderá ser tremendamente trágico.
A ausência dos donos poderá provocar nos cães, para além de alguma destruição doméstica e persistente incómodo dos vizinhos, acções desesperadas e suicidas, porque se sentem vulneráveis e frágeis quando entregues a si próprios. Exceptuando aqueles que já nasceram com sérias fragilidades psicológicas e não são tão poucos assim por conta das más selecções, da consanguinidade e da endogamia (razões genéticas), são os donos, na maioria dos casos, os primeiros responsáveis pela instalação do problema, ao procederem a despedidas sofridas, como se partissem para uma cruzada na incerteza de voltarem e a regressos estonteantes, como se já não vissem os animais há séculos.
Ninguém tem dúvidas que a “ansiedade da separação” canina é uma afecção própria da contemporaneidade, esmagadoramente urbana e por demais visível nos lares da população activa, aquela que sai para ir trabalhar. Para os animais a quem são detectados vários medos, aconselha-se a sua inscrição escolar, o mais tardar aos 4 meses de idade, para que através da interacção, da autonomia condicionada e dos desafios vencidos, consigam superar aquilo que tanto os afligia e serenarem quando entregues a si mesmos.
Quanto aos outros, que de medrosos nada têm, exige-se aos seus donos que sejam sóbrios nas suas despedidas e chegadas, que acostumem os seus cães às suas partidas e regressos simulando-os, primeiro com pequenos intervalos e depois, gradualmente, com outros mais longos, até que os animais se acostumem à sua ausência e se apercebam que ela não significa “um adeus até sempre” ou o fim do mundo – um simples “já volto” basta e um “já cheguei” também. Todavia, convém dizer que os cães não nasceram para estar sós, pelo que necessitam de aprender a aceitar a esta situação.
Quem continuar a empreender despedidas melodramáticas e entradas redentoras, para além de se arriscar a ficar com a casa em fanicos, poderá correr o risco de ver o seu amigo de 4 patas ferir-se ou automutilar-se, de o reencontrar estatelado e inanimado para sempre no passeio fronteiriço à sua habitação, rodeado de sangue e vidros – definitivamente vencido pela ansiedade. Como isto não acontece só aos outros, se tiver um problema destes e quiser solucioná-lo, contacte-nos através do endereço electrónico deste blogue, porque juntos poderemos ajudar a solucioná-lo.

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