terça-feira, 4 de junho de 2019

A TÉCNICA CONTRA O USO DA MEIA-BOLA E FORÇA

Este Sábado apostámos numa sucinta recapitulação da obediência linear, montámos várias figuras do carrossel escolar, insistimos nos saltos compostos e em extensão, desenvolvemos várias manobras colectivas de defesa pessoal e demorámo-nos na melhoria técnica dos condutores. Enfrentámos o dia mais quente desta Primavera e vimo-nos obrigados a regar o recinto onde desenvolvemos a obediência linear.
Uma das manobras do carrossel escolar desenvolvidas foi a pirâmide, muito embora tenha sido executada à trela. Na foto abaixo podemos ver as os 3 pares da figura com a Svetlana e a Ana em primeiro plano.
Coube à Ana conduzir a CPA cinzenta Prada, propriedade da Família Leitão, que há 2 meses e meio foi mãe. A adaptação deste binómio espontâneo aconteceu sem qualquer novidade, facilitada pela ternura que a Ana dispensou à pastora alemã.
No salto para o cepo e para o restante trabalho confiámos o CPA Blaze ao Dr. José Gabriel, Monitor desta Escola que nos veio visitar e que imprevistamente se viu envolvido nos trabalhos escolares de Sábado. Na foto seguinte vemo-lo a fazer o cepo com o pastor negro do nosso orgulho. Contrariamente ao que é seu hábito, o Blaze andou bastante alvoraçado, porque uma das dobermans está a sair do cio, pormenor que dificulta o travamento de um cão acima dos 50 kg.
Se o Labrador Soneca é o cão que atleticamente tem menos para dar na classe, ele é um dos primeiros na obediência e o que mais dispensa carinho ao seu condutor. Amigo de toda a gente, simpático, alegre e brincalhão, o Soneca já começa a ser uma das imagens de marca da nossa Escola.
As aulas nocturnas que frequentou foram úteis para a Ana, porque deram-lhe outra ligeireza, postura e saber, experiência muito útil para conduzir qualquer cão. Na foto seguinte é possível vê-la a vencer um duplo de média extensão com a CPA Prada.
Para variar, o José Maria chegou mais uma vez atrasado, mas desta vez com uma justificativa no mínimo interessante: “eu posso atrasar-me que a Mel faz tudo!”, esquecendo-se que os cães também carecem de aquecimento, que evoluem do simples para o complexo, dos exercícios gerais para os específicos e que no meio disto tudo ainda precisam de momentos de supercompensação. Por outro lado, como são os donos a ensinar os seus cães, os primeiros carecem de formação para melhor aproveitarem o esforço dos animais que conduzem. Como não estamos cá para matar cães, perante o atraso do José Maria, vimo-nos obrigados a retroceder no plano de aula para que a Mel possa participar nos trabalhos da classe. Na foto seguinte podemos ver este binómio num salto duplo, onde o condutor se encontra atrasado e a “enforcar” a CPA por causa disso.
O João está finalmente a acertar-se com a Doberman Lupa, ainda que por meios menos técnicos e mais coercivos. No salto para o cepo fez tudo para não se atrasar e conseguiu, esforço que premiou com o já rotineiro descanso, a lembrar a “sesta” de outros tempos.
O Aníbal passou metade da aula à boleia do CPA Max, constantemente atrasado no 2º e 3º momentos dos saltos, algo ligado ao seu sofrível poder de arranque e também ao desejo de querer fazer tudo bem. Na outra metade acertou tudo e o Max deu nas vistas.
Nada a dizer na seguinte transposição, onde a colocação do condutor no 2º tempo do salto é primorosa, será que o aforismo “quem sabe nunca esquece” é uma verdade absoluta? Pelo menos no Sábado foi!
Eis o salto do coxinho para o cão dar a cambalhota. O Paulinho queixa-se de um joelho, compreende-se, o que não se compreende é que levante tanto a mão e reduza com isso a extensão do salto ao cão. Felizmente que o Bohr não depende da destreza e da técnica de quem o introduz aos saltos.
