sexta-feira, 28 de abril de 2023

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

 

O Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:

1º _ HÍBRIDO DE CHOW-CHOW/PASTOR ALEMÃO: MÁQUINA OU DESASTRE, editado em 11/05/2016

2º _ COMO DEFENDER-SE DO ATAQUE DE UM JAVALI, editado em 19/08/2019

3º _ AADI: MUDAR O MUNDO PARA AS CRIANÇAS COM AUTISMO, editado em 27/04/2023

4º _ OS CÃES DOS SALOIOS, e ditado em24/08/2009

5º _ CELEBRAR O DIA DA LIBERDADE, editado em 26/04/2023

6º _ NOVO BINÓMIO, editado em 25/04/2023

7º _ EM EQUIPA QUE GANHA NÃO SE MEXE!, editado em 21/04/2023

8º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015

9º _ IDA À GRAFITLÂNDIA, editado em 24/04/2023

10º _ OLHOS DE “CARNEIRO MAL MORTO” PORQUÊ E PARA QUÊ?, editado em 18/06/2019

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

 

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:

1º Portugal, 2º Brasil, 3º Estados Unidos, 4º Rússia, 5º Alemanha, 6º Suíça, 7º França, 8º Suécia, 9º Reino Unido e 10º Itália.

PIADA PARA O FIM-DE-SEMANA: FALTA DE COMBUSTÍVEL E GENTILEZA

 

Uma menina inquieta pergunta para a mãe se pode levar à rua a sua cadelinha Beagle. Ela diz-lhe que não, que a cadela está com o cio e que os outros cães irão persegui-la. Perante a insistência da filha, a mãe permite que ela saia à rua com a cadela, mas só depois de ter passado nas costas do animal um pouco de gasolina para que os cães não se apercebessem que ela estava com o cio. Cinco minutos após ter saído, a menina volta para casa sem a cadela e a mãe pergunta-lhe onde está o animal. Sem se atrapalhar, a filha responde-lhe: “Mãe, a gasolina da cadela acabou lá em baixo num canto, mas não se preocupe porque um cão muito gentil está agora a empurrá-la!”

BOHR: O AMIGO QUE À TARDINHA DESCE À CIDADE

 

O CPA Bohr, um lobeiro de pêlo comprido, é um amigo que à tardinha desce à cidade onde é muito conhecido, tem um enorme grupo de fãs e são muitos os que correm alegremente para ele. Nas vielas e calçadas há sempre alguém que repara na sua presença, adultos e crianças que o querem afagar, mesmo desconhecendo o seu nome. É na verdade um companheiro idílico para os adolescentes e um verdadeiro pai para a criançada, interagindo com todos serenamente. Na foto acima vemo-lo no meio de um casal de namorados nascido no Brasil, que suspendeu o seu romance para o poder abraçar. O enquadramento deste CPA é perfeito e harmoniza-se naquela paisagem romântica. Na foto seguinte vemo-lo deitado entre duas senhoras à porta de uma loja de souvenirs que se encantaram com a sua presença e docilidade.

Num jardim mais adiante encontrámos uma menina que tinha medo de cães e optámos, com a anuência da mãe, por ajudá-la a vencer esse seu temor. Pedimos à mãe que a pegasse ao colo enquanto o Bohr passava por debaixo das pernas da jovem matriarca. Confortada pela presença da mãe e convencida da mansidão do cão, a pequenina agradou-se da experiência e explodiu de alegria.

Já confiante no cão, a pretexto de uma fotografia, pedimos àquela brasileirinha que se sentasse ao lado do prestável e seguro lupino, o que ela fez imediatamente com um sorriso estampado no rosto. Em certas cidades portuguesas e nos seus arredores, a maioria das crianças que encontramos na rua são de origem brasileira, nascidas no Brasil ou já nascidas em Portugal. Virá a nação lusa de cãs brancas a ser o 27º estado federal do Brasil? Acabará a velha potência colonizadora por ser colonizada? Nada me espanta, o mundo é feito de mudança!

Com a garotinha rendida aos encantos do Pastor Alemão, pedimos-lhe que o segurasse pelo trela, pedido que prontamente satisfez com um pronunciado sorriso – o Bohr cumpriu mais uma vez a sua missão – porque onde havia receio trouxe paz, alegria e confiança, ele que é na verdade um sereno protector das crianças e que tudo faz para não incomodar ninguém, preferindo passar despercebido.

