Este Sábado apostámos numa
sucinta recapitulação da obediência linear, montámos várias figuras do carrossel
escolar, insistimos nos saltos compostos e em extensão, desenvolvemos várias
manobras colectivas de defesa pessoal e demorámo-nos na melhoria técnica dos
condutores. Enfrentámos o dia mais quente desta Primavera e vimo-nos obrigados
a regar o recinto onde desenvolvemos a obediência linear.
Uma das manobras do
carrossel escolar desenvolvidas foi a pirâmide, muito embora tenha sido
executada à trela. Na foto abaixo podemos ver as os 3 pares da figura com a
Svetlana e a Ana em primeiro plano.
Coube à Ana conduzir a CPA
cinzenta Prada, propriedade da Família Leitão, que há 2 meses e meio foi mãe. A
adaptação deste binómio espontâneo aconteceu sem qualquer novidade, facilitada
pela ternura que a Ana dispensou à pastora alemã.
No salto para o cepo e
para o restante trabalho confiámos o CPA Blaze ao Dr. José Gabriel, Monitor
desta Escola que nos veio visitar e que imprevistamente se viu envolvido nos
trabalhos escolares de Sábado. Na foto seguinte vemo-lo a fazer o cepo com o
pastor negro do nosso orgulho. Contrariamente ao que é seu hábito, o Blaze
andou bastante alvoraçado, porque uma das dobermans está a sair do cio,
pormenor que dificulta o travamento de um cão acima dos 50 kg.
Se o Labrador Soneca é o
cão que atleticamente tem menos para dar na classe, ele é um dos primeiros na
obediência e o que mais dispensa carinho ao seu condutor. Amigo de toda a gente,
simpático, alegre e brincalhão, o Soneca já começa a ser uma das imagens de
marca da nossa Escola.
As aulas nocturnas que
frequentou foram úteis para a Ana, porque deram-lhe outra ligeireza, postura e
saber, experiência muito útil para conduzir qualquer cão. Na foto seguinte é
possível vê-la a vencer um duplo de média extensão com a CPA Prada.
Para variar, o José Maria
chegou mais uma vez atrasado, mas desta vez com uma justificativa no mínimo interessante:
“eu posso atrasar-me que a Mel faz tudo!”, esquecendo-se que os cães também
carecem de aquecimento, que evoluem do simples para o complexo, dos exercícios
gerais para os específicos e que no meio disto tudo ainda precisam de momentos
de supercompensação. Por outro lado, como são os donos a ensinar os seus cães,
os primeiros carecem de formação para melhor aproveitarem o esforço dos animais
que conduzem. Como não estamos cá para matar cães, perante o atraso do José
Maria, vimo-nos obrigados a retroceder no plano de aula para que a Mel possa
participar nos trabalhos da classe. Na foto seguinte podemos ver este binómio
num salto duplo, onde o condutor se encontra atrasado e a “enforcar” a CPA por
causa disso.
O João está finalmente a
acertar-se com a Doberman Lupa, ainda que por meios menos técnicos e mais
coercivos. No salto para o cepo fez tudo para não se atrasar e conseguiu,
esforço que premiou com o já rotineiro descanso, a lembrar a “sesta” de outros
tempos.
O Aníbal passou metade da
aula à boleia do CPA Max, constantemente atrasado no 2º e 3º momentos dos saltos,
algo ligado ao seu sofrível poder de arranque e também ao desejo de querer
fazer tudo bem. Na outra metade acertou tudo e o Max deu nas vistas.
Nada a dizer na seguinte
transposição, onde a colocação do condutor no 2º tempo do salto é primorosa,
será que o aforismo “quem sabe nunca esquece” é uma verdade absoluta? Pelo
menos no Sábado foi!
Eis o salto do coxinho
para o cão dar a cambalhota. O Paulinho queixa-se de um joelho, compreende-se,
o que não se compreende é que levante tanto a mão e reduza com isso a extensão
do salto ao cão. Felizmente que o Bohr não depende da destreza e da técnica de
quem o introduz aos saltos.
