Curiosamente,
aquilo que os condutores menos gostam de fazer com os seus cães é obediência,
muito embora precisem dela como de pão para a boca e seja esse o principal
motivo que os traz para as escolas caninas. Por outro lado, é a obediência que
garante o bom desempenho e o melhor aproveitamento dos cães nas mais diversas
disciplinas cinotécnicas. Porém, a obediência oferecida pelas aulas colectivas
é menos enfadonha, mais dinâmica e alegre do que a resultante do acompanhamento
individual de cada binómico, pela presença de mais cães que se prestam a ser
agentes de ensino uns dos outros. Na foto acima vemos um exercício de controlo
do “junto” sobre dois planos elevados de diferentes larguras, com a CPA Gaia a
dar boleia à SRD Lisboa. Na foto que se segue, também no mesmo exercício, vemos
o desempenho do CPA Bohr e da SRD Titã, com o Pastor Alemão desarvorado e o seu
dono sem dar por isso, obrigando a Catarina a entrar inusitadamente em “passo
de corrida” para alcançar o alinhamento procurado.
Catarina
que foi também convidada pelo Adestrador a ir andar de skate com a sua cadela
ao lado, numa pista própria para o efeito e na companhia de vários skaters. Um
pouco destreinada e com medo de “dar um malho”, a jovem começou por evoluir
sozinha e só depois com a Titã ao lado. Na foto abaixo, ainda com algumas
cautelas, vemos a Catarina já com a sua cadela em plena evolução.
A
Titã depressa se adaptou ao Skate e deu mostras de se ter agradado do
exercício, deslocando-se ambas tal qual o comboio “Alfa Pendular” rumo à cidade
do Porto. A Catarina ficou radiante com a experiência e eu fiquei com a certeza
de que a Titã jamais estranhará os skates ou perseguirá os seus praticantes.
Parabéns a ambas!
Apostados
a recriar no sábado os “10
MINUTOS DE RELAX”, momento em que soltamos todos os cães
para conviverem entre si debaixo de supervisão, rumámos a um pequeno parque
cercado e relvado, com os seus muros ricamente grafitados com desenhos de
vários motivos, ainda que aparentemente sujeitos à temática dos animais. Na foto seguinte e
naquele mesmo local, vemos o exuberante CPA Dobby
em
pose majestática.
Valendo-nos
de um aparelho público para exercícios humanos, que transformámos em obstáculo
para os cães, pedimos aos binómios presentes que o ultrapassassem, atendendo ao
seu grau de dificuldade, uma vez que era uma rampa extensa rematada por uma
barra de ferro cromado, o que obrigava simultaneamente a um salto de elevação e
extensão. E isto porquê? Para melhorar a capacidade de impulsão dos cães, a sua
capacidade de resolução, o robustecimento do seu carácter e a prontidão do seu
desempenho. O “obstáculo” foi primeiro vencido tal qual se apresentava e depois
com uma pessoa nele deitada. Na foto abaixo, na primeira fase do exercício,
vemos o desempenho do binómio Maria/Dobby, com a condutora a olhar para trás
como se precisasse de dizer adeus à família (estamos perante uma senhora
bastante saudosa!).
Quiçá
porque somos todos diferentes, o relacionamento da Catarina com a Titã é por
vezes extremado, transitando de “mãe-galinha” para “1º Sargento de Infantaria”,
o que para uma cadela submissa, agora a aprender a ser manhosa, pode não ser o
melhor dos subsídios de ensino. Exige-se assim, ao invés do dinamitar do
relacionamento, constância nas acções e melhor desempenho físico da Catarina
para poder valer à sua companheira. A provar o que acabo de dizer, na saída do
salto abaixo, é possível ver o atraso da condutora em relação à Titã (há que
melhorar a velocidade de arranque). Não obstante, no que à biomecânica diz
respeito, estamos perante um salto canino de rara beleza.