Faltava ainda convidá-lo para a sua ginástica de manutenção, uma vez que já havia desenferrujado a obediência brilhantemente. Assim, foi convidado para um percurso de condução nuclear, composto por duas pessoas e um candeeiro público, numa clássica sequência de abaixo, up e abaixo com retorno, tarefa que prontamente venceu conforme atesta o GIF seguinte.

A reportagem fotográfica foi da autoria do Paulo Jorge, que também conduziu o Bohr, cabendo ao Adestrador a edição do registo fotográfico. A Diana não compareceu aos trabalhos pela segunda vez consecutiva e não pudemos contar com a presença do Jorge Filipe. Resta-me agradecer a solidariedade e paciência do Bohr, um cão equilibrado como poucos e um amigo para todas as ocasiões.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

AADI: MUDAR O MUNDO PARA AS CRIANÇAS COM AUTISMO

 

Poucos conseguiram fazer com cães aquilo que alcancei: companheiros amigos e fidelíssimos, animais extraordinariamente obedientes, atletas pouco vistos e guardiões resilientes a toda a prova. Mas esta vã vaidade de que hoje pouco me orgulho, não passa de palha ao vento quando comparada com o trabalho de outros que têm como missão mudar o mundo para aqueles que entre nós têm dificuldades, carecem de ser ajudados e precisam de cães para valer-lhes. Com esta introdução quero prestar a minha mais sincera homenagem a todos aqueles que se dedicaram e dedicam à formação dos mais variados cães de assistência.

A AUTISM ASSISTANCE DOGS IRELAND (AADI), instituição de caridade irlandesa que não recebe subsídios estatais e que procura valer às crianças autistas e às suas famílias através da prestação laboral dos seus cães, ao mesmo tempo que procura a consciencialização, a compreensão e a inclusão do autismo na comunidade, reabriu o seu processo de inscrição e incentiva agora as famílias a candidatar-se a um cão de assistência ao autismo (são esperadas 400 famílias para 35 cães). Os fundos para a formação destes cães vieram de doações de fundos e de recolha de outros donativos, terminando as inscrições no próximo dia 09 de maio. Os animais irão ser colocados em famílias seleccionadas ainda este ano e no próximo. Debbie Carr disse que a instalação de um cão AADI com o seu filho Aidan foi transformadora.

“Antes de recebermos o Gandi, o Aidan tomava remédios há anos para ajudá-lo a lidar com a angústia provocada pela sobrecarga sensorial. Um ano depois, o Aidan tem uma nova vida. É como um milagre”, disse ela. A gerente de administração de clientes da AADI, Fiona Murphy, disse que aqueles que consideram candidatar-se devem preencher certos critérios e compreender o compromisso envolvido. “Eles não são cães de apoio emocional. A sua principal função é a segurança e agem como uma âncora para as crianças”, disse a mesma senhora. Embora a AADI desejasse instalar cães em qualquer família que precisasse deles, os seus recursos são limitados e só pode instalá-los com crianças que tenham um diagnóstico formal de autismo no momento da inscrição, com idades entre 5 e 12 anos no momento da inscrição e que representem um risco significativo de fuga.

A AADI planeia realizar três sessões informativas para as famílias que registarem seu interesse até ao dia 09 de maio. Duas sessões serão realizadas virtualmente e uma sessão presencial acontecerá no Rochestown Park Hotel em Cork. É provável que os cães sejam entregues por sorteio. A AADI, que administra o seu próprio programa de criação, diz que este demora dois anos e cada cão de assistência ao autismo custa em média 25.000. Os custos cobrem o programa de criação, o crescimento dos cachorros, a sua alimentação, treino, equipamentos e requisitos veterinários dos animais, mesmo quando já se encontram com as suas famílias adoptivas e antes de rumarem ao seu treinamento intensivo. A instituição de caridade tem cerca de 60 cães de assistência colocados em várias famílias, colocando também 'cães amigos' em clientes necessitados de apoio emocional. Em paralelo e através de um programa piloto bem-sucedido, designado por 'cães de apoio escolar', tem actuado este ano em duas escolas secundárias, experiência já com planos de expansão. Detalhes mais completos sobre o registo para a aquisição de cães de assistência ao autismo estão já disponíveis no site da AADI. Pela missão que a si mesma atribuiu, está a AADI de parabéns.

