Segundo
fez saber hoje a polícia local, o incidente ocorreu na passada segunda-feira
dia 10 de abril (segunda-feira de páscoa) em Beutelsbach, no distrito alemão de
Passau, na Baixa Baviera, quando um híbrido de Collie-São Bernardo mordeu uma
das coxas a um ciclista de 22 anos de idade, que precisou da ajuda de um
terceiro para se soltar do animal. O dono do cão pediu desculpa pelo ocorrido e
identificou-se perante o ciclista sinistrado, que procurou atendimento médico e
denunciou o caso à polícia. Quando os polícias abordaram o dono do híbrido,
este saltou uma cerca e desferiu uma valente dentada na nádega de um polícia,
que sangrando foi parar ao hospital para observação. Como não podia deixar de
ser, o dono do cão cruzado irá responder por dois casos de lesões corporais
negligentes.
Por vezes, cães resultantes do cruzamento de duas raças aparentemente simpáticas e nada agressivas podem apresentar um comportamento inesperado e totalmente antagónico, mostrando-se desmesuradamente agressivos e violentos sem o concurso da instigação, do trauma ou de qualquer treino prévio nesse sentido. Estes desequilíbrios, segundo a minha experiência como criador e reeducador de cães, são mais comuns quando os progenitores destes híbridos pertencem a grupos somáticos diferentes, potenciando impulsos herdados neles pouco perceptíveis. Assim como dois cães de raças diferentes poderão transmitir à sua prole o melhor das duas, o que não é muito comum, com maior facilidade poderão dotar as suas crias do pior que nelas há ou de características “inesperadas”, mercê do aumento da carga instintiva, de alterações morfológicas, psicológicas e cognitivas. Não há dois híbridos de comportamento igual, cada um aflorará a sua individualidade e todos deverão ser objecto de estudo profundo. Que não se confundam híbridos caninos com rafeiros, porque os últimos são geralmente dóceis e os primeiros tendem a ser um ”bico-de-obra”! É possível que o incidente de Beutelsbach encontre a sua causa na genética do híbrido, o que não isenta de responsabilidades o seu dono, que deveria tê-lo controlado e impedido que causasse dolo a outrem.
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