Na
foto que se segue, agora com o obstáculo encimado por uma pessoa, vemos o “afilhado
do padrinho” a vencê-lo com a explosiva CPA Gaia, que acabou por executá-lo
pelo alongamento da marcha ao invés de fazê-lo a galope. A imagem torna-se
espectacular pelo desempenho físico do condutor, bem adiantado em relação à
cadela conforme exige a técnica de salto.
Conhecedor
do real potencial da CPA Gaia e usando-a como exemplificação para os demais, o
Adestrador levou-a a executar a galope aquela transposição, o que resultou num
desempenho belo e seguro.
Fazendo
uso do tradicional procedimento “trabalho-pausa” colocámos quatro cães sobre o
mesmo número de pequenos assentos circulares, não tanto pela obediência, mas
para facilitar a constituição da matilha heterogénea escolar. Como prova a foto
seguinte, a matilha funcionou!
Livre
de qualquer encargo cinotécnico e dispensada de qualquer tipo de colaboração, a
pequena Nicole assistiu num lugar alto ao decorrer dos trabalhos, vindo a
pousar para a câmera do Paulo com a vaidade e graciosidade que lhe são reconhecidas.
Dando
continuidade ao trabalho sobre superfícies estreitas, necessário às disciplinas
de resgate e salvamento, também como subsídio de sobrevivência e próprio das
manobras de evasão, convidei todos os binómios para a subida de uma rampa
estreita com 45 graus de inclinação. Na foto abaixo vemos a execução do binómio
Catarina/Titã.
Com
o Dobby a fazer “à frente” e com a Maria já “sem pernas”, vemos o esforçado cão
a valer à dona no mesmo exercício. O Dobby é daqueles generosos cães que não
rejeita serviço, que não se encolhe diante dos problemas e que segue sempre
avante, pelo que deverá ser protegido atendendo à sua sobrevivência. Apesar de
ter nascido para herói, importa que passe o maior número de anos entre nós.
Na
foto que se segue vemo-lo a saltar uma caixa de cimento com 100 cm de altura
partindo da posição de “senta”. Desta vez a Maria estava no lugar certo e não
atrapalhou o cão, que é brioso, competitivo e não deseja ser ultrapassado por
ninguém, para além de levar o trabalho muito a sério (vale a pena reparar nas
suas expressões mímicas, que não enganam).
A
SRD Lisboa foi quem melhor venceu a rampa de 45 graus, porque é naturalmente
resiliente e dotada de grande capacidade atlética. As dificuldades que
esporadicamente apresenta no treino são mais da dona do que dela. Tem-se
revelado uma excelente aluna, surpreendendo principalmente a sua condutora.
E
como estávamos na “Grafitlândia”, nada melhor que tirar fotos nesse pano de
fundo. Na foto abaixo, vemos a SRD Titã embutida num quadro de alienígenas
maioritariamente verdes, possivelmente marcianos, criaturas que não conseguiram
impedir a sua concentração e cumprimento das ordens.
Desconheço
se a figura mural é uma personagem conhecida ou não da banda desenhada. A mim
parece-me ser um urso panda, mas também sou pouco dotado de imaginação. Certo é
que a seu lado mandei colocar as SRD’s Titã e Lisboa, que indiferentes à
espécie do boneco, ficaram bem na fotografia.
Numa
encenação resultante da boa disposição, perante a indiferença da Titã, a
Catarina parece estar prestes a ser engolida por um furioso tubarão que avança
para ela de boca aberta. Pela cara da menina é possível ver-se que não suspeitava de qualquer perigo.
Como
boa ribatejana que se preza, a Maria acabou por tirar uma foto na companhia de
um simpático touro “astifino” e “corniaberto”, com o à vontade próprio de quem
nasceu a admirar e conviver com o gado bravo.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Catarina/Titã; Diana/Lisboa; Jorge/Gaia; Maria/Dobby e Paulo/Bohr. A reportagem fotográfica foi da autoria do Paulo Jorge e a sua edição coube ao Adestrador. A família Rodrigues não compareceu, o trabalho correu conforme o esperado e o tempo esteve de feição.
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