PS: De acordo com dados disponibilizados pela AIA - Associação de Apoio e Inclusão ao Autista, existem cerca de 63300 pessoas com Perturbações do Espectro do Autismo (PEA) em Portugal.

HISTÓRIAS QUE FICAM: A ESCOLHA DO CACHORRO

 

Nesta secção de “HISTÓRIAS QUE FICAM” vou narrar episódios reais acontecidos ao longo da minha carreira como treinador de cães, relatos quase anedóticos que permanecem ainda na minha memória. O primeiro caso que vou contar é o de um homem ainda jovem que me procurou para adquirir um cachorro Pastor Alemão. Apostado em fazer uma boa escolha e interessado em levar para casa um bom cão. Este indivíduo perguntou-me se podia passar o mês seguinte na escola para observar progenitores e cachorros ao pormenor, uma vez que ia entrar de férias. Apesar de ter estranhado aquele pedido, anuí a pensar que partia de alguém muito interessado e criterioso. Durante 30 dias assistiu aos treinos, observou detalhadamente grande número de cachorros e até ajudou na limpeza dos canis. Findo aquele mês, perguntei-lhe que cachorro tinha escolhido, ao que ele respondeu: “Afinal não vou levar nenhum! Você sabe tanto sobre cães que tenho medo que me engane!” Fiquei boquiaberto e dei por mal-empregado o tempo que desperdicei com aquela criatura.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

CELEBRAR O DIA DA LIBERDADE

 

Ontem celebrámos o DIA DA LIBERDADE a trabalhar os nossos cães, data também escolhida pelo presidente Lula da Silva para rumar a Madrid, depois de ter entrado aqui pela “porta do cavalo” e ter merecido menos destaque que um roqueiro em ascensão, destacando-se essencialmente pelas bacoradas relativas à invasão russa da Ucrânia que tentou emendar. Indiferentes a esta visita de estado relâmpago e de certo modo fantasma, iniciámos os nossos trabalhos pela manhã e evocámos a liberdade com um exercício a ela alusivo (GIF acima). Na foto que se segue, tirada da parte da tarde, vemos a SRD Titã com um cravo vermelho no estrangulador, flor associada à Revolução do 25 de Abril de 1974 que devolveu a liberdade ao Povo Português.

Apesar de já ter entrado na terceira idade, porque está em boas condições físicas, treina regularmente e o percentual de humidade local era naquele momento insignificante, o CPA Bohr foi convidado para saltar uma barreira de 120 cm, salto que executou com êxito e comodamente. A foto é elucidativa quanto ao empenho do seu condutor, cuja mensagem corporal é excelente.

Igual empenho manifestou o Jorge Filipe, o muito conhecido “filho do Requêta”, no salto de uma caixa eléctrica com os mesmos 120 cm no momento do trabalho específico, auxiliando a sua CPA na transposição através do seu adiantamento.

Numa das pausas do trabalho pedimos ao cavalheiro atrás citado que posasse com a sua magnífica CPA negra debaixo de um pinheiro estranhamente decorado, com uma trotineta eléctrica de aluguer suspensa no seu tronco, numa alusão à libertinagem que por aí grassa e quem nem o dia da liberdade poupa. Não obstante, dono e cadela ficaram bem na fotografia!

Tirando partido de um puzzle de encostos para bicicletas, feitos de ferro e constituídos em barreiras, executámos neles alguns exercícios simples de técnica de condução. No GIF seguinte podemos ver a execução de um círculo com uma interrupção de salto pelo binómio Jorge/Gaia, percurso que foi desenvolvido à trela.

O binómio Paulo/Bohr foi convidado para o mesmo exercício com o CPA em liberdade. O cão é um veterano nestas andanças e tende a consertar aquilo que o dono falha. No GIF abaixo podemos ver uma inusitada volta do cão em torno de si mesmo, tudo porque o dono se encontrava mal colocado na chamada. Do mal o menos, já que o Pastor não saltou qualquer obstáculo interdito – Bohr 18; Paulo 8!

Com o chão a escaldar pela insidiosa acção dos raios solares, optámos por aliviar as almofadas das patas dos cães em exercício, convidando-os para um revigorante e divertido banho, onde nadaram a gosto para onde lhes apeteceu e sem limite de tempo (viva a liberdade!).

