sábado, 4 de outubro de 2014

MORREU UM FLAVIENSE: ALPOIM CALVÃO

Se não podemos condenar Álvaro Cunhal por ter sido fiel às suas convicções, muito menos poderemos condenar Alpoim Calvão por ter arriscado a pele a bem da Nação. E dizemos isto por apego à verdade dos factos e não por sermos saudosistas ou adeptos de qualquer fascismo, quer ele provenha da direita ou da esquerda. A história encarregar-se-á de lhe fazer justiça. Morreu o Comandante da “Operação Mar Verde”, um dos militares mais condecorados do País, um operacional renomado e um excelente fuzileiro. O seu funeral foi discreto em honrarias mas farto em marinheiros e fuzileiros, ex-combatentes anónimos que vieram prestar-lhe a última homenagem, uns vestidos de branco e outros de boina na cabeça. Por ter acreditado nas suas convicções e de as ter defendido até ao fim, sendo um anti-comunista ferrenho, acabou vítima da política e dos políticos, sobre os quais disse um dia, a respeito da guerra colonial e da descolonização: "Em termos puramente militares, todos sabem que uma guerra de guerrilha não se ganha nem se perde. Aliás, as guerras são iniciadas pelos políticos e têm de ser terminadas pelos políticos. Os militares limitam-se a aguentar o espaço e o tempo para se desenhar uma solução política. A solução política a que os políticos chegaram foi o desastre que foi. Para ambos os lados”. Quem desejar saber mais sobre este extraordinário militar português nascido em Chaves, poderá adquirir a sua biografia com o título “ Alpoim Calvão – Honra e Dever”, da autoria do jornalista Rui Hortelão e dos Capitães-de-Fragata Luís Sanches de Baêna e Abel Melo e Sousa. Evoca-se o homem e regista-se a efeméride.

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