Foi neste salto, ao ver o exemplo do Adestrador, que o Aníbal aprendeu finalmente o que fazer para melhor aproveitar o CPA Max.
O salto que se segue, sumariamente descrito como debaixo do “Efeito Âncora” é muito importante do aspecto pedagógico, porque todos aprendemos com erros para não tornar a errar. Estamos na presença do “Efeito Âncora” quando o condutor se encontra ao lado ou atrasado em relação ao cão nos saltos, servindo-lhe de âncora (travamento), no 2º e 3º momento da transposição (suspensão e saída), o que obrigará o animal a cair pesadamente sobre as mãos e a correr sério risco de lesão. Para que isso não suceda, importa que o condutor na saída do salto esteja adiantado em relação ao cão, para que este possa distribuir o seu peso corporal o mais rapidamente sobre os dois pares de membros e possa ultrapassar outro salto colocado imediatamente à sua frente. Se repararmos com atenção na foto seguinte, vemos que o condutor se encontra indevidamente paralelo à cadela, quando devia estar adiantado, prepara-se para desacelerar (ver comprimento da passada), quando devia continuar a correr para que transição dos andamentos da cadela acontecesse de modo natural. E como se isto não bastasse, vai pendurado na trela ao invés de a soltar, o que obriga a cadela a um “salto de toupeira” pelo corte indevido da extensão do salto. É possível que a cadela saiba tudo, mas o simpático José Maria tem muito que praticar e aprender.
Depois disto, vale a pena ver o mesmo salto executado pelo binómio Aníbal/Max, muito embora o condutor tenha desusado a mão esquerda na transposição, o que lhe impediu o movimento da mão direita para manter a aceleração. Não obstante, o salto efectuado pelo cão não foi prejudicado pela menos valia técnica do seu condutor.
Sábado não foi generoso para a Jessy, porque se encontrava adoentada e o CPA Capo não estava disposto em facilitar-lhe a vida. Contudo, a Jessy cumpriu com o que lhe foi pedido sem grandes queixumes.
A Carla Costa foi convidada para trabalhar com o CPA Bohr em substituição do dono do cão. Incapaz de segurar o animal e de o acompanhar (o seu passo em corrida não excede os 65cm), a Carla entendeu por bem dar-lhe trela para não pôr a integridade do animal em risco nem lhe criar aversão aos saltos.
A fotografia abaixo mostra mais uma vez o atraso do condutor em relação ao cão, má técnica de mão e um salto atípico, totalmente anómalo e perigoso. Durará a sorte para sempre?
Também decidido a trabalhar, o Adestrador optou por executar uns tantos saltos com o CPA Bohr, para lutar contra o inevitável e sentir a adrenalina a tonificar-lhe o corpo.
Continua a faltar uma passada à Svetlana para que possa auxiliar a Doberman Russa nos saltos. Mais uma vez ficou para trás da cadela e assistiu-se a um salto de poleiro.
Apesar de francamente mais pesado do que a sua eleita, o João Mendonça conseguiu adiantar-se como mandam as regras, muito embora a entrada ao salto tenha sido defeituosa (a cadela pisou o primeiro bloco do obstáculo). Porém, louva-se o empenho manifesto.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Adestrador/Bohr; Ana/Prada; Aníbal/Max; Carla/Bohr; Carla/Maggie; João/Lupa; Jessy/Capo; Jorge/Bohr; Jorge/Soneca; José Gabriel/Blaze; José Maria/Mel; Paulo/Bohr e Svetlana/Russa. Os fotógrafos foram o Paulinho e a Carla e o CPA Bjorn não compareceu porque o dono ficou a celebrar o seu aniversário (desejamos-lhe longa vida, saúde e fortuna).
Para a semana teremos pela frente novos desafios, experimentaremos novas dificuldades e tudo faremos para as levar de vencida. Boa semana de trabalho para todos.

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