Incansável na terra ou no mar, a CPA negra Gaia foi uma explosão de disponibilidade e acção, um verdadeiro furacão a entrar e sair da água, o que destacou, mais uma vez, as suas excelentes características anfíbias.

Sem companheiros de classe (eu ainda tentei convencer a Diana a vir), a Catarina compareceu com a SRD Titã aos trabalhos da parte da tarde e ainda bem que o fez, porque evoluiu bastante no adestramento da sua cadela, para além até das suas melhores expectativas.

Atendendo a que já vai no seu segundo mês escolar, a SRD Titã fez o aquecimento sobre muros com 100 cm de altura, obstáculos que ela faz sem qualquer grau de dificuldade e dos quais se agrada. Na foto abaixo vemo-la a transpor com sucesso um desses obstáculos.

Depois de ter executado múltiplos exercícios foi também convidada para transpor um muro de alvenaria com 130 cm de altura, requisito físico para outras prestações atléticas que fazem parte do seu preparo físico e que constavam do Plano de Aula.

Para melhorar a capacidade de marcha da cadela e a “comer” mais metros por segundo, a Catarina levou-a para um extensor de solo improvisado entre duas estradas, onde a SRD alcançou os benefícios esperados.

E porque nem só de ginástica vive um binómio, a Catarina foi treinar o “quieto” da Titã numa passagem para peões, com a cadela isolada no lado oposto e com carros constantemente a passar. Só o fez porque a cadela já tem treino suficiente para isso e, sendo assim, tudo correu conforme o esperado.

Com um grupo de trotinetas eléctricas ao seu dispor, largadas por quem não precisava delas, o binómio foi iniciado na técnica de condução através de exercícios simples visando a fácil solução que induz à experiência feliz.

Como o calor apertava e a Titã é negra, o que a faz aquecer corporalmente mais rápido e acima de outros cães com pigmentações mais claras, optámos por ensiná-la a beber num bebedouro próprio para humanos a pensar na sua sobrevivência.

Para evitar a saturação da cadela e espevitar a sua concentração, a Titã foi convidada para saltar diversas sebes naturais com diferentes apresentações, tarefas que executou pronta e comodamente.

Conforme se pode ver no GIF seguinte, este binómio conseguiu vencer com surpreendente facilidade dois saltos naturais consecutivos bem perto um do outro (apenas com uma passada de intervalo), o que para o Adestrador foi motivo de redobrada alegria.

Para culminar os trabalhos em grande, a Catarina e a Titã conseguiram vencer o salto do candeeiro urbano, uma transposição que devido às suas características é um salto de precisão, advindo daí o seu grau de dificuldade. O sucesso neste salto deixou a Catarina extasiada e grata à sua fiel companheira – a humilde Titã.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Catarina/Titã; Diana/Lisboa; Jorge/Gaia e Paulo/Bohr. As reportagens fotográficas foram da autoria do Paulo Jorge e do Adestrador, cabendo a sua edição ao último. A Titã tem um enorme potencial e ontem fez-se uma estrela. A falta da Maria foi sentida; o Plano de Aula foi cumprido e o verão parece ter vindo mais cedo. Assim usufruímos do feriado que o dia da liberdade nos deixou, perto dos nossos cães e longe das arruaças pró e contra Luis Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil contestado por muitos, presença que não ofuscou a celebração da nossa liberdade e democracia – continuamos livres!

terça-feira, 25 de abril de 2023

NOVO BINÓMIO

 

Deu ontem entrada nas nossas fileiras o binómio constituído pela Bárbara Silva e pelo Zacarias. A Bárbara é uma senhora sensível e simpática que nutre um profundo amor pelo seu cão – o Zacarias – um jovem Bull Terrier também ele simpático e bastante amistoso, irrequieto e de uma energia a toda a prova. Chegaram à escola tal qual carroça desgovernada, com o cão a rebocar desalmadamente a dona e esta sem saber o que fazer, dificuldades que foram rapidamente ultrapassadas na sua primeira lição conforme se pode ver na foto seguinte, onde o alinhamento entre ambos não tardou a acontecer.

O alcance do “junto” foi facilitado pela troca de material e pelo recurso a diferentes manobras de descontracção, o que facilitou a condução regrada e cómoda do vigoroso molosso. Na foto abaixo é possível observar a Bárbara a conduzir o Zacarias com as mãos atrás das costas, valendo-se somente dos comandos verbais para o efeito.

