É
cada vez mais difícil, face ao antropomorfismo reinante, exigir autocontrolo, equilíbrio
emocional e senso de responsabilidade aos donos dos cães, mesmo que os seus desequilíbrios
possam levar ao desespero e à morte dos seus companheiros de 4 patas, devido à
ansiedade da separação que lhes provocam. Quando ao forte sentimento gregário
canino é junto um relacionamento lamechas ou inapropriado e é longo o tempo que
separa diariamente donos e cães, o problema poderá estar automaticamente
instalado e o seu desfecho poderá ser tremendamente trágico.
A
ausência dos donos poderá provocar nos cães, para além de alguma destruição
doméstica e persistente incómodo dos vizinhos, acções desesperadas e suicidas,
porque se sentem vulneráveis e frágeis quando entregues a si próprios.
Exceptuando aqueles que já nasceram com sérias fragilidades psicológicas e não
são tão poucos assim por conta das más selecções, da consanguinidade e da endogamia
(razões genéticas), são os donos, na maioria dos casos, os primeiros responsáveis
pela instalação do problema, ao procederem a despedidas sofridas, como se
partissem para uma cruzada na incerteza de voltarem e a regressos estonteantes,
como se já não vissem os animais há séculos.
Ninguém
tem dúvidas que a “ansiedade da separação” canina é uma afecção própria da contemporaneidade,
esmagadoramente urbana e por demais visível nos lares da população activa,
aquela que sai para ir trabalhar. Para os animais a quem são detectados vários
medos, aconselha-se a sua inscrição escolar, o mais tardar aos 4 meses de
idade, para que através da interacção, da autonomia condicionada e dos desafios
vencidos, consigam superar aquilo que tanto os afligia e serenarem quando
entregues a si mesmos.
Quanto
aos outros, que de medrosos nada têm, exige-se aos seus donos que sejam sóbrios
nas suas despedidas e chegadas, que acostumem os seus cães às suas partidas e
regressos simulando-os, primeiro com pequenos intervalos e depois,
gradualmente, com outros mais longos, até que os animais se acostumem à sua
ausência e se apercebam que ela não significa “um adeus até sempre” ou o fim do
mundo – um simples “já volto” basta e um “já cheguei” também. Todavia, convém dizer
que os cães não nasceram para estar sós, pelo que necessitam de aprender a aceitar
a esta situação.
Quem
continuar a empreender despedidas melodramáticas e entradas redentoras, para além
de se arriscar a ficar com a casa em fanicos, poderá correr o risco de ver o
seu amigo de 4 patas ferir-se ou automutilar-se, de o reencontrar estatelado e
inanimado para sempre no passeio fronteiriço à sua habitação, rodeado de sangue
e vidros – definitivamente vencido pela ansiedade. Como isto não acontece só
aos outros, se tiver um problema destes e quiser solucioná-lo, contacte-nos
através do endereço electrónico deste blogue, porque juntos poderemos
ajudar a solucioná-lo.
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