Esta tem sido uma guerra interminável, operada massivamente nos últimos cinquenta anos: a procura do atavismo canino. O Lobo Checo, o Lobo Italiano e os Pastores Holandeses disso são exemplo. Nos Estados Unidos até houve necessidade de regulamentar a percentagem de sangue lobo nos cães. O retorno ao Lobo tem-se revelado desastroso, porque os híbridos perdem dependência e ganham autonomia, dificultam a parceria e agem pelos seus instintos, tornando-se desprezíveis para os fins procurados. Por detrás de tudo isto, está a procura do super-cão, um guardião de créditos inquestionáveis, que à dentada tudo varrerá. A transferência da matilha animal para a constituição binomial é o maior dos seus entraves, inviabilizando os desejos dos que almejam feras no quintal. À parte disto, a capacitação dos híbridos tem sido morosa e votada ao insucesso, devido à troca de alvos que leva à perseguição de outros animais. Ganha-se o caçador e perde-se o guardião.
Há já muito que os saloios sabiam disso, em tempos idos, depois de verificarem a inutilidade dos raposos em cativeiro e querendo melhores cães de caça, iam deixar as suas cadelas com o cio no Cabeço da Velha, junto à Avessada, para que os raposos as cobrissem e daí resultassem excelentes caçadores. A manobra era feita “à boca calada” e muito poucos viram recompensado o seu esforço. O fraco índice de sucesso levou ao abandono das acções, muito embora se encontrem ainda, na região, características desse atavismo nalguns rafeiros caçadores. Depois de auscultar os mais velhos, a opinião é unânime: “quanto menos sangue raposo, melhor!”
Na Europa, o CPA foi o cão mais solicitado para estas vãs tentativas, por causa do seu tipo e morfologia. No entanto, os híbridos resultantes da sua contribuição, ao invés de suplantarem as suas qualidades, adquiriram outras bem distantes da mais-valia procurada. Ouvimos de um instrutor militar a seguinte sentença: “ Uma vez soldado, soldado para sempre. Depois de sentir o estalar do verniz, qualquer um sabe daquilo que é capaz! Dificilmente voltará a ser o mesmo!” No nosso modesto entender, o cão actual ainda tem demasiadas características atávicas que o ligam ao lobo, não necessita de mais e quanto menos tiver, melhor para todos, em abono do seu bem-estar e sobrevivência. Segundo a opinião de alguns etólogos, ligados à preservação de diferentes lobos, a “História do Capuchinho Vermelho”, como parte da cultura ocidental, contribuiu para o aniquilamento desenfreado desses animais. O medo que temos dos outros leva-nos a tentativas desesperadas, cria mercado. Até quando seguiremos as fábulas?
Há já muito que os saloios sabiam disso, em tempos idos, depois de verificarem a inutilidade dos raposos em cativeiro e querendo melhores cães de caça, iam deixar as suas cadelas com o cio no Cabeço da Velha, junto à Avessada, para que os raposos as cobrissem e daí resultassem excelentes caçadores. A manobra era feita “à boca calada” e muito poucos viram recompensado o seu esforço. O fraco índice de sucesso levou ao abandono das acções, muito embora se encontrem ainda, na região, características desse atavismo nalguns rafeiros caçadores. Depois de auscultar os mais velhos, a opinião é unânime: “quanto menos sangue raposo, melhor!”
Na Europa, o CPA foi o cão mais solicitado para estas vãs tentativas, por causa do seu tipo e morfologia. No entanto, os híbridos resultantes da sua contribuição, ao invés de suplantarem as suas qualidades, adquiriram outras bem distantes da mais-valia procurada. Ouvimos de um instrutor militar a seguinte sentença: “ Uma vez soldado, soldado para sempre. Depois de sentir o estalar do verniz, qualquer um sabe daquilo que é capaz! Dificilmente voltará a ser o mesmo!” No nosso modesto entender, o cão actual ainda tem demasiadas características atávicas que o ligam ao lobo, não necessita de mais e quanto menos tiver, melhor para todos, em abono do seu bem-estar e sobrevivência. Segundo a opinião de alguns etólogos, ligados à preservação de diferentes lobos, a “História do Capuchinho Vermelho”, como parte da cultura ocidental, contribuiu para o aniquilamento desenfreado desses animais. O medo que temos dos outros leva-nos a tentativas desesperadas, cria mercado. Até quando seguiremos as fábulas?
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