Numa fase ulterior deste trabalho foi também pedido à senhora que gerisse o acompanhamento do cão com as mãos à nuca, o que veio a acontecer com sucesso, mostrando-se o cão disponível para as tarefas que lhe foram solicitadas.

A Bárbara está agora a aprender os rudimentos técnicos da condução canina, a compreender a importância da liderança e a melhor conhecer o seu cão. O Zacarias tem tudo o que é necessário para se tornar num excelente cão de companhia obediente e também útil. Desejamos para ambos os maiores sucessos no adestramento que agora começaram e estendemos-lhes o nosso mais sincero bem-vindo, esperançados que em tudo venham a ser vencedores e ainda mais amigos um do outro. 

segunda-feira, 24 de abril de 2023

IDA À GRAFITLÂNDIA

 

Curiosamente, aquilo que os condutores menos gostam de fazer com os seus cães é obediência, muito embora precisem dela como de pão para a boca e seja esse o principal motivo que os traz para as escolas caninas. Por outro lado, é a obediência que garante o bom desempenho e o melhor aproveitamento dos cães nas mais diversas disciplinas cinotécnicas. Porém, a obediência oferecida pelas aulas colectivas é menos enfadonha, mais dinâmica e alegre do que a resultante do acompanhamento individual de cada binómico, pela presença de mais cães que se prestam a ser agentes de ensino uns dos outros. Na foto acima vemos um exercício de controlo do “junto” sobre dois planos elevados de diferentes larguras, com a CPA Gaia a dar boleia à SRD Lisboa. Na foto que se segue, também no mesmo exercício, vemos o desempenho do CPA Bohr e da SRD Titã, com o Pastor Alemão desarvorado e o seu dono sem dar por isso, obrigando a Catarina a entrar inusitadamente em “passo de corrida” para alcançar o alinhamento procurado.

Catarina que foi também convidada pelo Adestrador a ir andar de skate com a sua cadela ao lado, numa pista própria para o efeito e na companhia de vários skaters. Um pouco destreinada e com medo de “dar um malho”, a jovem começou por evoluir sozinha e só depois com a Titã ao lado. Na foto abaixo, ainda com algumas cautelas, vemos a Catarina já com a sua cadela em plena evolução.

A Titã depressa se adaptou ao Skate e deu mostras de se ter agradado do exercício, deslocando-se ambas tal qual o comboio “Alfa Pendular” rumo à cidade do Porto. A Catarina ficou radiante com a experiência e eu fiquei com a certeza de que a Titã jamais estranhará os skates ou perseguirá os seus praticantes. Parabéns a ambas!

Apostados a recriar no sábado os “10 MINUTOS DE RELAX”, momento em que soltamos todos os cães para conviverem entre si debaixo de supervisão, rumámos a um pequeno parque cercado e relvado, com os seus muros ricamente grafitados com desenhos de vários motivos, ainda que aparentemente sujeitos à temática dos animais. Na foto seguinte e naquele mesmo local, vemos o exuberante CPA Dobby em pose majestática.

Valendo-nos de um aparelho público para exercícios humanos, que transformámos em obstáculo para os cães, pedimos aos binómios presentes que o ultrapassassem, atendendo ao seu grau de dificuldade, uma vez que era uma rampa extensa rematada por uma barra de ferro cromado, o que obrigava simultaneamente a um salto de elevação e extensão. E isto porquê? Para melhorar a capacidade de impulsão dos cães, a sua capacidade de resolução, o robustecimento do seu carácter e a prontidão do seu desempenho. O “obstáculo” foi primeiro vencido tal qual se apresentava e depois com uma pessoa nele deitada. Na foto abaixo, na primeira fase do exercício, vemos o desempenho do binómio Maria/Dobby, com a condutora a olhar para trás como se precisasse de dizer adeus à família (estamos perante uma senhora bastante saudosa!).

Quiçá porque somos todos diferentes, o relacionamento da Catarina com a Titã é por vezes extremado, transitando de “mãe-galinha” para “1º Sargento de Infantaria”, o que para uma cadela submissa, agora a aprender a ser manhosa, pode não ser o melhor dos subsídios de ensino. Exige-se assim, ao invés do dinamitar do relacionamento, constância nas acções e melhor desempenho físico da Catarina para poder valer à sua companheira. A provar o que acabo de dizer, na saída do salto abaixo, é possível ver o atraso da condutora em relação à Titã (há que melhorar a velocidade de arranque). Não obstante, no que à biomecânica diz respeito, estamos perante um salto canino de rara beleza.

