Se não podemos condenar Álvaro Cunhal por ter sido fiel às suas
convicções, muito menos poderemos condenar Alpoim Calvão por ter arriscado a
pele a bem da Nação. E dizemos isto por apego à verdade dos factos e não por
sermos saudosistas ou adeptos de qualquer fascismo, quer ele provenha da
direita ou da esquerda. A história encarregar-se-á de lhe fazer justiça. Morreu
o Comandante da “Operação Mar Verde”, um dos militares mais condecorados do
País, um operacional renomado e um excelente fuzileiro. O seu funeral foi
discreto em honrarias mas farto em marinheiros e fuzileiros, ex-combatentes
anónimos que vieram prestar-lhe a última homenagem, uns vestidos de branco e
outros de boina na cabeça. Por ter acreditado nas suas convicções e de as ter
defendido até ao fim, sendo um anti-comunista ferrenho, acabou vítima da
política e dos políticos, sobre os quais disse um dia, a respeito da guerra
colonial e da descolonização: "Em termos puramente militares, todos sabem
que uma guerra de guerrilha não se ganha nem se perde. Aliás, as guerras são
iniciadas pelos políticos e têm de ser terminadas pelos políticos. Os militares
limitam-se a aguentar o espaço e o tempo para se desenhar uma solução política.
A solução política a que os políticos chegaram foi o desastre que foi. Para
ambos os lados”. Quem desejar saber mais sobre este extraordinário militar
português nascido em Chaves, poderá adquirir a sua biografia com o título “
Alpoim Calvão – Honra e Dever”, da autoria do jornalista Rui Hortelão e dos
Capitães-de-Fragata Luís Sanches de Baêna e Abel Melo e Sousa. Evoca-se o homem
e regista-se a efeméride.
sábado, 4 de outubro de 2014
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