Foi neste salto, ao ver o
exemplo do Adestrador, que o Aníbal aprendeu finalmente o que fazer para melhor
aproveitar o CPA Max.
O salto que se segue,
sumariamente descrito como debaixo do “Efeito Âncora” é muito importante do
aspecto pedagógico, porque todos aprendemos com erros para não tornar a errar. Estamos
na presença do “Efeito Âncora” quando o condutor se encontra ao lado ou
atrasado em relação ao cão nos saltos, servindo-lhe de âncora (travamento), no
2º e 3º momento da transposição (suspensão e saída), o que obrigará o animal a
cair pesadamente sobre as mãos e a correr sério risco de lesão. Para que isso
não suceda, importa que o condutor na saída do salto esteja adiantado em
relação ao cão, para que este possa distribuir o seu peso corporal o mais
rapidamente sobre os dois pares de membros e possa ultrapassar outro salto
colocado imediatamente à sua frente. Se repararmos com atenção na foto
seguinte, vemos que o condutor se encontra indevidamente paralelo à cadela, quando
devia estar adiantado, prepara-se para desacelerar (ver comprimento da passada),
quando devia continuar a correr para que transição dos andamentos da cadela
acontecesse de modo natural. E como se isto não bastasse, vai pendurado na
trela ao invés de a soltar, o que obriga a cadela a um “salto de toupeira” pelo
corte indevido da extensão do salto. É possível que a cadela saiba tudo, mas o
simpático José Maria tem muito que praticar e aprender.
Depois disto, vale a pena
ver o mesmo salto executado pelo binómio Aníbal/Max, muito embora o condutor
tenha desusado a mão esquerda na transposição, o que lhe impediu o movimento da
mão direita para manter a aceleração. Não obstante, o salto efectuado pelo cão
não foi prejudicado pela menos valia técnica do seu condutor.
Sábado não foi generoso
para a Jessy, porque se encontrava adoentada e o CPA Capo não estava disposto
em facilitar-lhe a vida. Contudo, a Jessy cumpriu com o que lhe foi pedido sem
grandes queixumes.
A Carla Costa foi
convidada para trabalhar com o CPA Bohr em substituição do dono do cão. Incapaz
de segurar o animal e de o acompanhar (o seu passo em corrida não excede os
65cm), a Carla entendeu por bem dar-lhe trela para não pôr a integridade do
animal em risco nem lhe criar aversão aos saltos.
A fotografia abaixo mostra
mais uma vez o atraso do condutor em relação ao cão, má técnica de mão e um
salto atípico, totalmente anómalo e perigoso. Durará a sorte para sempre?
Também decidido a
trabalhar, o Adestrador optou por executar uns tantos saltos com o CPA Bohr,
para lutar contra o inevitável e sentir a adrenalina a tonificar-lhe o corpo.
Continua a faltar uma
passada à Svetlana para que possa auxiliar a Doberman Russa nos saltos. Mais uma
vez ficou para trás da cadela e assistiu-se a um salto de poleiro.
Apesar de francamente mais
pesado do que a sua eleita, o João Mendonça conseguiu adiantar-se como mandam
as regras, muito embora a entrada ao salto tenha sido defeituosa (a cadela pisou
o primeiro bloco do obstáculo). Porém, louva-se o empenho manifesto.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: Adestrador/Bohr; Ana/Prada; Aníbal/Max; Carla/Bohr;
Carla/Maggie; João/Lupa; Jessy/Capo; Jorge/Bohr; Jorge/Soneca; José
Gabriel/Blaze; José Maria/Mel; Paulo/Bohr e Svetlana/Russa. Os fotógrafos foram
o Paulinho e a Carla e o CPA Bjorn não compareceu porque o dono ficou a
celebrar o seu aniversário (desejamos-lhe longa vida, saúde e fortuna).
Para a semana teremos pela
frente novos desafios, experimentaremos novas dificuldades e tudo faremos para
as levar de vencida. Boa semana de trabalho para todos.
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