Na foto que se segue, agora com o obstáculo encimado por uma pessoa, vemos o “afilhado do padrinho” a vencê-lo com a explosiva CPA Gaia, que acabou por executá-lo pelo alongamento da marcha ao invés de fazê-lo a galope. A imagem torna-se espectacular pelo desempenho físico do condutor, bem adiantado em relação à cadela conforme exige a técnica de salto.

Conhecedor do real potencial da CPA Gaia e usando-a como exemplificação para os demais, o Adestrador levou-a a executar a galope aquela transposição, o que resultou num desempenho belo e seguro.

Fazendo uso do tradicional procedimento “trabalho-pausa” colocámos quatro cães sobre o mesmo número de pequenos assentos circulares, não tanto pela obediência, mas para facilitar a constituição da matilha heterogénea escolar. Como prova a foto seguinte, a matilha funcionou!

Livre de qualquer encargo cinotécnico e dispensada de qualquer tipo de colaboração, a pequena Nicole assistiu num lugar alto ao decorrer dos trabalhos, vindo a pousar para a câmera do Paulo com a vaidade e graciosidade que lhe são reconhecidas.

Dando continuidade ao trabalho sobre superfícies estreitas, necessário às disciplinas de resgate e salvamento, também como subsídio de sobrevivência e próprio das manobras de evasão, convidei todos os binómios para a subida de uma rampa estreita com 45 graus de inclinação. Na foto abaixo vemos a execução do binómio Catarina/Titã.

Com o Dobby a fazer “à frente” e com a Maria já “sem pernas”, vemos o esforçado cão a valer à dona no mesmo exercício. O Dobby é daqueles generosos cães que não rejeita serviço, que não se encolhe diante dos problemas e que segue sempre avante, pelo que deverá ser protegido atendendo à sua sobrevivência. Apesar de ter nascido para herói, importa que passe o maior número de anos entre nós.

Na foto que se segue vemo-lo a saltar uma caixa de cimento com 100 cm de altura partindo da posição de “senta”. Desta vez a Maria estava no lugar certo e não atrapalhou o cão, que é brioso, competitivo e não deseja ser ultrapassado por ninguém, para além de levar o trabalho muito a sério (vale a pena reparar nas suas expressões mímicas, que não enganam).

A SRD Lisboa foi quem melhor venceu a rampa de 45 graus, porque é naturalmente resiliente e dotada de grande capacidade atlética. As dificuldades que esporadicamente apresenta no treino são mais da dona do que dela. Tem-se revelado uma excelente aluna, surpreendendo principalmente a sua condutora.

E como estávamos na “Grafitlândia”, nada melhor que tirar fotos nesse pano de fundo. Na foto abaixo, vemos a SRD Titã embutida num quadro de alienígenas maioritariamente verdes, possivelmente marcianos, criaturas que não conseguiram impedir a sua concentração e cumprimento das ordens.

Desconheço se a figura mural é uma personagem conhecida ou não da banda desenhada. A mim parece-me ser um urso panda, mas também sou pouco dotado de imaginação. Certo é que a seu lado mandei colocar as SRD’s Titã e Lisboa, que indiferentes à espécie do boneco, ficaram bem na fotografia.

Numa encenação resultante da boa disposição, perante a indiferença da Titã, a Catarina parece estar prestes a ser engolida por um furioso tubarão que avança para ela de boca aberta. Pela cara da menina é possível ver-se que não suspeitava de qualquer perigo.

Como boa ribatejana que se preza, a Maria acabou por tirar uma foto na companhia de um simpático touro “astifino” e “corniaberto”, com o à vontade próprio de quem nasceu a admirar e conviver com o gado bravo.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Catarina/Titã; Diana/Lisboa; Jorge/Gaia; Maria/Dobby e Paulo/Bohr. A reportagem fotográfica foi da autoria do Paulo Jorge e a sua edição coube ao Adestrador. A família Rodrigues não compareceu, o trabalho correu conforme o esperado e o tempo esteve de feição.